domingo, 15 de novembro de 2020

E as eleições em Belém, hein?

Algum choque e muita indignação: é como me sinto após o resultado das eleições municipais de hoje. Um sujeito que, até um dia desses, eu e milhares de pessoas não sabiam sequer que existia, e que aparecia em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, vai ao segundo turno com 23,05% dos votos válidos. Um sujeito cujo nome de campanha privilegia o seu cargo na segurança pública, desvelando uma modinha dos últimos anos, para angariar a simpatia da turma que acredita na violência como estratégia de coexistência social. Um fulano cujo material publicitário copiava o utilizado pelo atual presidente da República, o excrementíssimo. Dize-me com quem andas.

O sentimento é de nojo. Ficou claro que a direita em Belém, além de canalha como sempre, especializou-se na covardia: diz que vai votar nos candidatos da direita limpinha, mas vota mesmo no projeto que se apresenta alinhado à proposta fascista nacional.

Edmilson Rodrigues confirmou as pesquisas. Ficou em primeiro, com 34,26% dos votos válidos, portanto dentro da margem de erro. Com uma diferença de pouco mais de 11%, precisará trabalhar duro para se eleger, já que a máquina bolsonarista e o aparato evangélico vão tocar o terror nas próximas duas semanas. Há muito o que temer.

Priante ficou no lugar de sempre: segundo, terceiro colocado. Nunca passa disso. Não sei até quando esse inexpressivo deputado federal de carreira vai insistir em governar Belém. Ele perdeu o seu melhor momento, com o primo no governo do Estado e dispondo de ótima avaliação quanto ao seu mandato. Mas não transferiu voto. O resultado também confirmou as pesquisas... e o currículo do moço.

Os playba que se tornaram deputados estaduais catapultados pelo capital político e financeiro dos pais também malograram. Mas isso era sabido. A função desse tipo de candidatura não é se eleger, mas promover os nomes das figuras para eleições futuras. Aguarde 2022: vão tentar a Câmara Federal. A prefeitura de Belém e o governo do Estado devem estar nos planos, ou ao menos nos sonhos, mas de verdade apenas depois que derem um balão pelas esquinas de Brasília.

E os demais estavam ali cientes de que o resultado era isso mesmo. Exceto, talvez, Vavá Martins, que sempre pode contar com o rebanho para fazê-lo subir em seus projetos de poder. Se fosse um bom pastor, devia ficar na igreja, né?

Tenho ao menos a alegria de ver eleita a minha vereadora, Bia Caminha. Vai para a tenebrosa Câmara Municipal de Belém levando a voz das periferias. Espero que dê muito trabalho aos homens brancos endinheirados e aos lambaios do capital que andam por lá. 

Estamos longe da tranquilidade. Belém parece gostar de roleta russa.

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