Este simpático coelhinho pascoano ― de máscara para se proteger do coronavírus, e batendo panela para se proteger da maior ameaça enfrentada por este país ―, mostrou-me pela primeira vez o funcionamento de uma novidade do WhatsApp: o controle de replicação de mensagens. Conforme anunciado, e implementado desde o último dia 7, qualquer publicação considerada frequente (assim entendida como enviada por meio do aplicativo ao menos 5 vezes) somente poderá ser encaminhada para um único contato por envio, em vez do limite de 5 contatos, que é o padrão.
A medida foi tomada para combater a massificação das fake news, que hoje constituem um dos procedimentos mais comuns dos canalhas, em seus projetos insanos de poder. De quebra, também pode coibir a aplicação de golpes que constituam crimes comuns. Uma iniciativa ditada pela necessidade, que chega em boa hora, impulsionada pela pandemia que divide os seres humanos daqueles que insistem em seguir o seu mito (vulgo "transmito"), não importa o que ele faça.
Quando li a notícia sobre a medida que os gestores do WhatsApp tomariam, imaginei que daria certo porque, a julgar por mim mesmo, o aumento de trabalho para o cumprimento de uma tarefa gera, de fato, um desestímulo. Bastou eu tentar replicar o coelhinho para dois contatos e receber a mensagem de restrição do aplicativo e já não tive mais ânimo para enviar a mais ninguém. Fiz dois envios e pronto. Afinal, era apenas uma brincadeira. E não estou a fim de trabalho para uma brincadeira.
A decisão do WhatsApp é claramente um paliativo, mas terá consequências positivas. Afinal, os bandidos das fake news agem por meio de seus robôs, que replicam alucinadamente todo tipo de podridão, das mamadeiras de piroca ao ódio contra vacinas. Essa tarefa está prejudicada. Os vagabundos terão que se readequar. E os alucinados que escolheram o lado da maldade não serão impedidos de prestar o seu culto, mas o farão com mais trabalho e gastando mais tempo. Se acham que essa luta vale a pena, morram por ela.
No mais, feliz páscoa, gente.
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