Em 1984, o cineasta Peter Hyams lançou uma continuação para a obra-prima de Stanley Kubrick, 2001, que aqui ganhou o subtítulo Uma odisseia no espaço. Tratava-se de 2010, aqui O ano em que faremos contato. Apesar de baseado em obra original de Arthur C. Clarke, o filme é considerado um desastre por muitos. Não vi nenhum dos dois, por isso não me ocupo deles. Tomo de empréstimo, apenas, o subtítulo que foi dado à obra no Brasil.
Daqui a menos de quatro horas, o decantado ano de 2010 chegará. Ele será uma realidade em nossas vidas.
Nossos carros ainda não voam, como num mundo a la Jetsons. Ainda não resolvemos os problemas de energia. Não vivemos em comunidades de concreto e vidro que representam extraordinários engenhos da arquitetura. Mas já existem carros voadores, sem produção comercial. Existem também combustíveis alternativos e uma nova consciência acerca de sua utilização. E há, de forma pontual, engenhos arquitetônicos de estarrecer. O mundo ainda não é aquele cenário de sonho que os cineastas imaginaram, mas muita gente se esforça por alcançar, em pequena escala (para um dia ampliá-la), aquilo que no passado era apenas um delírio.
Neste momento em que um ciclo se fecha e, de imediato, um outro começa, e em que naturalmente nos enchemos de sentimentos de mudança, quiçá de esperança, eu lhes pergunto: em 2010, você quer fazer contato com o quê?
Com um novo emprego? Com uma graduação? Com um novo amor?
Podem ser muitas coisas. Mas, seja o que for, desejo que você alcance todas as coisas boas acalentadas em seu coração.
Faça contato em 2010 e seja feliz.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
De volta à normalidade?
Aparentemente, o apagão do Blogger, provocado pela despudorada Oi/Velox foi resolvido. Em todas as vezes que tentei acessar ontem, consegui navegar normalmente, sem quaisquer intercorrências. Observei que os outros blogs de domínio Blogspot, que costumam ser atualizados com frequência, voltaram à rotina. Observei isso por todo o dia, mas nada comentei, para não comemorar cedo demais.
Então que possamos terminar 2009 como se deve: funcionando. Será que isso poderia ser ampliado para os demais serviços de que somos consumidores?
Então que possamos terminar 2009 como se deve: funcionando. Será que isso poderia ser ampliado para os demais serviços de que somos consumidores?
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Sai da minha frente!
Não preciso dizer a ninguém que o trânsito em Belém é caótico e que, em certos horários, o caos se eleva a níveis ainda mais insuportáveis. Também não preciso dizer que a área do Entroncamento e seu entorno imediato estão incluídas na zona negra. Mas como se não bastassem as dificuldades cotidianas, sempre surge um cidadão de bem para tornar tudo pior.
Ou seja, num momento e local altamente prejudicados, ele causou sensação fazendo o que bem entendeu. E levou a melhor, claro. Afinal, quem vai disputar com um monstro desses?
É graças a tipos como esse que nossa cidade vai se tornando um lugar cada vez mais difícil para se viver. Para circular, então, nem se fala.
Perdão pela baixa qualidade da foto. Foi feita com celular, durante a noite e em momento de chuva fraca.
Precisei ir, hoje, na hora do rush (quase 19 horas), ao Shopping Castanheira. Para fugir do engarrafamento-monstro nosso de todo dia na BR-316, e considerando o bairro onde moro, decidi acessar o shopping pela Augusto Montenegro. Há alguns meses, a prefeitura asfaltou uma ruazinha que termina quase de frente para um portão lateral do Castanheira, aberto justamente como forma de melhorar a acessibilidade. Trata-se de uma rua muito estreita, onde o tráfego flui em fila única, formando um binário com outro logradouro. Foi aberto um retorno para que os condutores vindos da Augusto Montenegro alcancem tal via.
No momento em que cheguei ao retorno, uma confusão além do engarrafamento denunciava que algo mais estava acontecendo. Após uma longa espera, durante a qual veículos de passeio retornavam de ré e pessoas discutiam, descobri o motivo: este imenso caminhão, cujo condutor simplesmente decidiu trafegar na contramão, bloqueando completamente a rua.Ou seja, num momento e local altamente prejudicados, ele causou sensação fazendo o que bem entendeu. E levou a melhor, claro. Afinal, quem vai disputar com um monstro desses?
É graças a tipos como esse que nossa cidade vai se tornando um lugar cada vez mais difícil para se viver. Para circular, então, nem se fala.
Perdão pela baixa qualidade da foto. Foi feita com celular, durante a noite e em momento de chuva fraca.
Sobre Antônio Martins Pinheiro
Eis o que me escreveu o Fernando Sampaio sobre a pessoa de Antônio Martins Pinheiro:
A Constituição do Estado do Pará, promulgada em 3 de setembro de 1914, foi reformada e mudou a administração do Município da Capital, composta por um Conselho Municipal de 12 membros, eleito diretamente, e por um Intendente Municipal, nomeado pelo Governador do Estado. O primeiro Intendente nomeado foi o Dr. Antônio Martins Pinheiro, com nome gravado no Obelisco do teu desafio, que tomou posse em 14 de setembro de 1914. O Presidente eleito para o Conselho Municipal foi Dr. Dionísio Auzier Bentes.
Significa dizer que o Antônio Martins Pinheiro administrou Belém pouco depois do Intendente Antônio José de Lemos, que ficou na administração municipal entre 1897 e 1911.
Theodoro Braga, o grande pintor (da tela A Fundação da Cidade de Belém), teria inclusive feito retrato seu, guardado na pinacoteca da Câmara Municipal de Belém, mas não sei te informar se o quadro ainda existe, nem onde se encontra.
E para o teu blog, um facto inusitado sobre o nosso misterioso Martins Pinheiro - o gostar do oculto que te falei acima. Lê esse grande pedaço de texto:
Por esse tempo visitava Belém o Senhor Kouma Horigoutchy, ilustre ministro japonês acreditado junto ao Governo do Brasil, em viagem de estudo ao Norte do País.
Filho da gloriosa pátria de Togo (O Senhor Ludovic Naudeau, num artigo publicado no Journal, de Paris, conta-nos uma tocante cerimônia a que assistiu, no cemitério de Aogama, em Tóquio, após a batalha de Tsushima, na qual falou o Almirante Togo em nome da Nação. Dirigindo-se aos heróis daquele extraordinário feito das armas, pediu que suas almas "protegessem a Marinha japonesa, freqüentassem os navios e reencarnassem nas novas equipagens".), onde a crença na vida de além-túmulo, na pluralidade das existências, dá uma energia admirável ao povo e às qualidades morais que o tornam “primus inter pares” no concerto das nações civilizadas - o Senhor Kouma Horigoutchy desejou naturalmente assistir a uma das sessões da Senhora Prado.
Não tivemos ocasião de falar a S. Ex. e pedir-lhe suas impressões sobre os fenômenos a que assistiu. Entretanto, baseamos a transcrever a ata dessa memorável sessão, ata que traz a assinatura de S. Ex. e do outros homens ilustres; dignos de acatamento por todos os títulos.
Eis a ata:
“ATA DA SESSÃO ESPÍRITA REALIZADA NA RESIDÊNCIA DO SENHOR EURÍPEDES PRADO, EM 14 DE JUNHO DE 1920.
As 8 1/2 horas da noite de 14 de Junho de 1920, no prédio n. 43, em que reside o Senhor Eurípedes Prado, à rua dos Tamoios, presentes os Srs. Kouma Horigoutchy, ministro japonês, junto ao Governo do Brasil e ora em excursão ao norte do País; Doutor Justo Chermont, senador federal, e esposa; Doutor Virgílio Mendonça, senador estadual; Doutor Amazonas de Figueiredo, lente catedrático da Faculdade de Direito do Estado e diretor do Ginásio Pais de Carvalho; desembargador Napoleão de Oliveira, Chefe de Polícia; desembargador Santiago, membro do Tribunal do Estado; maestro Ettore Bosio, Capitão Pedro Borges, ajudante de ordens do Governador do Estado; Apolinário Moreira, deputado estadual; Doutor Pena e Costa, 3° Promotor Público; Teixeira Marques, funcionário da Intendência Municipal; Manoel Pereira, comerciante; corretor Pedro Bastos, e esposa; Doutor Nogueira de Faria, 1ª Prefeito da Capital; Senhor Eurípedes Prado e pessoas de sua família, começaram os trabalhos. No ângulo esquerdo da varanda, foi instalado uma espécie de gabinete, forrado de lona preta, e armado à vista dos assistentes. As cortinas do lado direito da armação e da frente ficaram suspensas. Dentro desta armação, a que daremos o nome de gabinete mediúnico, foi colocada uma grade, que os assistentes previamente examinaram, passando-lhe em volta uma tira de nastro, lacrando-a. Depois de receber a médium, foi essa grade fechada a cadeado e lacrada pelo Capitão de Corveta Joaquim Teodoro do Sacramento, em presença dos Srs. Kouma Horigoutchy, Justo Chermont, Martins Pinheiro, Lúcio Amaral, Capitão Pedro Borges e Napoleão de Oliveira, que pela primeira vez observavam o fenômeno. Em frente ao gabinete puseram uma pequena mesa e sobre esta dois baldes: um de água fria e outro de parafina derretida, com a temperatura bastante elevada.
