quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Primeiras provas

Ter uma turma de Direito Penal I significa muito para mim. Minha disciplina se desenvolve em quatro semestres, mas o primeiro é o mais complexo e o de que mais gosto. Além disso, existe um componente particularmente melindroso: a necessidade de ganhar o público, de conquistar os alunos para o tipo de reflexão que precisamos fazer em um campo tão duro e problemático, tão influenciado pelos mais crueis enviesamentos. Sempre acreditei que, ou eu ganho essa plateia agora, ou será muito mais difícil no futuro.

Resulta daí que me preocupo demais com as abordagens que farei, com as leituras que indicarei, com a seleção de casos reais para análise, que serão debatidos em sala de aula ou utilizados nas provas. Acabei de elaborar a última prova de primeira avaliação de Penal I, que será aplicada logo mais, à noite. Em minha percepção, provas bastante acessíveis, enfatizando os aspectos mais importantes do que analisamos até aqui, sem surpresas nem alardes. Mas, acima de tudo, calcadas sobre aspectos palpitantes da realidade atual.

Nas duas provas já aplicadas, levei os alunos a refletir sobre o Estado Islâmico e sobre a atual política de "segurança pública" carioca, que tenta impedir o acesso de jovens negros às praias da Zona Sul. Assuntos que estão aí, na ordem do dia, tornando-se parte da rotina dos acadêmicos. O tema escolhido para a última prova, claro, não será mencionado, já que a prova ainda é inédita. Mas seguimos no campo das urgências reflexivas, que precisamos incutir na cabeça dessa garotada que está aí, começando a se familiarizar com o direito.

Penso que uma abordagem baseada em casos concretos é muito mais instigante e produtiva. Eu, particularmente, sentia grande prazer quando me descobria capaz de interpretar um caso que chegava ao meu conhecimento. Imagino que para os demais estudantes seja assim também. Você se descobre apto para fazer análises jurídicas, para pensar em soluções. Isso proporciona uma agradável sensação de crescimento.

Espero que os resultados sejam bons e que, doravante, seja uma rota sempre ascendente.

Sobre a noite passada

Minha mãe está internada pela sétima vez este ano. Somando-se esses eventos aos dois do ano passado, pode-se dizer que já tenho algum know how como acompanhante hospitalar. A experiência acumulada não me ajudou, todavia, a enfrentar a noite de 29 para 30 de setembro de 2015.

Com um quadro de metástase avançada, que compromete seus pulmões, minha mãe está basicamente debilitada ao extremo, em todos os sentidos possíveis. Foi internada para que os médicos tentassem melhorar... tudo, digamos assim. Ou o que for possível. Para deixá-la confortável, sobretudo respirando melhor, para que consiga dormir.

O fato é que, seja por causa de doença, seja por conta da medicação, ela está sonolenta, inerte, não reage a estímulos. Até nos reconhece, sabe dizer onde está, mas a maior parte do tempo parece transportada para outra dimensão, isso quando não adormece profundamente. À noite, foi mergulhando em um sono tão inalcançável que comecei a ter medo real do que aconteceria. Já vi um quadro parecido, 11 anos atrás. Alguém que foi parando, parando, até que resgatá-la não era mais possível. Alguém que eu amava. Amo.

Chamei a enfermeira. Ela veio conferir os sinais vitais. Depois veio o médico plantonista. Decidiu manter as prescrições já feitas até reavaliação, pela manhã, a ser feita pela médica paliativista que está acompanhando o caso. Nada me restava a não ser sentar ao lado da cama e esperar, desejar que a noite não nos trouxesse pesadelos. Observando minha mãe ali, acompanhava sua respiração, único indicativo de que permanecia conosco. Segurava sua mão, conversava com ela, prometia cuidar bem de sua netinha. A certa altura, achei que correspondia ao aperto de mão, mas era apenas um espasmo, possível consequência da fraqueza extrema.

Sentar-se ao lado de quem mais se ama, diante de uma ampulheta inexorável, sem mais ninguém para nos confortar, é uma experiência que não recomendo. Honestamente, desejo que você não passe por isso.

As horas passaram e o dia raiou. Minha mãe continua por aqui, agora sob os melhores cuidados de meu irmão. Comeu alguma coisa, fez exames, aguarda avaliação. Eu aguardo notícias. Estes são tempos surreais.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Como explicar para uma criança?

Aqui em casa, acostumamos Júlia a rezar antes de dormir. Um "Pai nosso" seguido de uma oração espontânea. Tem sido assim desde que ela era bebezinha. Ontem, contudo, após a oração que Jesus nos ensinou, nossa pequena pediu a tia Jose, que dela cuida e com quem estava só em casa, para fazer a oração espontânea. Júlia se recusou a fazer ela mesma e, então, deu as costas, cobriu o rosto e começou a chorar. Perguntada, disse que somente esclareceria o motivo do choro para nós, seus pais.

Esta manhã, Polyana perguntou o que havia acontecido. Júlia explicou que todas as noites ela reza pedindo a saúde da avó, mas Deus não atende. Agora ela não quer mais rezar.

