segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Achei que devia dizê-lo

O dia de hoje foi marcado pela celeuma em torno de uma manifestação em rede social (sempre elas!), emitida por um gerente do Grupo Líder, manifestando um absurdo desprezo por professores. À boca miúda se diz que é um dos adoradores do excrementíssimo presidente da República e, nessa toada, não se furta de destilar ódio e contrariar qualquer realidade. Para ele, professores não trabalham há mais de um ano. Logo, em perfeita demonstração da lógica bolsonarista, sugeriu que fossem retirados recursos da educação para custear o novo auxílio emergencial.

São tantos os erros (para dizer o mínimo) na manifestação que nem sei por onde começaria a explicar. Tampouco tenho forças para isso. Mas vendo o barulho na grande rede, decidi que deveria fazer alguma coisa. Então acessei o site do Grupo Líder e mandei a seguinte mensagem:

Deplorável a manifestação do sr. Orimar Rodrigues (que, por sinal, já disse que mantém tudo) e deplorável o escapismo da empresa, limitando-se a dizer que o indivíduo não fala pela empresa. As pessoas não são tolas: sabem que o ofensor é da família; fosse apenas um empregado, o tratamento seria outro. Em tempos de ódio, não se posicionar é SE POSICIONAR A FAVOR DO QUE FOI CRITICADO. O mundo está mudando, a duras penas. Empresas que não assumirem posição em prol de valores serão tragadas. A balela da isenção não vai ajudar. E o negacionismo muito menos. Respeitem os profissionais da educação.

Nada de rede social: mandei a mensagem para o empregador (para a família, né?). Sem barulho nem sensacionalismo. E me identifiquei com nome, telefone e e-mail. Não escondo a cara, como os canalhas. Disse o que achei necessário dizer, no lídimo exercício da minha liberdade de expressão. Critiquei as atitudes e não a pessoa, física ou jurídica. Meu posicionamento até pode ser considerado como um conselho, um toque do bem para a empresa. Infelizmente, parece que brasileiros ainda são muito primitivos para isso, mas uma hora as pessoas, de um modo geral, começarão a repudiar empresas sem responsabilidade social. O processo já começou. Não me refiro a esse boicotismo internético, pouco mais do que uma modinha de cancelamento. Falo de ser ético na vida e de se relacionar apenas com quem for ético também.

Quando as pessoas finalmente assimilarem essa filosofia de vida, as empresas verão que não dá mais para calar.

Um comentário:

Hudson Andrade disse...

Cancelamento é um troço tolo e imaturo. Ações? Cadê? Brasileiro "de bem" é um erro.