Apagada a luz, a varanda ficou fracamente iluminada por uma lâmpada elétrica, que, no terraço ao lado, derramava luz bastante para o interior daquela, através dos vidros dos portais. Atrás da fila dos assistentes, em direção ao gabinete mediúnico, funcionava um ventilador. Antes de começar os trabalhos, o Senhor Eurípedes Prado recebeu uma mensagem tiptológica, em que o Espírito dizia estar tudo bem e comunicava ao Doutor Virgílio Mendonça que, em dado momento, poderia aproximar-se da grade. Com efeito, passados alguns minutos, ouviu-se o médium falar debilmente, dizendo ao Senhor Eurípedes que pedisse ao Doutor Virgílio para se aproximar. Este, indo, solicitou ao Espírito para convidar alguém que tivesse ido àqueles trabalhos pela primeira vez. Atendendo, convidou o Senhor Kouma. Ambos, então, viram, ao lado da médium, o Espírito materializado, dentro da grade.
Cerca de vinte minutos depois, saiu do gabinete o Espírito de “João”: trajava de preto, calças e paletó, capuz branco, descalço.
Apertou fortemente a mão do Doutor Virgílio Mendonça e, de leve, a do Senhor Ministro japonês.
Ia e vinha, abria os braços, mostrando-se distintamente a todos. Depois empenhou-se no trabalho de parafina, tendo mostrado a mão revestida de cera, tocando-a os Srs. Drs. Martins Pinheiro, Justo Chermont e Virgílio Mendonça. Pronto que foi o molde, “João” o entregou a um dos assistentes que o passou ao Senhor Kouma. Aproximou-se ainda, por diversas vezes, do círculo, tendo feito outro molde e oferecido ao mesmo Senhor Kouma. Alguns dos assistentes, entre os quais o Doutor Amazonas de Figueiredo, Pedro Bastos e senhora, Nogueira de Faria, Virgílio Mendonça, pediram-lhe que trouxesse “Anita”, um Espírito feminino que por diversas vezes já se materializara. “João” recolheu-se ao gabinete e, dentro em pouco, via-se aparecer uma moça, parecendo ter 14 a 16 anos, vestida toda de branco, saia e blusa, longos cabelos soltos.
Ajoelhou-se, orando, levantando-se, ia e vinha, desembaraçadamente, sendo vista por todos muito nitidamente.
Assim esteve durante um quarto de hora, talvez. Tomou o leque das mãos da Senhora Pedro Bastos, indo com ele abanar o rosto do Senhor Kouma, que parecia merecer as honras da noite. Ao ser restituído àquela senhora, o leque ficara ligeiramente humedecido no punho. Estava tão bem materializada que, na claridade enfraquecida do aposento, quase se distinguiam suas feições. Deu ainda algumas voltas e recolheu-se ao gabinete, desaparecendo.
Parecia estar finda a sessão; entretanto, reaparece “João”, desta vez vestindo túnica branca. Ajoelha-se e ora. Chegou por umas duas vezes ainda próximo à fila de assistentes e depois voltou para o gabinete. Alguns minutos mais e ouvia-se perfeitamente que ele despertava a médium. Antes de encerrar os trabalhos, ainda acenou adeus à assistência, com uma espécie de lenço.
Acordada a médium e feita a luz, foi à grade examinada pelos assistentes. O lacre e cadeado, tudo estava inteiramente intacto. Retirada a médium, o Senhor Ministro japonês colocou-se dentro da grade, examinando o cadeado, resistência dos varões, etc.
Belém do Pará, 14 de Junho de 1920.(Assinaram) H. Horigoutchy Virgilio Mendonça Justo Chermont João José Teixeira Marques Amazonas de Figueiredo Pedro Rodrigues Bastos Pedro Paulo Pena e Costa Napoleão de Oliveira Apolinário Moreira Ettore Bosio Pedro Borges. "
Por lamentável esquecimento de quem confeccionou esta ata, deixaram de ser incluídos os nomes dos Srs. Doutor Antônio Martins Pinheiro, então intendente de Belém, e Doutor Lúcio do Amaral, oficial de gabinete de S. Exa., e do Senhor Capitão de Corveta J. Teodoro do Sacramento.
NOTA — Ana Prado foi uma médium que viveu aqui em Belém e cujo nome é muito respeitado, porque era médium de efeitos físicos extraordinários (como as materializações relatadas acima), cuja legitimidade chegou a ser atestada por muitas pessoas respeitáveis (observe que há várias personalidades muito conhecidas entre os participantes da sessão descrita). Mas isto pede um aprofundamento que ficará para outra hora.
A Constituição do Estado do Pará, promulgada em 3 de setembro de 1914, foi reformada e mudou a administração do Município da Capital, composta por um Conselho Municipal de 12 membros, eleito diretamente, e por um Intendente Municipal, nomeado pelo Governador do Estado. O primeiro Intendente nomeado foi o Dr. Antônio Martins Pinheiro, com nome gravado no Obelisco do teu desafio, que tomou posse em 14 de setembro de 1914. O Presidente eleito para o Conselho Municipal foi Dr. Dionísio Auzier Bentes.
Significa dizer que o Antônio Martins Pinheiro administrou Belém pouco depois do Intendente Antônio José de Lemos, que ficou na administração municipal entre 1897 e 1911.
Theodoro Braga, o grande pintor (da tela A Fundação da Cidade de Belém), teria inclusive feito retrato seu, guardado na pinacoteca da Câmara Municipal de Belém, mas não sei te informar se o quadro ainda existe, nem onde se encontra.
E para o teu blog, um facto inusitado sobre o nosso misterioso Martins Pinheiro - o gostar do oculto que te falei acima. Lê esse grande pedaço de texto:
Por esse tempo visitava Belém o Senhor Kouma Horigoutchy, ilustre ministro japonês acreditado junto ao Governo do Brasil, em viagem de estudo ao Norte do País.
Filho da gloriosa pátria de Togo (O Senhor Ludovic Naudeau, num artigo publicado no Journal, de Paris, conta-nos uma tocante cerimônia a que assistiu, no cemitério de Aogama, em Tóquio, após a batalha de Tsushima, na qual falou o Almirante Togo em nome da Nação. Dirigindo-se aos heróis daquele extraordinário feito das armas, pediu que suas almas "protegessem a Marinha japonesa, freqüentassem os navios e reencarnassem nas novas equipagens".), onde a crença na vida de além-túmulo, na pluralidade das existências, dá uma energia admirável ao povo e às qualidades morais que o tornam “primus inter pares” no concerto das nações civilizadas - o Senhor Kouma Horigoutchy desejou naturalmente assistir a uma das sessões da Senhora Prado.
Não tivemos ocasião de falar a S. Ex. e pedir-lhe suas impressões sobre os fenômenos a que assistiu. Entretanto, baseamos a transcrever a ata dessa memorável sessão, ata que traz a assinatura de S. Ex. e do outros homens ilustres; dignos de acatamento por todos os títulos.
Eis a ata:
“ATA DA SESSÃO ESPÍRITA REALIZADA NA RESIDÊNCIA DO SENHOR EURÍPEDES PRADO, EM 14 DE JUNHO DE 1920.
As 8 1/2 horas da noite de 14 de Junho de 1920, no prédio n. 43, em que reside o Senhor Eurípedes Prado, à rua dos Tamoios, presentes os Srs. Kouma Horigoutchy, ministro japonês, junto ao Governo do Brasil e ora em excursão ao norte do País; Doutor Justo Chermont, senador federal, e esposa; Doutor Virgílio Mendonça, senador estadual; Doutor Amazonas de Figueiredo, lente catedrático da Faculdade de Direito do Estado e diretor do Ginásio Pais de Carvalho; desembargador Napoleão de Oliveira, Chefe de Polícia; desembargador Santiago, membro do Tribunal do Estado; maestro Ettore Bosio, Capitão Pedro Borges, ajudante de ordens do Governador do Estado; Apolinário Moreira, deputado estadual; Doutor Pena e Costa, 3° Promotor Público; Teixeira Marques, funcionário da Intendência Municipal; Manoel Pereira, comerciante; corretor Pedro Bastos, e esposa; Doutor Nogueira de Faria, 1ª Prefeito da Capital; Senhor Eurípedes Prado e pessoas de sua família, começaram os trabalhos. No ângulo esquerdo da varanda, foi instalado uma espécie de gabinete, forrado de lona preta, e armado à vista dos assistentes. As cortinas do lado direito da armação e da frente ficaram suspensas. Dentro desta armação, a que daremos o nome de gabinete mediúnico, foi colocada uma grade, que os assistentes previamente examinaram, passando-lhe em volta uma tira de nastro, lacrando-a. Depois de receber a médium, foi essa grade fechada a cadeado e lacrada pelo Capitão de Corveta Joaquim Teodoro do Sacramento, em presença dos Srs. Kouma Horigoutchy, Justo Chermont, Martins Pinheiro, Lúcio Amaral, Capitão Pedro Borges e Napoleão de Oliveira, que pela primeira vez observavam o fenômeno. Em frente ao gabinete puseram uma pequena mesa e sobre esta dois baldes: um de água fria e outro de parafina derretida, com a temperatura bastante elevada.