Diante disso, o que fazer?

Um dos efeitos pessoais dessa nossa longa trajetória da doença de minha mãe foi o meu afastamento da fé. Eu não era dado a orações, por desídia, admito. Mas, como bom cristão, sempre encontrava o caminho da oração na hora da angústia. E fazia muitas orações sinceras. Quando ela adoeceu, orei o que pude pelo seu restabelecimento. Mas, como sabemos, nada funcionou. E chegamos ao quadro que temos hoje. Por isso pedi a Polyana que conversasse com Júlia porque eu realmente entendo como ela se sente e, neste momento, nada do que eu diga vai ajudar. Afinal, continuo reconhecendo a fé como um fenômeno importante: ajuda-nos a enfrentar os problemas, ajuda doentes a recuperar a saúde ou a viver com qualidade. Enfim, há muitos benefícios. E eu não quero que Júlia renuncie a essa possibilidade de encontrar um pouco de paz, se preciso. Eu, que perdi minha fé, sei bem como custa caro não dispor dela.

Hoje, eu não rezo mais. Não faz muito tempo, entreguei-me a uma oração - longa, intensa, detalhada. Parei apenas quando o cansaço e o sono, já em plena madrugada, me venceram. Não era a minha intenção, mas aquela foi minha última prece até aqui. Hoje, não me sinto motivado a fazer de novo. Continuo acreditando nas mesmas coisas de sempre, mas é uma racionalização. A fonte do sentimento religioso secou. Estou certo de que ela pode renascer. Algo em mim até diz que isso acontecerá, mas eu nada busco. Deixo que as coisas sejam como são. Por ora, tenho uma criança para acalentar e nem sei o que dizer a ela.

domingo, 27 de setembro de 2015

Mosqueiro diante de seus olhos

Minha mãe adora Mosqueiro. Nunca soube os motivos dela, embora não tenha dificuldade de compreender por que uma pessoa se encantaria por aquela ilha. Água doce, praias com vegetação para amenizar o calor, bonitos cenários, comidinha gostosa, etc. E tudo isso perto da capital. O fato é que ela ama Mosqueiro e por isso me pedia para levá-la até lá. Foram inúmeros pedidos ao longo dos anos, a esmagadora maioria deles ignorado, na prática. Sempre podemos deixar para depois, certo? Tem o trabalho, a vontade de descansar da semana puxada e outros que tais.

Daí minha mãe adoeceu gravemente e, neste ano de 2015, passou por diversas crises que poderiam tê-la levado à morte. Sua situação atual é extremamente preocupante. E o que ela me pediu? Que a levasse a Mosqueiro. No contexto, a missão se tornou uma prioridade, mas a sua execução não foi simples. O mais importante é que minha mãe não tem passado bem para enfrentar um passeio desses. Hoje, contudo, nós fizemos sua vontade.

Eu tinha grandes planos para o dia de hoje. Infelizmente, percalços imprevistos e as mãos ossudas da doença acabaram avinagrando um dia que deveria ser encantador. Um dos planos era, tão somente, fazer registros do passeio, em fotos e vídeos. Acabou que a foto ao lado foi a única em que minha mãe apareceu. Tenho só mais uma, em que apareço com minha filha.

Eu estava extremamente preocupado com a capacidade dela de suportar a viagem, já que possui metástase em osso do sacro, que lhe provoca muita dor e dificulta encontrar uma posição, inviabilizando longos tempos sentada. A par disso, sua extrema fraqueza (potencializada pela dificuldade respiratória, consequência da metástase em ambos os pulmões) não permite que ela caminhe muito e, por óbvio, acabou sentada.

Ela se esforçou muito para aproveitar o dia. A praia estava bonita e com pouco movimento, o dia relativamente ameno (quando ainda cedo), amigos foram se juntar a nós. Mas ela estava cansada e acabou que sequer molhou os pés na água. Não teve condições de ver a farra que a neta fez entre as ondas. Apenas soube da notícia e ficou feliz com isso. Seus objetivos não foram alcançados. Não conseguiu comer, foi enfraquecendo e passou mal. Precisamos colocá-la no carro, na esperança de que melhorasse. Melhorou o que pode. A viagem de volta não foi fácil para ela. Chegou em casa em más condições.

Remédios, banho, roupas limpas, 15 colheradas de sopa, uma visita. Ela foi se acalmando e melhorando, um pouquinho. Agora é noite e as noites lhe são duras, porque não consegue dormir devido aos problemas respiratórios. Tudo está bem difícil. Aqui em casa, fico pensando nela - se está deitada, se conseguiu descansar...

