Já falei algumas vezes sobre o silêncio que se tornou a tônica do blog, embora ele sobreviva. Desta vez, porém, tenho um motivo glorioso para apresentar: Margot nasceu, enfim, no dia 8 de abril, após uma espera que, para nós, começou efetivamente em 23 de julho passado(*).
Ela veio ao mundo com 48 centímetros e 3,4 quilos, saudável, sem qualquer complicação. Como da primeira vez, assisti à cirurgia do parto cesariano, mas me senti prejudicado pela equipe, que insistiu para que eu ficasse próximo à cabeça de Polyana e, com isso, perdi o melhor ângulo para ver a cirurgia, como me interessava. Devem achar que todo mundo é frouxo e precisa ser poupado. Parte da experiência se perdeu para mim. O videozinho de nascimento não ficou tão interessante quanto o de Júlia.
Sempre é muito intenso quando o bebê surge de corpo inteiro à nossa frente e chora. Desta vez, contudo, a sala estava cheia de técnicas em enfermagem (para que tanta gente?), cuja presença e postura retiraram a intimidade do momento. Melhorou quando nos estimularam a tirar fotos. Até o anestesiologista pegou a câmera, para que pudéssemos aparecer os três. Mas é tudo rápido, naturalmente, porque há uma cirurgia a ser finalizada. Ocorre a pega do bebê e nos dividimos entre um afastamento de segurança e momentos de fotos, que as próprias técnicas sugerem. Fotografar a criança pelada durante a primeira pesagem é um clássico.
Uma das técnicas estava sendo treinada, o que achei ótimo, pois a pediatra ia explicando o passo a passo das verificações que estavam sendo feitas, perguntando a finalidade de cada uma, etc. Isso foi bom, porque constatei pessoalmente a expertise com que minha criança estava sendo avaliada naquele momento crucial.
Agradecemos à equipe médica, capitaneada pelo anestesiologista Antônio Carlos, contando com o tocoginecologista e cirurgião Aloísio Marques e com a pediatra Elisa Alves. Desta feita, a tia de Polyana, também pediatra, Maria de Jesus Malheiros da Fonseca, não pode estar presente para acompanhar o parto, pois trabalha em emergência e, por isso, está gravemente exposta ao risco de contaminação por covid-19. Temos recebido seu apoio remotamente, desde o nascimento.
A mãe está tendo uma excelente recuperação. A filha passou relativamente bem, alternando dias bons com outros, mais ou menos. Infelizmente, tivemos um susto por aqui, com febre e outros sinais incertos, o que nos obrigou a retornar à maternidade. Ela foi internada, para nossa grande aflição. Felizmente, contudo, foi devidamente avaliada e os resultados foram bons, permitindo a sua alta logo no dia seguinte. Estamos recomeçando por aqui, com novas estratégias. Mas a pandemia não nos permite contar com o apoio direto de pessoas que adorariam estar aqui conosco. Paciência. É a nossa realidade atual.
Não posso dizer ainda com quem Margot se parece, mas posso afiançar que não se parece com um joelho! Aliás, sem vaidades e exageros, acredito que é uma recém-nascida linda, que veio ao mundo menos enrugada do que a irmã, que por sua vez já não era tão enjoelhada. Tem um rostinho mais arredondado e um cenho franzido que nos parece tão familiar!
Para escrever esta postagem, peguei a "Comunicação de nascimento", que postei em 24.7.2008, e escrevi por cima, de modo que vários trechos são rigorosamente iguais. Foi de propósito, isso. Estou dizendo às meninas que ambas estão enredadas em uma mesma história, no roteiro de nosso amor familiar.
Fiquemos todos em paz.
PS ― Quando será que surgirá a primeira "crônica de Margot"(**)?
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(*) Se algum preciosista fizer as contas, provavelmente não vai entender estes números. Melhor não tentar. É uma longa história.
(**) Se não entendeu, clique no marcador "crônicas de Júlia" e aproveite. Eu gosto bastante, mas sou suspeito.
4 comentários:
Parabéns Yudice e para a Polyna..
Muita saúde e felicidade para a Margot.
Muito obrigado, André. Saúde e felicidade para todos nós.
Parabéns professor, muita saúde e felicidade para toda a sua família.
Parabéns Yudice. Que traga alegrias .
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