Apagada a luz, a varanda ficou fracamente iluminada por uma lâmpada elétrica, que, no terraço ao lado, derramava luz bastante para o interior daquela, através dos vidros dos portais. Atrás da fila dos assistentes, em direção ao gabinete mediúnico, funcionava um ventilador. Antes de começar os trabalhos, o Senhor Eurípedes Prado recebeu uma mensagem tiptológica, em que o Espírito dizia estar tudo bem e comunicava ao Doutor Virgílio Mendonça que, em dado momento, poderia aproximar-se da grade. Com efeito, passados alguns minutos, ouviu-se o médium falar debilmente, dizendo ao Senhor Eurípedes que pedisse ao Doutor Virgílio para se aproximar. Este, indo, solicitou ao Espírito para convidar alguém que tivesse ido àqueles trabalhos pela primeira vez. Atendendo, convidou o Senhor Kouma. Ambos, então, viram, ao lado da médium, o Espírito materializado, dentro da grade.
Cerca de vinte minutos depois, saiu do gabinete o Espírito de “João”: trajava de preto, calças e paletó, capuz branco, descalço.
Apertou fortemente a mão do Doutor Virgílio Mendonça e, de leve, a do Senhor Ministro japonês.
Ia e vinha, abria os braços, mostrando-se distintamente a todos. Depois empenhou-se no trabalho de parafina, tendo mostrado a mão revestida de cera, tocando-a os Srs. Drs. Martins Pinheiro, Justo Chermont e Virgílio Mendonça. Pronto que foi o molde, “João” o entregou a um dos assistentes que o passou ao Senhor Kouma. Aproximou-se ainda, por diversas vezes, do círculo, tendo feito outro molde e oferecido ao mesmo Senhor Kouma. Alguns dos assistentes, entre os quais o Doutor Amazonas de Figueiredo, Pedro Bastos e senhora, Nogueira de Faria, Virgílio Mendonça, pediram-lhe que trouxesse “Anita”, um Espírito feminino que por diversas vezes já se materializara. “João” recolheu-se ao gabinete e, dentro em pouco, via-se aparecer uma moça, parecendo ter 14 a 16 anos, vestida toda de branco, saia e blusa, longos cabelos soltos.
Ajoelhou-se, orando, levantando-se, ia e vinha, desembaraçadamente, sendo vista por todos muito nitidamente.
Assim esteve durante um quarto de hora, talvez. Tomou o leque das mãos da Senhora Pedro Bastos, indo com ele abanar o rosto do Senhor Kouma, que parecia merecer as honras da noite. Ao ser restituído àquela senhora, o leque ficara ligeiramente humedecido no punho. Estava tão bem materializada que, na claridade enfraquecida do aposento, quase se distinguiam suas feições. Deu ainda algumas voltas e recolheu-se ao gabinete, desaparecendo.
Parecia estar finda a sessão; entretanto, reaparece “João”, desta vez vestindo túnica branca. Ajoelha-se e ora. Chegou por umas duas vezes ainda próximo à fila de assistentes e depois voltou para o gabinete. Alguns minutos mais e ouvia-se perfeitamente que ele despertava a médium. Antes de encerrar os trabalhos, ainda acenou adeus à assistência, com uma espécie de lenço.
Acordada a médium e feita a luz, foi à grade examinada pelos assistentes. O lacre e cadeado, tudo estava inteiramente intacto. Retirada a médium, o Senhor Ministro japonês colocou-se dentro da grade, examinando o cadeado, resistência dos varões, etc.
Belém do Pará, 14 de Junho de 1920.(Assinaram) H. Horigoutchy Virgilio Mendonça Justo Chermont João José Teixeira Marques Amazonas de Figueiredo Pedro Rodrigues Bastos Pedro Paulo Pena e Costa Napoleão de Oliveira Apolinário Moreira Ettore Bosio Pedro Borges. "
Por lamentável esquecimento de quem confeccionou esta ata, deixaram de ser incluídos os nomes dos Srs. Doutor Antônio Martins Pinheiro, então intendente de Belém, e Doutor Lúcio do Amaral, oficial de gabinete de S. Exa., e do Senhor Capitão de Corveta J. Teodoro do Sacramento.
NOTA — Ana Prado foi uma médium que viveu aqui em Belém e cujo nome é muito respeitado, porque era médium de efeitos físicos extraordinários (como as materializações relatadas acima), cuja legitimidade chegou a ser atestada por muitas pessoas respeitáveis (observe que há várias personalidades muito conhecidas entre os participantes da sessão descrita). Mas isto pede um aprofundamento que ficará para outra hora.
Você conhece Belém? — Resposta do teste 2
E mais uma vez o Fernando Sampaio desvendou o caso (leia a postagem abaixo desta).
A fotografia postada no segundo desafio da série Você conhece Belém? é mesmo uma representação de Santa Rita. Por sinal, o nome aparece escrito em letras pretas abaixo da estátua, mas na imagem pequena é impossível perceber. Talvez ampliando e dando um zoom você consiga ler. Mas se você passar pela esquina da João Balby com a Alcindo Cacela, verá o ícone pessoalmente e, abaixo dele, a Panificadora Santa Rita, o que ajuda a fechar a questão. Não se esqueça de olhar para cima.
Santa Rita, aliás Rita Lotti, nasceu no ano de 1381 em uma comuna italiana chamada Cascia (província de Perúngia, região da Úmbria), de onde vem a forma aportuguesada Cássia, das milhares de Ritas de Cássia que conhecemos. Acredita-se que sempre desejou a vida religiosa, mas seus pais lhe impuseram um casamento, colocando-a à mercê de um certo Paolo Ferdinando, marido abusivo e infiel. Rita foi um modelo da virtude que se compreendia à época e tanto orou e orou que, após duas décadas de sofrimento, o esposo se converteu e pediu-lhe perdão. Mas pouco depois foi assassinado, em suposta represália dos desviados com quem antes convivia.
Os filhos gêmeos do casal, de temperamento análogo ao do pai, juraram vingança. Rita, então, preocupada em salvar-lhes as almas, teria pedido a Deus que levasse os dois, antes que cometessem um pecado mortal. Pedido atendido, os dois foram vitimados por grave doença, não sem antes ceder aos apelos maternos e perdoar os assassinos do genitor.
Uma vez viúva e sem filhos, decidiu ingressar finalmente na vida religiosa. Mediante suposta orientação mística de Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista, foi admitida no monastério de Santa Maria Madalena em 1417, após um pretenso milagre, tornando-se monja agostiniana. Os relatos que se seguem envolvem acontecimentos extraordinários, próprios do modo católico de representar seus personagens de escol.
Rita morreu no ano de 1457, foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900.
Se esta for a sua fé, diante de uma causa impossível reze:
Ó Poderosa e gloriosa Santa Rita, eis a vossos pés uma alma desamparada que, necessitando de auxílio, a vós recorre com a doce esperança de ser atendida por vós que tem o título de santa dos casos impossíveis e desesperados. Ó cara santa, interessai-vos pela minha causa, intercedei junto a Deus para que me conceda a graça de que tanto necessito (faça o pedido). Não permitais que tenha de me afastar de vossos pés sem ser atendido. Se houver em mim algum obstáculo que me impeça de alcançar a graça que imploro, auxiliai-me para que o afaste. Envolvei o meu pedido em vossos preciosos méritos e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, em união com a vossa prece. Ó Santa Rita, eu ponho em vós toda a minha confiança. Por vosso intermédio, espero tranqüilamente a graça que vos peço. Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.
A fotografia postada no segundo desafio da série Você conhece Belém? é mesmo uma representação de Santa Rita. Por sinal, o nome aparece escrito em letras pretas abaixo da estátua, mas na imagem pequena é impossível perceber. Talvez ampliando e dando um zoom você consiga ler. Mas se você passar pela esquina da João Balby com a Alcindo Cacela, verá o ícone pessoalmente e, abaixo dele, a Panificadora Santa Rita, o que ajuda a fechar a questão. Não se esqueça de olhar para cima.
Santa Rita, aliás Rita Lotti, nasceu no ano de 1381 em uma comuna italiana chamada Cascia (província de Perúngia, região da Úmbria), de onde vem a forma aportuguesada Cássia, das milhares de Ritas de Cássia que conhecemos. Acredita-se que sempre desejou a vida religiosa, mas seus pais lhe impuseram um casamento, colocando-a à mercê de um certo Paolo Ferdinando, marido abusivo e infiel. Rita foi um modelo da virtude que se compreendia à época e tanto orou e orou que, após duas décadas de sofrimento, o esposo se converteu e pediu-lhe perdão. Mas pouco depois foi assassinado, em suposta represália dos desviados com quem antes convivia.
Os filhos gêmeos do casal, de temperamento análogo ao do pai, juraram vingança. Rita, então, preocupada em salvar-lhes as almas, teria pedido a Deus que levasse os dois, antes que cometessem um pecado mortal. Pedido atendido, os dois foram vitimados por grave doença, não sem antes ceder aos apelos maternos e perdoar os assassinos do genitor.
Uma vez viúva e sem filhos, decidiu ingressar finalmente na vida religiosa. Mediante suposta orientação mística de Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista, foi admitida no monastério de Santa Maria Madalena em 1417, após um pretenso milagre, tornando-se monja agostiniana. Os relatos que se seguem envolvem acontecimentos extraordinários, próprios do modo católico de representar seus personagens de escol.
Rita morreu no ano de 1457, foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900.