Esta semana teremos eventos importantes para influenciar o futuro. Vamos jogar as últimas cartas e esperar que elas surtam o efeito possível. Se funcionarem, a promessa é que em breve estejamos novamente em Mosqueiro. Mas, dessa vez, que ela esteja melhor e possa usufruir mais. E voltar para casa exatamente como queríamos hoje: com o coração e a alma leves.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Pequeno infortúnio de uma quinta qualquer

21 horas. Estou fazendo minha filha dormir quando toca o meu telefone fixo. Somente pessoas da casa de minha mãe ligam para o fixo, então entro em pânico, como de praxe, supondo que ela está passando mal, já que as últimas semanas têm sido terríveis.

Quando atendo, uma voz começa a me oferecer uma "oportunidade imperdível", diretamente do telemarketing. De repente me lembro que os vendedores virtuais também ligam para o fixo. É uma gravação, então sequer posso mandar o sujeito tomar lá naquele lugar em que o bom Deus o partiu ao meio.

Desligo o telefone iracundo, mas daí penso que é melhor isso do que a alternativa. E é assim que me acalmo.

Fim da narrativa. Não há moral da história.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Os exemplos que não se quer copiar

O brasileiro médio é deslumbradíssimo com os Estados Unidos e com a Europa e cultiva uma doentia e contraproducente síndrome de vira-lata, aquele transtorno que impulsiona certas pessoas a defender que tudo no Brasil é ruim, medíocre, ilegal, imoral ou engorda. Mas essas atitudes denotam, antes de mais nada, a cínica seletividade entre o que se diz que devíamos copiar e aquilo que não se quer copiar de modo algum.

Há menos de um mês, circulou pela internet uma foto (à esquerda) tirada por uma adolescente, na qual se podia ver o premiê britânico, David Cameron, viajando na classe econômica de um voo da companhia de baixo custo Easyjet. A menina fez um vídeo e um registro fotográfico, no qual o homem que comanda a Inglaterra desde 2010 aparece comendo batatinhas Pringles. Gente como a gente.

Outro assunto que volta e meia aparece nas redes sociais é a austeridade dos governantes e parlamentares da Suécia. Veja-se o começo de uma reportagem sobre o tema: "Os vereadores e deputados regionais (estaduais) não recebem salários, nem possuem carros com motoristas e devem usar os seus próprios celulares. Mais: eles não têm secretárias particulares e muito menos uma multidão de assessores parlamentares. O prefeito da Capital anda de ônibus. Primeiro-ministro? Esse circula de metrô ou de bicicleta. Ah, os deputados federais? Moram em apartamentos funcionais de 16 metros a 46 metros quadrados, lavam e passam as suas próprias roupas."

A matéria segue afirmando que os políticos suecos ganham pouco, preparam a própria comida e são tratados por "você". Nada de excelentíssimos. E por que isso acontece? Quem decidiu isso? Provavelmente, ninguém decidiu isso, simplesmente porque é inerente à cultura daquele povo a compreensão de igualdade. Assim, para eles é natural que um titular de função pública, por mais importante que seja, não goze de privilégios.

Em vários países do dito primeiro mundo, carro oficial é uma prerrogativa de presidente da República ou do parlamento. Na Noruega, Holanda e na já citada Inglaterra, outros expoentes políticos andam mesmo de bicicleta ou usam o transporte público  o que faz bastante sentido, pois nesses países existem ótimas ciclovias, que todos respeitam, e o transporte público é excelente. Em Londres, ao tomar posse, todo político recebe vale-transporte, que pode usar em ônibus, trem e metrô, além de ser avisado de que possui o compromisso de utilizar o transporte público.

Não faz muito tempo, li em algum lugar uma reportagem sobre o estarrecimento de políticos estrangeiros acerca dos privilégios concedidos aos seus congêneres brasileiros. Infelizmente, não consegui encontrar a matéria.

Enquanto isso, no Brasil, experimente não chamar de "doutor" para um bacharel que ocupe uma função judicial ou ministerial para ver o que acontece. Não chamar um parlamentar de "excelência" é quebra de decoro (embora falsear prestações de contas não seja). E tudo, absolutamente tudo, é motivo para conceder um penduricalho sobre a remuneração. Começa pela roupa, o tal do auxílio-paletó. Pago no Congresso Nacional e em 16 Estados brasileiros, segundo o Congresso em Foco, ele custou ao contribuinte 252 milhões de reais em apenas quatro anos, o tempo de um mandato.

Outra patifaria notória é a verba de gabinete. Novamente o Congresso em Foco aponta que um parlamentar federal estava nos custando quase 150 mil reais por mês. Isso graças a contas inacreditáveis. Consulte no link abaixo, para ficar em apenas um exemplo, a quantidade de impressões, fotocópias e material de expediente que um parlamentar pode consumir por mês. A papelaria do shopping perde fácil.

Mas soltar os cachorros sobre os políticos é trivial. Todo mundo faz isso e eles dão todos os motivos. Existem, contudo, instituições compostas por pessoas que não dependem de voto e, por isso, escapam ao controle social periódico. Silenciosamente, esses servidores públicos desviam de qualquer padrão de moralidade pública e se investem em prerrogativas verdadeiramente nobiliárquicas, que no entanto, curiosamente, são implementadas em plena república, especialmente quando acobertados pela autonomia financeira. Eles têm carro oficial com motorista, ajudantes de ordens, celulares de última geração, notebooks, refeição no serviço e, mais recentemente, auxílio-moradia mensal, mesmo morando na mesma cidade em que trabalham. Tudo sob as bênçãos de quem deveria zelar pela moralidade com a coisa pública.

