segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E oito anos se passaram

Engraçado como, afetado pelo efeito domingo, simplesmente não me lembrei de que dia era ontem para mim. Só à noite, já muito tarde para voltar ao computador, ao mencionar a data — 9 de setembro —, foi que me recordei.

Oito anos atrás, em 9.9.1999 — que eu gosto de chamar de data cabalística —, ingressei pela primeira vez numa sala de aula, na condição de professor.

A docência, segundo penso, era uma condição natural para mim. Sempre gostei da ideia de que as pessoas pudessem aprender alguma coisa comigo. Na escola, explicava assuntos para os colegas. Certa vez, um deles me disse que eu explicava melhor do que o nosso professor. Talvez. Sempre tive facilidade para me expressar e o nosso lente era mesmo atrapalhado. Já no segundo grau (como ainda chamo o ensino médio, por hábito), quando se formavam grupos de estudo, eu explicava e os outros ouviam. Logo percebi que isso não me trazia muito proveito e fui parando. O vestibular se aproximava.

Na faculdade, entre as diversas carreiras jurídicas, já estava claro para mim que a única para a qual eu me encaminhava com certeza, a única de que não desistiria, era o magistério. Nos dois últimos anos do curso, fui monitor do querido professor Hugo Rocha, sempre estressado, já na disciplina Direito Penal, que hoje leciono. Dito e feito, foi a carreira que abracei e a única que considero essencial para minha existência como ser humano e como cidadão.

Tenho aprendido bastante na docência. Naturalmente, não me refiro ao Direito Penal em si, que isso as horas de estudo resolvem. Refiro-me a questões mais humanas. E creio que nos últimos anos com mais proveito do que, talvez, na primeira metade da jornada. Certas posturas enérgicas começaram a ser flexibilizadas e com isso os alunos, creio, são menos pressionados do que antes. A convivência melhorou significativamente.

A despeito das muitas e duras intempéries, foram oito anos deliciosos. Que eu por outro bem não trocaria, diria Camões.

Amo o que faço. Sem dúvida, um dos maiores anseios de todos os trabalhadores do Brasil é dizer isso. E isso eu digo. Que venham os próximos!

8 comentários:

morenocris disse...

Que linda lembrança. Caramba, você tem uma memória incrível.

Beijos.
Bom dia.
Boa semana.

Yúdice Andrade disse...

Memória incrível? Por causa da data? Ela nunca foi esquecida por três motivos: 1) ser algo extremamente importante em minha vida; 2) ser um número de fácil lembrança; 3) eu conheci a minha esposa nesse dia, exatamente porque me tornei professor. Aí fica fácil, certo?

Anônimo disse...

Parabéns!
Amar o que faz é tudo.
Abs

Anônimo disse...

Yúdice, é engraçado como tantas datas importantes pra ti se concentraram, neste ano, em algumas semanas. Já notou? Número de acessos, ano de blog, ano de docência...

Unknown disse...

Parabéns, professor. Espero um dia chegar lá, hehehe.

Unknown disse...

e já ia falar do comentário da cris hehehehe

9/9/99 não é uma data muito difícil de se lembrar hehehe
quem dera que todas as datas importante caíssem em dias assim...
seria tão bom. E seguro também, hehehe.

Anônimo disse...

Parabéns, professor! E você sabe que 9 é um número extremamento positivo na cabala!
Espero imensamente um dia poder falar que nem o senhor.

Yúdice Andrade disse...

E eu amo o que faço, Edyr, como tu.

Não tinha pensado nisso, Francisco, mas é fato. Muitas alegrias próximas. Que se multipliquem!

Tu chegarás, Carlos. Essa tua disposição já é um passo importantíssimo, porque define as tuas escolhas e a aceitação dos preços a pagar.

Na verdade, querida Laila, nada sei sobre a Cabala. Meu comentário sempre foi uma brincadeira, mas já que existe um significado, fiquei curioso por saber. Podes me explicar?
Quanto a falar como eu, o caminho é muito simples: ler muito. Portanto, estás no caminho certo.