Se esta for a sua fé, diante de uma causa impossível reze:
Ó Poderosa e gloriosa Santa Rita, eis a vossos pés uma alma desamparada que, necessitando de auxílio, a vós recorre com a doce esperança de ser atendida por vós que tem o título de santa dos casos impossíveis e desesperados. Ó cara santa, interessai-vos pela minha causa, intercedei junto a Deus para que me conceda a graça de que tanto necessito (faça o pedido). Não permitais que tenha de me afastar de vossos pés sem ser atendido. Se houver em mim algum obstáculo que me impeça de alcançar a graça que imploro, auxiliai-me para que o afaste. Envolvei o meu pedido em vossos preciosos méritos e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, em união com a vossa prece. Ó Santa Rita, eu ponho em vós toda a minha confiança. Por vosso intermédio, espero tranqüilamente a graça que vos peço. Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.
Tanto Tanto!
Trata-se do Fernando Gurjão Sampaio, que se autodenomina "Tanto" e que um dia encontrou este blog e passou a me brindar com algumas simpáticas contribuições. Nos últimos dois dias, contudo, o rapaz se tornou o gatilho mais rápido do Oeste (de Belém). Ele resolve, em curto espaço de tempo, todos os questionamentos que lanço.
Quando propus o primeiro desafio da série Você conhece Belém?, ele forneceu a resposta correta em 2 horas e 10 minutos. No segundo, melhorou a marca: levou apenas 1 hora e 27 minutos — e isso em plena madrugada! A resposta dele foi mandada às 2h40 da manhã.
Como se não bastasse, no segundo desafio surgiu uma questão transversal, acerca da identidade de um antigo administrador de Belém. Tentei encontrar algo na Internet, sem sucesso, mas o Fernando me ofereceu rapidamente um longo relato que, por seu caráter útil e conteúdo inusitado, vou transformar em postagem específica.
E daqui por diante vou piorar o nível dos desafios, porque o Fernando não está facilitando nem chamar de desafio!
Eduardo chega
Neste exato momento, lá em Santarém, um menino está vindo ao mundo. Trata-se do Eduardo, filho de minha cunhada Diana e de seu marido, Marcelo. Devo lamentar que mais uma defensora aguerrida do parto normal tenha sido vencida pela imposição de um parto cesariano — se bem que, nesse caso, devido a uma série de complicações pregressas, incluindo a necessidade de tomar medicamentos por todo o mês de dezembro, para inibir o parto, já imaginávamos que isso aconteceria.
O importante é que o bebê venha ao mundo com saúde e que ele e sua mãe fiquem bem. Estamos na torcida.
Atualização.
Eduardo nasceu. Mãe e filho passam bem.
O importante é que o bebê venha ao mundo com saúde e que ele e sua mãe fiquem bem. Estamos na torcida.
Atualização.
Eduardo nasceu. Mãe e filho passam bem.
Boa noite
Admito que é ridículo dizer isto, mas confesso uma certa hesitação em desligar o computador e ir dormir, dado o risco de, pela manhã, descobrir que não consigo postar mais nada. Está tudo funcionando tão bem agora! As páginas são carregadas tão rapidamente!
Mas já são duas horas da manhã e, mais do que isso, a coisa vira obsessão (se é que já não virou...). Portanto, meus caros, boa noite. Certos estão vocês, que só lerão estas palavras durante o dia, após terem dormido corretamente, como gente de bem!
Mas já são duas horas da manhã e, mais do que isso, a coisa vira obsessão (se é que já não virou...). Portanto, meus caros, boa noite. Certos estão vocês, que só lerão estas palavras durante o dia, após terem dormido corretamente, como gente de bem!
Você conhece Belém? — Teste 2
Aproveitando que, agora de madrugada, estou conseguindo postar tudo o que quero, não perderei tempo e lançarei desde logo o segundo desafio da série Você conhece Belém?
O Brasil foi colonizado por portugueses, o que explica a poderosa tradição católica, que perdura até hoje. Os católicos possuem, entre suas características, uma enorme necessidade de símbolos exteriores. A fé precisa ser materializada e, mais do que isso, precisa ser exposta à visão da sociedade. Daí que muita gente construía suas casas e colocava nelas, em lugar de destaque, um ícone religioso, p. ex. um santo de devoção. É exatamente o que vemos nesta imagem.
Se você nunca andou pelas ruas de Belém olhando para o alto, nem imagina quanta coisa perdeu. Isso, claro, se você é um curioso como eu.
O prédio em questão já foi muito modificado, mas acredito que a imagem está ali há mais décadas do que eu poderia testemunhar, com 34 anos de idade. Meu segundo desafio é este, também com duas perguntas: Que santa está representada na estátua? Onde podemos encontrar esta esquina?
Aviso que também se trata de uma esquina bastante movimentada, embora não sejam vias tão nevrálgicas para a cidade como a Presidente Vargas. Todavia, se uma delas engarrafar, estaremos em apuros.
Será que esta nova questão durará mais de um dia? Será que o Fernando será rápido no gatilho, de novo?
O Brasil foi colonizado por portugueses, o que explica a poderosa tradição católica, que perdura até hoje. Os católicos possuem, entre suas características, uma enorme necessidade de símbolos exteriores. A fé precisa ser materializada e, mais do que isso, precisa ser exposta à visão da sociedade. Daí que muita gente construía suas casas e colocava nelas, em lugar de destaque, um ícone religioso, p. ex. um santo de devoção. É exatamente o que vemos nesta imagem.
Se você nunca andou pelas ruas de Belém olhando para o alto, nem imagina quanta coisa perdeu. Isso, claro, se você é um curioso como eu.
O prédio em questão já foi muito modificado, mas acredito que a imagem está ali há mais décadas do que eu poderia testemunhar, com 34 anos de idade. Meu segundo desafio é este, também com duas perguntas: Que santa está representada na estátua? Onde podemos encontrar esta esquina?
Aviso que também se trata de uma esquina bastante movimentada, embora não sejam vias tão nevrálgicas para a cidade como a Presidente Vargas. Todavia, se uma delas engarrafar, estaremos em apuros.
Será que esta nova questão durará mais de um dia? Será que o Fernando será rápido no gatilho, de novo?
Você conhece Belém? — Resposta do teste 1
Duas horas e dez minutos. Este foi o tempo que o nosso caríssimo Fernando Sampaio, ou simplesmente Tanto, levou para desvendar o primeiro desafio lançado aqui no blog (duas postagens abaixo desta), ainda que parcialmente. Eu perguntei o que era e onde estava localizado o objeto cujo detalhe era este:
Com efeito, Fernando informou a localização correta, fazendo inclusive referência ao prédio da Receita Federal. O endereço preciso seria Av. Presidente Vargas, esquina com a Rua Gaspar Viana, no bairro da Campina. Eis aqui a visão completa do nosso primeiro objeto:
Uma visão diagonal, que mostra o mesmo rosto repetido em cada uma das quatro faces do obelisco.
Aqui, a visão frontal de uma das faces, que nos permite ler a explicação sobre o significado do monumento:
Nova rampa construída na administração do Exmo. Sr. Dr. A. Martins Pinheiro
1916
Obeliscos são monumentos de formato quadrangular e alongado, que se estreitam até terminar em um cume piramidal, o que remete a sua origem: o Egito antigo. Destinam-se a comemorar algum evento, que no nosso caso foi a construção de uma rampa. Coisa de político de Sucupira: coloca um prego numa porção de manteiga e manda erigir um monumento por isso, em sua própria honra! Não mudamos muito de 1916 para cá.
A tal rampa nem existe mais, substituída que foi por asfalto e calçadas. Naquele ponto, existe uma pequena ladeira, coisa pouco comum nesta cidade plana. Felizmente, o monumento sobreviveu. Egolatria que seja, é um elemento de valor histórico. História que estamos acostumados a desprezar. Tanto é verdade que tentei várias expressões de busca, mas não localizei na Internet nenhuma informação sobre o A. Martins Pinheiro que um dia administrou Belém.
Com isso, acabo propondo um segundo desafio, para o qual não tenho solução: alguém sabe dizer quem foi A. Martins Pinheiro, que mandou construir o obelisco da Presidente Vargas? Se alguém souber, por favor, me ilumine.
PS — Novos desafios sobre Belém virão.
Vista no meio do caminho
Neste momento, pessoas inteligentes e abnegadas estão se esforçando por resolver o apagão do Blogger, que por culpa da famigerada e mil vezes odiosa Oi/Velox tirou do ar muita gente boa, em vários Estados. A blogosfera paraense está bastante afetada, com alguns endereços indispensáveis prejudicados.
Entre essas pessoas, o nosso querido Carlos Barretto, do Flanar, do qual também sou um dos editores. Lá foram postados textos explicando como sanar o problema se você for usuário das plataformas Mac OS e Windows XP. Os procedimentos indicados são comprovadamente eficazes. Mas, como bandeira pouca é bobagem, este escriba um dia se deixou seduzir por um notebook belíssimo, vermelho Ferrari, não se importando com o fato de nele vir o Windows Vista. E para o Vista os procedimentos mencionados não funcionam.
Já me aborreci muito na semana que passou e, nas últimas horas, já gritei, praguejei e soquei a mesa. Então me pus a contemplar o sono sereno de minha filha e, aos poucos, a racionalidade foi voltando. Uma solução que antes rejeitei pode ser a solução do momento: trocar de máquina. Simples, não? A outra roda o Windows XP e, apesar de algum embaraço que seu uso causará, ao menos poderei blogar em paz.