Posso parar por aqui, pois acho que você já entendeu. Se cavarmos mais, acabaremos enlouquecendo ante a constatação do que sabemos, mas que abstraímos durante a maior parte do tempo. Por toda a parte, as pessoas se locupletam dolosamente e isso é considerado liturgia do cargo, uma imposição da qual você não deve furtar-se, mesmo que queira, pois assim impõem misteriosos cânones de respeitabilidade, que ninguém sabe de onde saíram. Outro argumento de superlativa indecência é o célebre "pode ser imoral, mas não é ilegal". Engraçado: no mundo em que eu vivo desde as primeiras aulas de direito administrativo, em se tratando de Administração Pública, se é imoral, é ipso facto ilegal.

E por que, afinal, isto acontece no Brasil? Aceite: o problema não são os políticos, os executivos, os legislativos, os judiciários e outros que tais. O problema é você, que deixa isso acontecer todo santo dia e, lá no fundo do seu coração, acalenta o desejo de fazer o mesmo. Somos nós. Somos um povo construído sobre a desigualdade, a exploração massiva, a predação de recursos naturais, o genocídio dos indígenas, a desumanização dos vulneráveis, a subserviência ao estrangeiro, a aversão ao trabalho e uma crescente inclinação ao hedonismo e ao individualismo. Já recomendei antes e volto a recomendar que estude a obra do sociólogo Jessé Souza, que em livros como A construção social da subcidadania e A ralé brasileira: quem é e como vive explica sobre a nossa formação enquanto povo, desvelando uma fantástica convicção de que a desigualdade deve ser cultivada, porque todo mundo tem o seu lugar e o meu, provavelmente, é acima de você.

Isto pode explicar muita coisa, desde as tachinhas que furam os pneus das bicicletas nas novas ciclovias da capital paulista até a perplexidade dos alemães, ao assistirem à exibição do filme brasileiro Que horas ela volta?, por sinal muito bem recebido pela crítica. Os europeus não conseguem acreditar que pessoas comuns, de classe média, são servidos por criados nas mínimas coisas. Para eles, que lavam as próprias cuecas e calcinhas, isso é impensável. Para nós, é tão rotineiro que até surpreende alguém se importar com isso.

Então volto à questão: que conclusão podemos tirar do fato de que idolatramos tanto a superioridade cultural e intelectual dos estadunidenses e europeus, mas não somos capazes de imitá-los quando cultivam a modéstia, a urbanidade, a igualdade e a solidariedade?

Fontes:

  • O voo baratinho de Cameron: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/08/primeiro-ministro-britanico-e-visto-comendo-batatinhas-na-classe-economica.html
  • A modéstia dos suecos: http://www.dm.com.br/geral/2015/07/sem-excelencias-nem-mordomias.html e https://www.youtube.com/watch?v=Toh3OJkI3fg
  • A farra de carros oficiais na capital paulista: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/47253
  • O uso de transporte público em Londres: https://razoesparaacreditar.com/criar/politicos-de-londres-nao-tem-direito-a-carro-oficial-e-devem-utilizar-transporte-publico/
  • A indumentária da realeza na república: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/manchetes-anteriores/auxilio-paleto-custa-r-252-milhoes-em-quatro-anos/
  • Meu parlamentar todo mês: http://congressoemfoco.uol.com.br/upload/congresso/arquivo/CustoParlamentar.pdf
  • Um puxadinho para chamar de meu: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/10/cnj-aprova-auxilio-moradia-de-r-43-mil-para-juizes.html
  • Bicicleta é brega: http://noticias.band.uol.com.br/cafe-com-jornal/sp/video/15552867/ciclistas-encontram-tachinhas-em-ciclovias-de-sp.html
  • A vassalagem nossa de todo dia: http://revistatpm.uol.com.br/blogs/berlimmandaavisar/2015/09/15/assistir-a-que-horas-ela-volta-na-europa-passar-vergonha-pelo-brasil.html

Impopulares

Aguardadas com grande preocupação, as medidas do governo federal para tentar reorganizar as finanças do país foram anunciadas ontem. Como esperado, passam por aumento de impostos, cortes de investimentos em programas sociais e o tal de arrocho salarial, ao menos para servidores públicos. Mas gostaria de me concentrar em apenas uma dessas medidas que, sintomaticamente, está provocando furor ao meu redor. Refiro-me à suspensão de concursos públicos.

Não é de hoje que o brasileiro se converteu em um concurseiro convicto. Ao menos para alguém como eu, que vive em ambiente acadêmico, fica a sensação de que fazer concurso público, em busca da tão decantada estabilidade financeira, é uma destinação natural do ser humano, algo escrito nas estrelas ou talvez no código genético.Quando algum aluno me diz que pretende ser advogado, eu o elogio, porque é raro. E o país precisa de bons advogados.

