quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Não ao "rouba mas faz"

A Folha Online publicou hoje o seguinte:

A maioria do eleitorado brasileiro rejeita a tese do "rouba mas faz", segundo revelou pesquisa divulgada hoje pela ONG (Organização Não-Governamental) Transparência Brasil. Os dados indicam que os brasileiros estão confiantes de que os novos governadores — que assumiram os mandatos em janeiro — farão boas gestões (75%) e que não irão roubar no cargo (62%).
Os eleitores que consideram que os governadores roubarão durante o mandato somam 19% e que não farão um bom governo, 30%. A conclusão do estudo é que apenas para uma parcela relativamente pequena do eleitorado considera que uma administração pode ser boa ainda que o administrador seja visto como ladrão.
A pesquisa indicou ainda que as pessoas formam suas convicções a respeito de um governante — se é ou não honesto — principalmente a partir do que lêem nos jornais. Em segundo lugar, está o relato de pessoas conhecidas e, por último, a propaganda eleitoral.
O desconhecimento dos governadores também é grande no país. Uma parcela de 25% dos eleitores não souberam identificar o nome do antigo governador do seu Estado, que deixou o cargo em janeiro deste ano. Uma faixa de 16% não sabe quem é o atual governador. Mesmo assim, o eleitorado não deixa de opinar sobre a honestidade do governante.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope, com 2002 pessoas depois das eleições de outubro. Além da Transparência Brasil, também participaram do levantamento a ONG Contas Abertas, o Projeto Adote um Municício e a Unacom, que representa os servidores da CGU (Controladoria Geral da União) e da Secretaria do Tesouro Nacional.

Recebo com desconfiaaaaaança (assim mesmo, com o "a" longo) esses resultados. Naturalmente, estão influenciados pela longa sucessão de escândalos vividos no país nos tempos recentes, que fez as pessoas, talvez, ficarem mais críticas. Acredito que a sociedade brasileira evoluiu, mas não a esse ponto, muito menos nesses percentuais.
Demais disso, a pesquisa está concentrada nos titulares de mandatos executivos, deixando de fora os nossos camaradas parlamentares, que não dispõem das chaves dos cofres, mas sabem muito bem como ter acesso a eles. Como um parlamentar é menos visado que um chefe de Executivo, além de que existem em maior quantidade, a fiscalização popular sobre eles é pífia, quando existe. Assim, eles ficam livres para se envolver em todo tipo de torpeza, p. ex. negociando com empresas que serão beneficiadas por decisões de governo, licitações, etc.
É pagar para ver.

2 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Primeiro: não existe político honesto. O sistema está todo corrompido, desgarrado do interesse público. O último "honesto" que existia eu votei nele, elegeu-se e "me" traiu.

Segundo: já passamos da fase do "rouba-mas-faz"; estamos agora no "só-faz-é-roubar".

Terceiro: o povo tem os políticos que merece, à sua imagem e semelhança.

Collor, Maluf, Clodovil, Jáder, Chinaglia, Berzoini e todos os petistas e não petistas mensaleiros...

A misericórdia não me é mais afeita.

Val-André Mutran  disse...

Mas Fred!