É o caso de deixar de ser turrão e usufruir da solução temporária. Contudo, isso não trará de volta os blogs amigos que estão fora do ar. E por essa razão me irritei tanto.
Cadê a solução definitiva, Oi/Velox? Sua despudorada!!!
Entre essas pessoas, o nosso querido Carlos Barretto, do Flanar, do qual também sou um dos editores. Lá foram postados textos explicando como sanar o problema se você for usuário das plataformas Mac OS e Windows XP. Os procedimentos indicados são comprovadamente eficazes. Mas, como bandeira pouca é bobagem, este escriba um dia se deixou seduzir por um notebook belíssimo, vermelho Ferrari, não se importando com o fato de nele vir o Windows Vista. E para o Vista os procedimentos mencionados não funcionam.
Já me aborreci muito na semana que passou e, nas últimas horas, já gritei, praguejei e soquei a mesa. Então me pus a contemplar o sono sereno de minha filha e, aos poucos, a racionalidade foi voltando. Uma solução que antes rejeitei pode ser a solução do momento: trocar de máquina. Simples, não? A outra roda o Windows XP e, apesar de algum embaraço que seu uso causará, ao menos poderei blogar em paz.
É o caso de deixar de ser turrão e usufruir da solução temporária. Contudo, isso não trará de volta os blogs amigos que estão fora do ar. E por essa razão me irritei tanto.
Cadê a solução definitiva, Oi/Velox? Sua despudorada!!!
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Você conhece Belém? — Teste 1
Inicio, enfim (após quase duas horas tentando postar), a série de postagens Você conhece Belém? — destinada a conferir quanto os moradores desta cidade conhecem o seu próprio ambiente.
Neste primeiro desafio, peço que dê uma boa olhada neste rosto.
Você não o considera familiar? Não tem a impressão de o ter visto em algum lugar? É bem possível. Afinal, ele se encontra em local aberto, absolutamente visível, numa das esquinas mais movimentadas de Belém.
Então vamos lá! Diga o que é esta imagem e onde ela está localizada.
Vou aguardar uns diazinhos antes de responder.
A música e o nivelamento cultural das classes sociais
Hoje em dia, não faltam defensores de ritmos musicais popularescos e mesmo grotescos, que seriam uma expressão genuína da cultura de um certo povo, em dado tempo e local. O brega, o axé, o funk e tantos outros desatinos sonoros — pobres não porque eu queria assim os classificar, mas porque demandam pouco conhecimento e pouca técnica para sua composição e execução — seriam exemplos dessas produções antes marginalizadas e que hoje estão no gosto de uma classe média cada vez mais permeável à baixaria. Eles seriam, assim, na visão romântica de seus defensores, instrumentos de um inusitado nivelamento social. Nas festas de aparelhagem de Belém, nas micaretas nordestinas e nos bailes funk cariocas, ricos e pobres se misturariam numa suposta confraternização, que reduziria os efeitos das diferenças de classe.
O que ninguém imagina é que esse fenômeno já aconteceu, duzentos anos atrás, com ritmos hoje menosprezados pelo senso comum, não por serem ruins, mas por serem bons demais: os eruditos. Talvez você acha que eu me refiro às quadrilhas, polcas e mazurcas, que fizeram a alegria nos bailes europeus da Idade Moderna. Sem dúvida, elas também exerceram esse papel, em alguma medida. Mas o ritmo que realmente derrubou as diferenças de gosto entre as classes sociais foi a valsa. Sim, a valsa, que no imaginário do nosso tempo está diretamente associada a eventos de gala — os casamentos sofisticados, os ridículos mas ainda famosos bailes de debutantes e as festas de formatura (se bem que estas não podem ser consideradas exatamente como glamourosas, e sim como frenéticas).
Amante da música erudita nas suas mais variadas formas (antiga, sacra, medieval, marcial, clássica, étnica, etc.), eu mesmo fiquei surpreso com esta descoberta, que fiz lendo o opúsculo que acompanha o CD Grandes Compositores da Música Clássica, editada pela Abril Coleções e associada à revista Bravo!. Refiro-me, como não poderia deixar de ser, ao volume dedicado à Família Strauss. Veja o que diz a publicação:
Mas, afinal, o que é a valsa? Ouça uma delas com atenção. O início lento parece um tanto convencional. Mas a aceleração do andamento aos poucos deságua em um delírio de música vertiginosa. Pela primeira vez na história, uma música exigia uma dança em que os casais rodopiam enlaçados, embalados por melodias memoráveis. Reunindo tais qualidades, a valsa se tornou um êxito sem precedentes na vida musical europeia das primeiras décadas do século 19.
Quando surgiu como um tsunami na Viena dos anos 1820, o gênero foi considerado indecente, imoral e até prejudicial à saúde. A polícia coibiu a "indecência e a abominável maneira de fazer as mulheres girarem" e de "fazer voarem os vestidos revelando o que deveria permanecer oculto". A reação da Justiça austríaca beirou a histeria. Os guardiões da moral baixaram leis proibindo a valsa em nome da higiene pública. Eles se apoiavam numa "pesquisa" indicando que, das cerca de 10 mil pessoas mortas por ano em Viena, "uma em cada quatro morre em geral por causa de uma doença respiratória, com frequência agravada pela prática excessiva da valsa". Um juiz garantia que "valsar durante dez horas sem parar, até as sete da manhã, provoca uma vertigem constante com enfraquecimento da vista e do ouvido, sem falar de consequências mais graves".
Reações inúteis, pois, nos anos 1830, a valsa já invadira os salões de baile públicos e privados, parques e praças, cafés e hotéis de luxo de todos os tamanhos e quilates. E arrebentara com as divisões de classes. A nobreza, a burguesia ascendente, as classes baixas, todo mundo se divertia em baições regados a valsa. Fenômeno igual o mundo só veria um século depois, com o surgimento do rock e de Elvis Presley.
(...) A valsa foi, de fato, a primeira música verdadeiramente popular. E o responsável pela façanha não foi um homem apenas, mas uma família. A família Strauss.
O que ninguém imagina é que esse fenômeno já aconteceu, duzentos anos atrás, com ritmos hoje menosprezados pelo senso comum, não por serem ruins, mas por serem bons demais: os eruditos. Talvez você acha que eu me refiro às quadrilhas, polcas e mazurcas, que fizeram a alegria nos bailes europeus da Idade Moderna. Sem dúvida, elas também exerceram esse papel, em alguma medida. Mas o ritmo que realmente derrubou as diferenças de gosto entre as classes sociais foi a valsa. Sim, a valsa, que no imaginário do nosso tempo está diretamente associada a eventos de gala — os casamentos sofisticados, os ridículos mas ainda famosos bailes de debutantes e as festas de formatura (se bem que estas não podem ser consideradas exatamente como glamourosas, e sim como frenéticas).
Amante da música erudita nas suas mais variadas formas (antiga, sacra, medieval, marcial, clássica, étnica, etc.), eu mesmo fiquei surpreso com esta descoberta, que fiz lendo o opúsculo que acompanha o CD Grandes Compositores da Música Clássica, editada pela Abril Coleções e associada à revista Bravo!. Refiro-me, como não poderia deixar de ser, ao volume dedicado à Família Strauss. Veja o que diz a publicação:
Mas, afinal, o que é a valsa? Ouça uma delas com atenção. O início lento parece um tanto convencional. Mas a aceleração do andamento aos poucos deságua em um delírio de música vertiginosa. Pela primeira vez na história, uma música exigia uma dança em que os casais rodopiam enlaçados, embalados por melodias memoráveis. Reunindo tais qualidades, a valsa se tornou um êxito sem precedentes na vida musical europeia das primeiras décadas do século 19.
Quando surgiu como um tsunami na Viena dos anos 1820, o gênero foi considerado indecente, imoral e até prejudicial à saúde. A polícia coibiu a "indecência e a abominável maneira de fazer as mulheres girarem" e de "fazer voarem os vestidos revelando o que deveria permanecer oculto". A reação da Justiça austríaca beirou a histeria. Os guardiões da moral baixaram leis proibindo a valsa em nome da higiene pública. Eles se apoiavam numa "pesquisa" indicando que, das cerca de 10 mil pessoas mortas por ano em Viena, "uma em cada quatro morre em geral por causa de uma doença respiratória, com frequência agravada pela prática excessiva da valsa". Um juiz garantia que "valsar durante dez horas sem parar, até as sete da manhã, provoca uma vertigem constante com enfraquecimento da vista e do ouvido, sem falar de consequências mais graves".
Reações inúteis, pois, nos anos 1830, a valsa já invadira os salões de baile públicos e privados, parques e praças, cafés e hotéis de luxo de todos os tamanhos e quilates. E arrebentara com as divisões de classes. A nobreza, a burguesia ascendente, as classes baixas, todo mundo se divertia em baições regados a valsa. Fenômeno igual o mundo só veria um século depois, com o surgimento do rock e de Elvis Presley.
(...) A valsa foi, de fato, a primeira música verdadeiramente popular. E o responsável pela façanha não foi um homem apenas, mas uma família. A família Strauss.