Agora eu parto para considerações que, talvez, façam de mim alguém tão impopular quanto as medidas do governo.

Eu considero um erro o povo brasileiro achar que a solução para os seus problemas é se pendurar no Estado, esse paquiderme faminto, improdutivo e equivocado. Naturalmente, não adoto o discurso de Estado mínimo à moda neoliberal, mas daí a achar que o serviço público deve ser a solução para o problema de geração de emprego e renda vai uma distância abissal. O trabalho em âmbito estatal deveria ser encarado mais como meio, não como o fim a ser alcançado.

A primeira vez que me preocupei com isso foi quando ouvi falar da tal "Lei Camata", no caso, a Lei Complementar n. 82, de 27.3.1995, que regulamentou o art. 169 da Constituição de 1988, para disciplinar os limites de despesas com funcionalismo público. Consoante essa lei. a União, os Estados e os Municípios não poderiam gastar, com pessoal, mais do que 60% de suas receitas correntes (aqui o texto dessa lei, para quem quiser investigar as minúcias). Posteriormente, vieram a lume as Leis Complementares n. 96, de 1999, e 101, de 2000 (esta última cognominada Lei de Responsabilidade Fiscal).

Do alto de minha ignorância sobre política, economia, orçamento público e tudo o mais, considerei um absurdo que 60% (60%!!!) dos recursos disponíveis em um orçamento fossem destinados ao pagamento de salários e penduricalhos de toda ordem. Em uma matemática elementar, parece-me, o Estado arrecada para pagar essas despesas, abrindo mão, conscientemente, de suas outras e mais importantes missões. Afinal, restam apenas 40% de recursos para todo o resto, notadamente para os investimentos que poderiam fazer o país se desenvolver de verdade (por óbvio, repudio a noção de desenvolvimento como crescimento econômico, apenas).

Assim, com a autoridade que me era conferida pelos meus 19 anos, eu pensava que o Estado deveria aumentar a eficiência do serviço público, para fazer mais coisas com menos pessoal, e promover os investimentos necessários, em todos os setores, a fim de que os brasileiros pudessem encontrar trabalho nas diferentes áreas disponíveis. Desnecessário dizer que, duas décadas depois, não aconteceu o que eu pensava e o gargalo se estreitou ainda mais. Não apenas o organograma estatal inchou como a sonhada eficiência acabou apenas no texto da Constituição, porém não na realidade. Não fossem os benefícios da tecnologia, teríamos chegado ao colapso. E um número crescente de brasileiros segue com seu foco voltado para ser remunerado pelo contribuinte.

Segue-se outra ideia, ainda mais impopular: hoje, sou contrário à estabilidade no serviço público. Compreendo a sua inclusão na Constituição de 1988, por causa das perseguições perpetradas durante a ditadura militar. Naquele momento histórico, essa proteção fazia sentido. Hoje, tenho severas dúvidas. Estabilidade pode ser mais útil a quem pretende se acomodar do que a algum fim nobre. Conheço várias pessoas que não se pejam de admitir que desejam um carguinho para, enfim, gozar a vida sem preocupações. Passado o estágio probatório, dizem, é só apertar o botão vermelho. Um propósito de vida nada edificante, que muito explica sobre o serviço público brasileiro.

Enfim, eu realmente acho que não deveria mais haver estabilidade no serviço público. Todo servidor deveria justificar cotidianamente o seu valor para o Estado, assim como, na iniciativa privada, precisamos convencer o empregador de que somos interessantes para a empresa. Isso certamente forçaria a mudança de algumas práticas. Mas admito que esta não é uma opinião integralmente formada. Posso ser convencido do contrário, mediante bons argumentos. Decerto, por "bom argumento" não vale queres acabar com o bem-bom justamente agora que chegou a minha vez?

No mais, para a informação dos meus críticos, ressalto que ainda existe em mim um leve desejo de ser defensor público, porque me encanta essa função. Trata-se do único concurso que ainda faria. No mais, o universo dos concursos realmente não é para mim. Mas não critico quem está na batalha, não. O problema não é individual, e sim de concepção do Estado.

domingo, 13 de setembro de 2015

O inimigo em toda parte

Outro dia foi uma ex-aluna, com seus 20 e poucos anos. Neste final de semana, a mãe da cantora Gaby Amarantos. Hoje, a atriz Betty Lago. Todas levadas pelo câncer. Todas me proporcionando um sentimento agudo de tristeza, como se fossem pessoas de minha convivência. É a empatia. Eu compreendo a luta, a derrota e a perda.

Tenho andado triste. A saúde de minha mãe tem degenerado rapidamente e sua alma tem sido abalada por isso. Não há dias tranquilos. As noites, menos ainda. Toda a família é profundamente afetada com vivências assim. Estamos todos tristes, com as almas prostradas. Mesmo que nos esforcemos em sentido contrário, há um cansaço que vai se apossando de nós. São sentimentos estranhos e contraditórios. Naturalmente, isto deixa a todos com a sensibilidade bastante aflorada.

