quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Glossário

Autoestima tóxica.

Atributo de determinadas pessoas que, mesmo sendo completamente irrelevantes, talvez até em seu entorno imediato, acreditam poder sair das cloacas em que vivem para invadir prédios públicos, intimar autoridades a fazer o que elas querem, ao arrepio de qualquer legalidade, com prazo que elas mesmas estabeleceram, sob pena de paralisar o país inteiro ou de fazer destituições de função. Esta patologia se completa com uma profunda autopercepção de ser legítimo representante da nação inteira.

Não-dito.

Mensagem de extrema importância e gravidade que o comunicante omite propositalmente, para se esquivar das consequências de sua ilegalidade ou violência. Em alguns casos, pelo perfil do comunicante e pela frequência de manifestações no mesmo sentido, é possível saber exatamente o que ele quer dizer e a resposta que pretende obter, mas todo mundo se faz de desentendido e deixa a água bater na pedra até, quem sabe, furar. Exemplos hipotéticos: "Estou esperando um sinal do povo". Em resposta: "Eu autorizo".

Tempo seguindo

Faz dois meses e meio que publiquei pela última vez aqui no blog, em 24 de junho. De lá para cá, umas tantas coisas aconteceram, entre boas e más. Em suma, o óbvio: o mundo seguiu seu curso, como sempre, indiferente às nossas preferências.

Dentre as ocorrências que para mim são relevantes, fiz aniversário, concluí minhas duas primeiras disciplinas no doutorado, tomei a segunda dose da vacina contra covid-19 e vi minha filhinha se desenvolver. Tudo sem publicidade, exceto a vacinação, porque a compreendo como uma questão de motivação de terceiros, pois a imunização não é apenas interesse individual: toda a sociedade se beneficia.

Quanto aos problemas, podem ser enormes, mas não merecem menção. Você cuida deles, mas ao mesmo tempo lhes dá o desprezo a que fazem jus. E segue adiante.

Ainda estamos vivos, por mais que haja muita gente, Brasil afora, querendo acabar com tudo, só porque sim. Eles também passarão.