Johann Strauss I (1804-1849), aclamado como "pai da valsa"
Quanto mais conhecemos a música erudita, mais motivos temos para amá-la e admirá-la.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Farei todo o possível
As dificuldades de acesso ao Blogger, nos últimos seis dias, inviabilizaram postagens (até porque, em muitos casos, a ideia é uma coisa de momento e, passado este, você se desinteressa do tema) e, naturalmente, as respostas que gentis comentaristas mandaram, se é que conseguiram acessar esta bodega.
Após o auxílio do Barretto e de minha esposa, voltei a blogar, mas a navegação está absolutamente instável. De vez em quando tudo para e, quando clico em algum comando, aparece a fatídica mensagem de link quebrado. Aí paro tudo, vou dar uma volta, fecho janelas e as reabro... Em algum momento, o serviço volta a funcionar. Antes, nem isso.
Assim, a duras penas, consegui despejar quatro postagens e responder aos comentários dos últimos dias. Mas a sensação é ruim, porque faço tudo às pressas, com medo de tudo congelar antes que eu finalize. E o medo se mostrou fundamentado. O prazer de blogar está comprometido, o que é uma lástima.
Estou empenhado em encontrar uma solução definitiva. Até lá, farei o possível para publicar e responder os comentários que me deixam, como sempre fiz, porque os leitores merecem essa demonstração de respeito.
Após o auxílio do Barretto e de minha esposa, voltei a blogar, mas a navegação está absolutamente instável. De vez em quando tudo para e, quando clico em algum comando, aparece a fatídica mensagem de link quebrado. Aí paro tudo, vou dar uma volta, fecho janelas e as reabro... Em algum momento, o serviço volta a funcionar. Antes, nem isso.
Assim, a duras penas, consegui despejar quatro postagens e responder aos comentários dos últimos dias. Mas a sensação é ruim, porque faço tudo às pressas, com medo de tudo congelar antes que eu finalize. E o medo se mostrou fundamentado. O prazer de blogar está comprometido, o que é uma lástima.
Estou empenhado em encontrar uma solução definitiva. Até lá, farei o possível para publicar e responder os comentários que me deixam, como sempre fiz, porque os leitores merecem essa demonstração de respeito.
"População em situação de rua"
Vi algo na imprensa e tive que checar in loco. Não é que é verdade? No último dia 23, antevéspera de Natal, o presidente Lula publicou o Decreto n. 7.053, que "Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências".
O nome curioso não me parece autoexplicativo. Estamos falando de uma nova política de inclusão social, que tem como beneficiários os cidadãos brasileiros relegados à condição de morar na rua. Mendigos, indigentes e afins. Agora eles pertencem a um povo específico, como os elfos e os anões, a "População em Situação de Rua" — escrito assim, com letras maiúsculas. Ao menos no papel, já é uma visibilidade.
De acordo com o decreto, que pode ser lido na íntegra aqui e já está em vigor, entende-se por população em situação de rua "o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória".
Fica instituída, portanto, uma política nacional de atendimento que tem, entre seus objetivos, "assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda"; fomentar, por meio de ações educativas permanentes, uma "cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos humanos"; implantar centros de defesa dessas pessoas e canais de denúncias sobre violências que sofram; "implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade" e criar programas de qualificação profissional que favoream o acesso desses brasileiros ao mercado de trabalho.
Tudo muito bonito. Vou gostar mesmo se sair do papel e se durar mais do que um ano eleitoral.
Desculpem o pessimismo.
O nome curioso não me parece autoexplicativo. Estamos falando de uma nova política de inclusão social, que tem como beneficiários os cidadãos brasileiros relegados à condição de morar na rua. Mendigos, indigentes e afins. Agora eles pertencem a um povo específico, como os elfos e os anões, a "População em Situação de Rua" — escrito assim, com letras maiúsculas. Ao menos no papel, já é uma visibilidade.
De acordo com o decreto, que pode ser lido na íntegra aqui e já está em vigor, entende-se por população em situação de rua "o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória".
Fica instituída, portanto, uma política nacional de atendimento que tem, entre seus objetivos, "assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda"; fomentar, por meio de ações educativas permanentes, uma "cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos humanos"; implantar centros de defesa dessas pessoas e canais de denúncias sobre violências que sofram; "implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade" e criar programas de qualificação profissional que favoream o acesso desses brasileiros ao mercado de trabalho.
Tudo muito bonito. Vou gostar mesmo se sair do papel e se durar mais do que um ano eleitoral.
Desculpem o pessimismo.
Reforço de caixa
Quem visita o blog com habitualidade sabe que gosto de acompanhar as novidades na legislação federal, através da página específica do governo. E todo ano acontece a mesma coisa: quando chega nesta época, o que mais aparece por lá são as famosas leis abrindo créditos suplementares, para reforço de dotações previstas na lei orçamentária vigente. É dinheiro adicional para as mais variadas finalidades.
Normal. O orçamento público é um programa, que se altera ao longo de sua execução, para se adequar às necessidades que surgem. Tudo muito previsível e republicano.
Na maioria dos casos...
Normal. O orçamento público é um programa, que se altera ao longo de sua execução, para se adequar às necessidades que surgem. Tudo muito previsível e republicano.
Na maioria dos casos...
Só e somente em Belém
Tem que respeitar!
Definitivamente, há coisas que só existem em Belém do Pará e o mundo inteiro precisa reconhecer isso. Todo mundo quer ser exótico, todo mundo quer ser singular, todo mundo quer ser fashion, todo mundo quer ser pós-new-up-over-pré-dark-light, contudo somente Belém possui um restaurante popular em funcionamento em pleno centro da cidade, que serve churrasquinho assado na hora... do lado de fora! Isso mesmo, na calçada. Olhaí:
Passei com minha esposa bem ao lado do esforçado churrasqueiro, que trabalhava sob o inclemente sol de Belém do Pará das 12h30. E posso afiançar que o calor inerente à cidade fica muito pior quando somos obrigados a, transeuntes, passar bem ao lado desse braseiro.
O cheiro até que estava legal. Não, eu não vi gatos às proximidades.
Como provavelmente você não encontrará o endereço do tal restaurante na revista Veja Belém, dou a dica: Av. Padre Eutíquio, em frente ao número 1214, do ladinho do Shopping Pátio Belém, onde você pode estacionar seu carro.
PS — Esta é uma das imagens tiradas do meu baú (leia-se: do antigo celular). O registro foi feito no dia 13.10.2009. Das poucas vezes que passei pelo local posteriormente, não vi a churrasqueira na calçada. Mas o restaurante permanece funcionando.
Definitivamente, há coisas que só existem em Belém do Pará e o mundo inteiro precisa reconhecer isso. Todo mundo quer ser exótico, todo mundo quer ser singular, todo mundo quer ser fashion, todo mundo quer ser pós-new-up-over-pré-dark-light, contudo somente Belém possui um restaurante popular em funcionamento em pleno centro da cidade, que serve churrasquinho assado na hora... do lado de fora! Isso mesmo, na calçada. Olhaí:
Passei com minha esposa bem ao lado do esforçado churrasqueiro, que trabalhava sob o inclemente sol de Belém do Pará das 12h30. E posso afiançar que o calor inerente à cidade fica muito pior quando somos obrigados a, transeuntes, passar bem ao lado desse braseiro.
O cheiro até que estava legal. Não, eu não vi gatos às proximidades.
Como provavelmente você não encontrará o endereço do tal restaurante na revista Veja Belém, dou a dica: Av. Padre Eutíquio, em frente ao número 1214, do ladinho do Shopping Pátio Belém, onde você pode estacionar seu carro.
PS — Esta é uma das imagens tiradas do meu baú (leia-se: do antigo celular). O registro foi feito no dia 13.10.2009. Das poucas vezes que passei pelo local posteriormente, não vi a churrasqueira na calçada. Mas o restaurante permanece funcionando.
A 25 de Setembro atualmente
Em 29 de março último, perguntei Cadê as obras da 25? Mais de um ano após a decisão judicial que obrigou a prefeitura de Belém a intervir no traçado daquela via, a pergunta continua extremamente oportuna. Afinal, o cenário que se tem por lá é de desolação, como se uma obra houvesse sido iniciada e, depois, abandonada. Na verdade, jamais houve projeto para o logradouro, limitando-se a intervenção a servir de cala a boca para o Judiciário e o Ministério Público, sem o menor respeito pelos interesses dos munícipes, notadamente pelos moradores da 25.
A atuação da prefeitura se limitou a garantir um traçado retilíneo para as duas pistas. As vias centrais se tornaram retornos, tendo sido construídas umas calçadas ordinárias para definir os novos sentidos do tráfego, embora elas não impeçam manobras proibidas. Em alguns cruzamentos foram instalados semáforos, absolutamente indispensáveis. Mas não houve preocupação em consertar calçadas, tapar buracos, recapear o asfalto ou disciplinar o uso dos canteiros centrais, que continuam servindo de estacionamento, de lava-jato a céu aberto e, principalmente, de lixão. O que mais faz falta é uma sinalização decente. O aspecto da rua à noite é desagradável.
As imagens que se seguem foram feitas há dois dias.
Fazendo o trajeto no sentido São Brás-Dr. Freitas, tirei a primeira fotografia logo após a Antônio Baena. No perímetro, muito lixo. A desculpa, com certeza na ponta da língua, é que no trecho atuam sub-feirantes, chamemos assim, pessoas que não dispõem de espaço na feira contígua. Se o lixão fosse apenas lá, talvez a desculpa colasse. Contudo, basta prosseguir o trajeto para encontrar a realidade.