Isto explica as minhas lágrimas ao ler que uma pessoa desconhecida morreu. E a minha imensa preocupação com o futuro de todos nós, em especial de minha filha, claro. Afinal, nosso estilo de vida é cada vez mais cancerígeno. Nós comemos mal, passamos muitas horas em ambientes antinaturais, entupimo-nos de remédios duvidosos, respiramos cada vez mais poluição e estamos imersos em aparelhos eletrônicos de todos os tipos. Acima de tudo, nós nos negligenciamos. Quem diz que se cuida, em geral, o que realmente faz é se exceder para exibir uma imagem falsa nas redes sociais.

Os fatores de risco se acumulam, mas não as boas notícias. Estou preocupado. Que futuro nos aguarda?

sábado, 12 de setembro de 2015

I want to believe... it will be worth

Arquivo-X (The X-Files) é uma das séries de TV mais icônicas de todos os tempos. Começou morna, mas foi engrenando ao longo da primeira temporada e, daí por diante, rapidamente, tornou-se um produto cult, arrebatando uma legião de fãs fieis, os exxers. Várias séries posteriores podem ser consideradas, de algum modo, tributárias da criação de Chris Carter. Agentes do FBI investigando fatos cabulosos? Pode contar que as aventuras de Mulder e Scully estão por trás disso, inspirando.

Parceiros forçados em seu desprezível cafofo. Os penteados denunciam a idade.
O seriado teve nove temporadas, exibidas entre setembro de 1993 e maio de 2002 pelo canal Fox. No total, foram 202 episódios. Até onde sei, foi graças a ele que surgiu a expressão "monstro da semana", para diferenciar os episódios tratando sobre um tema particular daqueles que versavam sobre a questão central da narrativa. No caso de Arquivo X, a narrativa central tinha a ver com a abdução de Samantha, irmã do agente Fox Mulder, quando ainda eram crianças. Mulder desenvolve uma obsessão que o leva ao FBI e, especificamente, a lidar com casos que, por envolverem eventos paranormais ou sobrenaturais, não eram levados a sério por ninguém. Em uma salinha no porão, enfeitada com o celebérrimo quadro com a legenda "I want to believe" e a imagem de um disco voador, Mulder tenta provar a existência de conspirações do governo estadunidense acerca de alienígenas, monstros e outras criaturas insólitas, além da realidade de experiências extrassensoriais. Para conter os seus arroubos, os superiores lhe impõem uma parceira: Dana Scully, médica, uma autêntica cientista cética, que deve delatar as supostas sandices do agente.

Agentes em ação: perigos reais sem nenhuma crtedibilidade.
À medida que os casos vão se sucedendo, porém, torna-se claro que há mais coisas lá fora do que sonha nossa vã filosofia. Em uma estratégia irônica dos roteiristas, os agentes sempre caem em situações de extremo perigo, mas é sempre a cética Scully quem se dá mal. E somente ela vê as criaturas malignas ocultas no mundo, em circunstâncias que nunca lhe permitem produzir provas. Mais à frente, um drama pessoal de enormes proporções ocupará sua vida.

A soturna abertura mandava a mensagem que também se tornou icônica.
Diante disso, Scully vai-se tornando cada vez mais crédula e o seriado ganha tons de uma linguagem espiritual. Paralelamente a isso, Mulder, sempre perdendo as batalhas contra os inimigos, inclusive o governo de seu país e o próprio FBI, e sem conseguir pistas que o levem a recuperar a irmã, começa a questionar se vale a pena tanto sacrifício, dando mostras de desistência quanto a sua missão pessoal.


Na vida real, o ator David Duchovny começa a dar chilique. Reclama que não quer ser conhecido como ator de um personagem só e pede para sair do elenco. Os produtores, contudo, sabem que o seriado não existe sem Mulder. Insistem e conseguem segurá-lo por um tempo, até que não dá mais. Nas duas últimas temporadas, entram em cena os agentes John Doggett e Monica Reyes. Os fãs protestam. Para muitos, o seriado simplesmente não funciona mais.


E eis que, para a conclusão da trama, Mulder retorna como um agente aprisionado pelo governo, por saber demais. As conspirações são passadas a limpo, mas claramente nada vai mudar. Arquivo X é uma das estórias mais sombrias e desesperançadas que existem: não adianta lutar; no fim, você vai perder. Eles são fortes demais.

A cena final te deixa triste.
Arquivo X foi pioneiro, também, na estratégia de mesclar narrativas: a estória foi parcialmente contada fora da TV, por meio de dois filmes. Em 1998, The X-Files: fight the future serviu de arco entre a 5ª e a 6ª temporada. Cinco anos após o final do programa, The X-Files: I want to believe trouxe informações adicionais. No geral, ambos os filmes desagradaram os fãs. Àquela altura, a atriz Gillian Anderson dava entrevistas falando mal da série. Literalmente, cuspiu no prato em que comeu e deixou os fãs furiosos.

