sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Parou, esperou e convidou

Dizem os antigos que o cavalo só passa selado na nossa frente uma vez. Por isso, quando ele passa, convém agarrá-lo com convicção. Dia desses, escutei uma pessoa dizer que, quando Deus quer uma coisa, dá um jeito para que aconteça. Naturalmente, trata-se de um argumento de fé, com implicações instigantes.

Veja-se o caso de Marina Silva. Candidatou-se à presidência da República no último pleito e teve um bom desempenho, sobretudo considerando ser sua primeira tentativa e estar fora da panelinha dos que loteiam o país.

Este ano, ela queria concorrer novamente, mas para tanto quis criar o seu próprio partido, para chegar como novidade. A despeito de seus esforços, não conseguiu o número mínimo de subscrições para registrar a agremiação junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Somente por isso, no apagar das luzes, filiou-se ao PSB, para manter-se elegível. Não conseguiu, porém, ser a cabeça da chapa, porque o PSB já tinha seu plano montado.

Mas aí veio o inesperado e o dramático: o avião caiu e Eduardo Campos morreu. Marina era a sucessora natural e ficou com a missão. Mas não apenas isso: já chegou com ótimas intenções de voto e, segundo a última pesquisa, tem chances reais de vencer. Como pretendia mesmo ser candidata, não foi pega de surpresa. Somando tudo isso a seu temperamento agradável, sua fala precisa e seu enorme jogo de cintura, está fazendo miséria com os dois concorrentes principais.

Soa estranho pensar que Deus ajeitou as peças para que Marina se tornasse não apenas candidata, mas efetivamente chegasse à presidência. No entanto, sem sombra de dúvida, ela está mais perto disso do que nunca. Talvez até que estivesse concorrendo pela sua Rede, que não chegou a nascer.

Sinceramente, não conheço exemplo mais contundente de cavalo selado parar na frente de alguém e fazer aquela pose ali da foto: "Venha cá, pode subir".

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