Adiante, na esquina com a Humaitá, mais lixo e bastante água empossada. Com as chuvas de hoje, p. ex., a situação certamente piorou. Vale lembrar que água empossada tem tudo a ver com dengue e compete ao Executivo municipal, por meio de sua Secretaria de Saúde, o combate a essa doença, que faz tantas vítimas nesta época. Minha esposa, por sinal, foi infectada. Ainda não fez a sorologia, mas as características clínicas são patognomônicas para a moléstia — após uma semana de febre, longas manchas vermelhas pelo corpo e coceira.
Note que o lixo se acumula numa quadra poliesportiva em ruínas. Um espaço que poderia ser recuperado, em benefício da comunidade, com pouco investimento financeiro. Resta saber se a prefeitura se interessará em, ao menos, maquiar a esquina para agradar o grande supermercado que, em breve, inaugurará um magazine naquele endereço.
Por fim, considerando uma ponderação feita pelo Lafayette Nunes, do Artigo 5º, registrei uma preciosidade que, talvez, só exista aqui em Belém: rotatórias onde a preferência de passagem não é do condutor que trafega pela rotatória! Eis aí as placas que não me deixam mentir, de ambos os lados.
Estas fotos foram tiradas na confluência com a Timbó, mas o mesmo fenômeno se repete em três outras esquinas, sendo que apenas uma delas não possui a sinalização vertical aqui retratada.
Forçoso reconhecer que nem tudo é lixão na 25. A avenida foi escolhida para sediar uma das raríssimas intervenções úteis da prefeitura, a recentemente inaugurada primeira academia a céu aberto da cidade. Os equipamentos estão lá, novos, sob a vigilância de guardas municipais. Muito oportuno. Não faltou, é claro, um totem para ser visto à distância, enganando os desavisados sobre a capacidade de trabalho de uma administração que, nos últimos cinco anos, reduziu Belém a uma situação humilhante.
Tentando
O acesso ao Blogger já se tornara uma espécie de maleita: um mal intermitente. Era muito difícil acessar e, quando o conseguia, não tinha a menor garantia de que a navegação seria mantida. Como vocês podem constatar abaixo, o meu caríssimo Carlos Barretto forneceu uma explicação e uma sugestão de como resolver o problema.
As indicações dele foram implementadas por minha amada consultora privativa e personalíssima para assuntos informáticos. Não deu exatamente certo, mas como ela tem o tino de resolver o problema, encontrou um caminho que, aparentemente, funcionou. Pessimista por natureza, só acreditarei que o mal foi sanado se eu conseguir acessar normalmente o Blogger durante alguns dias. Agradeço ao amigo e à esposa, desde logo, porque sozinho eu jamais saberia o que fazer.
Então, se o inferno da Oi/Velox permitir, finalmente vamos adiante!
As indicações dele foram implementadas por minha amada consultora privativa e personalíssima para assuntos informáticos. Não deu exatamente certo, mas como ela tem o tino de resolver o problema, encontrou um caminho que, aparentemente, funcionou. Pessimista por natureza, só acreditarei que o mal foi sanado se eu conseguir acessar normalmente o Blogger durante alguns dias. Agradeço ao amigo e à esposa, desde logo, porque sozinho eu jamais saberia o que fazer.
Então, se o inferno da Oi/Velox permitir, finalmente vamos adiante!
domingo, 27 de dezembro de 2009
Você conhece Belém?
O grande Lafayette Nunes, do Xipaia, depois Golden slumbers fill your eyes..., hoje Artigo 5º, tomou a iniciativa há alguns meses. Ele postou algumas fotografias de uma estrada em obras e nos perguntou se sabíamos onde era. Vários tentamos acertar, o que patenteou a questão: conhecemos realmente a cidade onde moramos?
Inspirado no feito, o intrépido Wagner Okasaki, do Belenâmbulo, lançou o seu próprio desafio, que me deixou tonto e foi logo respondido por conhecedores da área.
Passado um tempo, o Lafayette voltou à carga com uma pergunta dupla: o que é e onde está? Este que vos escreve matou a charada rapidamente. Afinal, o objeto estava situado no meu caminho diário, portanto se tratava de algo que eu estava acostumado a ver. Uma coincidência. E também pela coincidência de passar pelo local, rapidamente respondi esta outra questão. Meus dois êxitos mexeram com os brios do Lafayette e o Wagner tem tentado, sistematicamente, me demover de participar das charadas. Para felicidade geral, fui um fracasso na última incursão. Quando ela foi respondida, em dois momentos (aqui e aqui), percebi duas coisas: que não acertaria a pergunta e que já tinha visto ambos os locais.
Com isso, restou provada a premissa do Lafayette: a vida frenética que levamos nos faz andar alheios ao nosso próprio espaço, de modo que não enxergamos de verdade aquilo que está bem debaixo dos nossos narizes.
Como acredito que precisamos conhecer a nossa cidade, para poder amá-la, decidi entrar no esquema e lançar as minhas adivinhas por aqui também. Até porque o Wagner disse que, para esse tipo de desafio, eu devo ser um provedor, não um participante. Já possuía algumas imagens em meu computador e, ontem, tirei mais algumas fotos. Por isso, nos próximos dias, apresentarei a vocês alguns detalhes de Belém, para testar seu conhecimento, sua atenção e sua percepção sobre o nosso lar. Topam?
Tais postagens serão identificadas pelo título "Você conhece Belém?"
Inspirado no feito, o intrépido Wagner Okasaki, do Belenâmbulo, lançou o seu próprio desafio, que me deixou tonto e foi logo respondido por conhecedores da área.
Passado um tempo, o Lafayette voltou à carga com uma pergunta dupla: o que é e onde está? Este que vos escreve matou a charada rapidamente. Afinal, o objeto estava situado no meu caminho diário, portanto se tratava de algo que eu estava acostumado a ver. Uma coincidência. E também pela coincidência de passar pelo local, rapidamente respondi esta outra questão. Meus dois êxitos mexeram com os brios do Lafayette e o Wagner tem tentado, sistematicamente, me demover de participar das charadas. Para felicidade geral, fui um fracasso na última incursão. Quando ela foi respondida, em dois momentos (aqui e aqui), percebi duas coisas: que não acertaria a pergunta e que já tinha visto ambos os locais.
Com isso, restou provada a premissa do Lafayette: a vida frenética que levamos nos faz andar alheios ao nosso próprio espaço, de modo que não enxergamos de verdade aquilo que está bem debaixo dos nossos narizes.
Como acredito que precisamos conhecer a nossa cidade, para poder amá-la, decidi entrar no esquema e lançar as minhas adivinhas por aqui também. Até porque o Wagner disse que, para esse tipo de desafio, eu devo ser um provedor, não um participante. Já possuía algumas imagens em meu computador e, ontem, tirei mais algumas fotos. Por isso, nos próximos dias, apresentarei a vocês alguns detalhes de Belém, para testar seu conhecimento, sua atenção e sua percepção sobre o nosso lar. Topam?
Tais postagens serão identificadas pelo título "Você conhece Belém?"
Explicação dada
Entrou? Entrou! Então, aproveitando este momento raro em que tenho acesso ao Blogger, vamos lá.
O caríssimo Carlos Barretto, sempre antenado com essas coisas de tecnologia, forneceu-me uma explicação para os apagões que temos sofrido diariamente no Blogger:
Tenho quase 100% de certeza, de que o problema é com o Oi/Velox. Enfrentei o problema por aqui por cerca de 8 h ainda na quinta-feira. Como conseguia acessar o blog pelo celular, comecei a desconfiar de algum problema com o VeloX. Foi então que liguei para o Antonio "asf@web" Fonseca (meu cunhado), que orientou que trocasse os IPs referentes aos DNSs primários e secundários fornecidos pelo Velox. Isto não é nada simples. Há necessidade de acessar alguma opção de configuração de rede em seu computador, deixá-lo com IP Fixo na rede e adicionar os IPs de DNS do Google que são:
Primário: 8.8.8.8
Secundário: 8.8.4.4
Quando fiz isso, o blogger como mágica voltou a funcionar normalmente. No notebook, onde ficaram as configurações de DNS do Velox, nadica de blogger.
Juro pra vc que não sei mais como se faz isso no Windows.
Mas de qualquer maneira, é bom aguardar um pouco que talvez o problema se resolva.
De qualquer maneira, esta é a informação básica que alguém com conhecimentos de Windows poderia ajudá-lo.
Como a explicação acima está escrita num idioma mais obscuro que a língua dos anões da Terra Média, li para a minha consultora especial e particular e ela me recomendou que não mexesse no IP, pois torná-lo fixo me deixaria mais vulnerável a ataques, a menos que junto com a mudança fosse adotada alguma estratégia de segurança, mas somente um especialista poderia esclarecer quanto a isso.
Por conseguinte, mesmo já ciente das causas do problemas, continuo à espera de um milagre. Alguém podia jogar uma bomba na Oi/Velox?