O famoso seriado, assim, também ficou conhecido pela má relação com ele demonstrada pelos dois atores principais.

Manual de Detecção de Nerds: você tem ou já teve vontade de possuir um quadro desses?
E eis que o inesperado aconteceu: Arquivo X vai voltar, como uma continuação normal. A 10ª temporada estreará nos Estados Unidos no dia 24 de janeiro do próximo ano, mas o primeiro episódio já está pronto e será exibido em novembro, em uma Comic Con. Os principais nomes do elenco original já foram confirmados, garantindo a presença dos agentes Mulder e Scully, do diretor-assistente do FBI, Walter Skinner, e do vilão Canceroso. Será que Duchovny e Anderson resistiram a retornar ao seriado de que tanto reclamaram? De jeito nenhum!

O Canceroso: "Mulder, eu sou seu pai!"
A verdade é que essa turma nunca mais conseguiu fazer sucesso. Duchovny se envolveu em projetos sofríveis e só conseguiu alguma projeção com o seriado Californication, uma comédia sem importância que conseguiu chegar a sete temporadas. Anderson participou de filmes e dos seriados Hannibal e The fall. Nem de longe a visibilidade de antes. Então parece que retornar a um dos programas mais bem sucedidos já feitos era uma decisão inteligente, sobretudo em uma época em que a criatividade já acabou e a indústria do entretenimento gira em torno de continuações e releituras de projetos antigos. Duchovny, por sinal, já declarou que, se houver uma 11ª temporada, ele está disponível! Nada como um dia após o outro, com 13 anos pelo meio.

Naturalmente, este é um momento de expectativa para os fãs. Se o novo projeto for bem concebido e realizado, o sucesso será garantido: os exxers assegurarão o triunfo. Mas nerds são exigentes e arrogantes: basta um fio de cabelo fora do lugar e o mundo vem abaixo. Ou seja, aqui não há meio termo. Chris Carter e sua equipe têm que acertar muito bem acertado, porque do contrário o fracasso será miserável. Trata-se de uma enorme aposta, que estou louco para acompanhar.

domingo, 6 de setembro de 2015

Minha oferta final

Belém, 6 de setembro de 2015

Deus
(em outras épocas, eu endereçaria a "querido Deus", mas já faz tempo que perdeste o merecimento para o adjetivo e para as letras maiúsculas também)

Como provavelmente sabes  já que, reza a lenda, tu sabes tudo , a semana que passou foi terrível. A inexorável progressão da doença de minha mãe tem feito com o que ela se sinta permanentemente mal, além de não conseguir dormir noite nenhuma. À medida que minguam suas forças físicas, seu espírito que um dia julguei inquebrantável também desmorona, um processo nada agradável de se ver.

Hoje, mais uma vez, ela não conseguiu almoçar. Pouco depois, pediu um mingau, que tem sido quase a base de sua dieta. Hoje foi mingau de aveia. Eu gosto. O cheiro bom me fez lembrar que faz incontáveis anos que não tomo. E me abriu, também, a lembrança para eventos de muitos anos atrás.

Talvez te lembres que fui uma criança triste. Volta e meia, surgiam-me umas febres psicossomáticas e, quando doente, às vezes eu ganhava um mingau noturno. Anos mais tarde, eu já era um jovem adulto e, mesmo assim, se adoecia, fazia beicinho e pedia um mingau, que minha mãe me dava na boca. Sim, era uma piada interna, um jogo familiar de carinho: mamãe dando mingauzinho na boquinha do filhinho adulto, ambos falando com voz de criança. Nós ríamos daquilo.

Hoje, eu me peguei dando mingau na boca de minha mãe. Mas não era uma brincadeira. Ela está fraca demais até para se alimentar. Quando suspendi a colher, a lembrança eclodiu em minha mente e não consegui conter-me. Faço muito esforço para não chorar na frente dela, mas hoje simplesmente não consegui, até porque a minha alma também está quebrantada demais. O acumulado da semana não foi nada fácil. Então as lágrimas começaram a rolar, enquanto eu tentava garantir, ao menos, que não houvesse soluços.

Daí o que aconteceu? Minha mãe voltou a ser ela: afastou-se de seus problemas e começou a me consolar. Ela estava me consolando! Tocou em mim, fazendo um carinho, e pediu para eu não chorar, para ser forte porque tenho uma filha para cuidar. Pediu-me para continuar cuidando da família e disse que tinha fé... Nesse momento, ela parou. Em seguida, disse que tinha fé em seu restabelecimento; que esta é apenas uma fase da doença. Mas essa minha mania de psicólogo de araque me leva a especular sobre o momento exato em que ela engatou. Será que ela realmente ainda tem fé ou já terá percebido as tuas artimanhas?

Tomou o quanto conseguiu do mingau e depois um pouquinho de água. E a cada movimento que fazia, eu tentava não explodir em choro. Consegui isso até chegar na sala. Ali desabei, perdendo o fôlego, de um jeito sem dúvida menos grave do que a falta de ar que a acomete, diária e progressivamente. Mas me faltava o ar, assim como me faltava o chão. Felizmente, ainda me restavam braços para mostrar que, ao menos, não estou só. Meu irmão, minha esposa e minha filha foram até mim, suportar o meu peso.

Se a tua memória é mesmo boa, deves recordar todos os pedidos que te fiz desde os fins de 2013 e como abri mão de cada um deles. Contudo, existe um do qual não posso abdicar de modo algum. É impossível, porque deve haver algum limite para a crueldade. E isto me leva à razão desta carta. Hesitei, como imagino que qualquer um hesitaria numa situação dessas, mas o fato é que vim propor um novo acordo.

Eis minha proposta: ofereço um ano de minha vida em troca de um ano da vida de minha mãe. Não ousarei ir além do bom senso; um ano me parece razoável. Tu nos concedes esse ano e podes levar o tempo correspondente de minha vida, embora eu mesmo admita que não seja lá mercadoria assim tão especial. Dada a existência de Júlia, no entanto, penso que vale o suficiente para negociar. Além disso, nada mais tenho para oferecer.

Mas tem que ser um ano nos meus termos; não nos teus. Tem que ser um ano sem dor, náusea, fraqueza, tontura, inapetência, acessos de tosse, cólica, constipação intestinal e esses outros sintomas que se acumulam sem trégua. Um ano sem internações nem sustos. Um ano de consciência da doença, de cuidados diários, sim, mas também de dignidade. Um ano sem terror. E com noites completas de sono. Daí podes fechar o teu ciclo, cumprindo os tais desígnios que só tu compreendes e teus asseclas vivem dizendo que devemos aceitar, embora eu duvide que eles mesmos saibam o por quê.

Esta é a minha oferta derradeira e, dado o acúmulo dos teus débitos conosco, acho que posso usar da tua própria técnica e me fechar a flexibilizações. A oferta é essa e não abro mão de mais nada. É pegar ou largar. Até porque nada te obriga a aceitar, nem eu posso fazer absolutamente nada em caso de recusa. Na verdade, vim aqui falar contigo como o homem agarrado à beira do precipício fala para o vazio que está prestes a tragá-lo. Tecnicamente, não é um acordo, mas um protesto. Um brado de indignação. Tu aceitas se quiseres, como um gesto de boa vontade. Para tentares convencer acerca dessa tua tão decantada misericórdia infinita.

Não precisas responder para mim. Só precisas fazer minha mãe abrir os olhos de volta em sua cama, mas agora sem qualquer pesadelo. Mesmo que doente, mesmo que essa doença seja a sua ponte para o fim desta existência, mas que possa completar a sua trajetória em paz.

É isso. Nada mais.


Y

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Nosso curso entre as melhores universidades do Brasil

Não é a primeira nem a segunda vez. Mais uma vez o Guia do Estudante, da Editora Abril, certifica o curso de Direito do Centro Universitário do Estado do Pará entre as melhores universidades do Brasil.


A listagem da Abril toma como parâmetros as avaliações do Ministério da Educação, portanto dados oficiais, conferindo credibilidade ao rol.

Na manhã de hoje, nossa coordenação recebeu a notícia e nós, professores, claro, já estamos repercutindo, porque esse é o nosso trabalho, mas também é a nossa vida. E temos realmente nos dedicado para diferenciar o nosso curso como um espaço para a formação de juristas, não apenas para quem deseja um título de bacharel, seja lá qual for a sua finalidade com isso.

O resultado hoje divulgado vem de muito trabalho, não apenas do corpo docente e da coordenação, mas de nossos funcionários e, obviamente, de nossos alunos, que não apenas têm conteúdo, quanto compreendem a seriedade das avaliações do MEC, como instrumentos para a própria existência do curso. Como o ENADE, que está chegando. Quanto mais bem avaliado o curso, mais valorizado é o diploma que nossos egressos recebem.

Parabéns a toda a comunidade acadêmica. Uma excelente notícia, esta.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

9 anos do blog

Mais uma demonstração de que este blog respira por aparelhos (a despeito de uma perceptível melhora recente): pela primeira vez, deixei passar em branco o aniversário desta pequena produção individual, ocorrido ontem. Mas, ao menos, não foi esquecimento. Faltou, isto sim, a oportunidade de sentar na frente do computador para escrever alguma menção.

Todos os anos, e principalmente agora, surpreendo-me com a sua duração. Mas o blog está aí. Não de pé: encontra-se sentado em uma poltrona, para aguentar a longa espera. Mas jura que tem disposição para prosseguir. então vamos adiante, aplicando a este projeto uma regra que vale para a vida toda: crie codornas; não crie expectativas.

Então seguiremos assim: quando der, deu. E vamos tentar concluir as postagens rascunhadas, que podem ser interessantes.

A quem passou por aqui e leu alguma coisa, um abraço forte e agradecido.