O caríssimo Carlos Barretto, sempre antenado com essas coisas de tecnologia, forneceu-me uma explicação para os apagões que temos sofrido diariamente no Blogger:
Tenho quase 100% de certeza, de que o problema é com o Oi/Velox. Enfrentei o problema por aqui por cerca de 8 h ainda na quinta-feira. Como conseguia acessar o blog pelo celular, comecei a desconfiar de algum problema com o VeloX. Foi então que liguei para o Antonio "asf@web" Fonseca (meu cunhado), que orientou que trocasse os IPs referentes aos DNSs primários e secundários fornecidos pelo Velox. Isto não é nada simples. Há necessidade de acessar alguma opção de configuração de rede em seu computador, deixá-lo com IP Fixo na rede e adicionar os IPs de DNS do Google que são:
Primário: 8.8.8.8
Secundário: 8.8.4.4
Quando fiz isso, o blogger como mágica voltou a funcionar normalmente. No notebook, onde ficaram as configurações de DNS do Velox, nadica de blogger.
Juro pra vc que não sei mais como se faz isso no Windows.
Mas de qualquer maneira, é bom aguardar um pouco que talvez o problema se resolva.
De qualquer maneira, esta é a informação básica que alguém com conhecimentos de Windows poderia ajudá-lo.
Como a explicação acima está escrita num idioma mais obscuro que a língua dos anões da Terra Média, li para a minha consultora especial e particular e ela me recomendou que não mexesse no IP, pois torná-lo fixo me deixaria mais vulnerável a ataques, a menos que junto com a mudança fosse adotada alguma estratégia de segurança, mas somente um especialista poderia esclarecer quanto a isso.
Por conseguinte, mesmo já ciente das causas do problemas, continuo à espera de um milagre. Alguém podia jogar uma bomba na Oi/Velox?
sábado, 26 de dezembro de 2009
É sério o negócio
Já são três dias consecutivos que o Blogger sai do ar. Minha reclamação de ontem dizia respeito à segunda inacessibilidade.
Se alguém souber o que anda acontecendo, agradeço se me informar. Duvido que o Blogger o faça.
Se alguém souber o que anda acontecendo, agradeço se me informar. Duvido que o Blogger o faça.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Viradão ligadão
Estava meu irmão, anteontem, na fila do caixa de uma farmácia quando uma jovem, a sua frente, pagou por aquelas bisnaguinhas contendo um estimulante vendido com o nome popularesco "Ligadão". Ela comentou com quem a acompanhava que precisava daquilo para enfrentar a virada do shopping — 37 horas ininterruptas aberto.
Uma conhecida minha, ontem, comentou que os proprietários da loja em que trabalha providenciaram o lanche para o viradão: biscoitos e Red Bull. Isso mesmo, Red Bull, o energético. Aquele que te dá asas, mas que pode dar, também, problemas. Na própria embalagem existe a advertência de que o produto não pode ser consumido por crianças e mulheres gestantes. Consultando pela Internet, não encontrei sites confiáveis sobre os riscos do consumo; apenas uns fatalismos que podem ser tributados a falta do que fazer ou a interesses comerciais. Contudo, trata-se de um produto com restrições de consumo. Na loja da minha conhecida, ninguém perguntou às vendedoras se alguma poderia estar grávida. Nem levaram outro tipo de bebida.
Pessoalmente, sou contra essa virada de Natal. Meu motivo principal é o sacrifício que ele representa para os trabalhadores, já escorchados normalmente, porque trabalhar em shopping é abdicar do direito a uma vida normal. E esse negócio de fazer compras de madrugada não passa de um modismo, pelo menos aqui na taba. Sei que muita gente trabalha e não dispõe de muito tempo para suas compras natalinas. Mas um horário estendido poderia resolver. O problema é que essa entidade ultrapoderosa chamada Mercado gosta de mimar todos que podem lhe dar mais alguns tostões. E se há uns lesos que, de livre e espontânea vontade, saem de suas casas às três da manhã para comprar, só porque é o único dia do ano em que isso se torna possível, o Mercado não se peja de acabar com o repouso dos trabalhadores por conta de tal frescura.
Os dois episódios mostram que a saúde dos trabalhadores de shoppings está em risco, seja por iniciativas individuais, seja por ações concretas dos empresários. Mesmo no primeiro caso, a atitude da moça de comprar o "Ligadão" foi determinada por uma necessidade. Ela estava se defendendo. Tudo bem que o problema não possua a mesma dimensão dos rebites dos caminhoneiros, mas a lógica é idêntica. E deveria ser objeto de preocupação dos sindicatos profissionais, das Delegacias do Trabalho e do Ministério Público do Tabalho.
Feliz Natal!
Comecei este blog em 31.8.2006. Àquela altura, três nomes se tornaram leituras diárias para mim: Juvêncio de Arruda (obviamente), Val-André Mutran e o "Flanar", que depois assumiu seu nome real, Carlos Barretto, no blog que continua sendo Flanar. Curiosamente, eu me reuni a minhas três referências e nos tornamos todos editores do mesmo blog. Uma honra, sendo eles quem são, e eu apenas um garoto ensaiando os primeiros passos na blogosfera. Há um abraço para eles e para os demais flanares lá, no endereço próprio.
Na pessoa de Juvêncio de Arruda, saúdo também Eduardo Lauande e João Lucas, blogueiros que foram cintilar em outras esferas, deixando-nos saudade, mas também muita esperança. Um feliz Natal para suas famílias.
Falando em saudade, desejo um feliz Natal também para os familiares de Alana Barboza (a professorinha), da d. Núbia, do Marcelo Iúdice e de outros que, por doença ou pela violência urbana que nos consome, deixaram o convívio dos que os amam. Através deles, celebro o amor que nunca morre.
Através de minha Júlia e também do Pedro, do Lucas, da Luísa, da Louise, da Lara, da Yasmin, da Sophia, da Manuela e de tantos petizes que mal aprenderam a falar ou mal sustentam as cabeças, celebro a vida que se renova e nos enche de novas esperanças quanto ao futuro deste mundo.
Através da Adelina "Bia" Braglia e da Cris Moreno, saúdo as pessoas que tanto me estimularam nos primórdios do blog, embora depois tenham me largado (muxoxo dramático!), mas que continuam vindo aqui em silêncio (ou nem tanto, já que Bia me deixou uma mensagem natalina), vez por outra, e serão sempre presenças carinhosas e queridas.
Abraço o Tadeu (se não é paulista, está radicado em São Paulo, acertei?), o campineiro Alexandre e a mineira Ana Miranda, que colocaram um Brasil distante dentro deste blog caseiro.
Abraço o Carlos David Bichara, a Hellen Rêgo e a Luiza Duarte, noveis nomes do Direito e que, com seu caráter, inteligência e humanidade, hão de contribuir para o tão necessário e já tardio aprimoramento das instituições jurídicas deste país.
Abraço o Lafayette, a Waleiska, o Wagner "Belenâmbulo" Okasaki, o Edyr Proença, a Marise Morbach, o CJK, o Hiroshi Bogéa, a Franssinete Florenzano e o poeta Ivan Daniel Amanajás, blogueiros queridos, com quem é sempre um prazer trocar ideias.
Saúdo José de Alencar e Gerivaldo Neiva, juízes que nos fazem acreditar num Judiciário mais humano.
Saúdo o André Coelho, o Paulo Klautau, o Pedro Nelito e todos os demais professores-blogueiros, que contribuem com um pouco mais do seu tempo para a formação das novas gerações. E saúdo o Liandro Faro, que já passou da hora de entrar neste grupo!
Abraço com entusiasmo a Laila Serruya, o Léo Nóvoa, a Alessandra Gorayeb, o Arthur Homci, a Helena Chermont e outros alunos, que começaram a explorar cedo a blogosfera, levando-lhe conhecimento e poesia. Por meio deles, abraço também os demais alunos que vêm a este espaço.
Saúdo o Fred Guerreiro, a Anna Cláudia Lins, o Daniel Silveira, o Roberto Barros, o Artur Dias, o Adelino Neto e o fotógrafo Breno Peck, e tantos outros comentaristas que têm contribuído para o êxito destes arbítrios. A lista não é excludente, claro.
Desejo que a paz retorne ao coração dos anônimos que passam o ano tentando me ofender. É preciso acreditar que eles são capazes de crescer e se tornar pessoas melhores.
Celebro com cada pessoa que tenha vindo a este blog em algum momento de suas mais de 3 mil postagens, sendo responsável por ao menos um de seus mais de 162 mil acessos. Agradeço-lhes com humildade e alegria e torço para que continuem por aqui.
Celebro, por fim, com todos aqueles que amam esta cidade e ainda esperam vê-la reposta aos eixos. Que querem o bem do Pará. E que veem no Brasil a casa de todos nós e não uma teta para ser sugada.
Feliz Natal para todos. Muita paz e fraternidade.
Na pessoa de Juvêncio de Arruda, saúdo também Eduardo Lauande e João Lucas, blogueiros que foram cintilar em outras esferas, deixando-nos saudade, mas também muita esperança. Um feliz Natal para suas famílias.
Falando em saudade, desejo um feliz Natal também para os familiares de Alana Barboza (a professorinha), da d. Núbia, do Marcelo Iúdice e de outros que, por doença ou pela violência urbana que nos consome, deixaram o convívio dos que os amam. Através deles, celebro o amor que nunca morre.
Através de minha Júlia e também do Pedro, do Lucas, da Luísa, da Louise, da Lara, da Yasmin, da Sophia, da Manuela e de tantos petizes que mal aprenderam a falar ou mal sustentam as cabeças, celebro a vida que se renova e nos enche de novas esperanças quanto ao futuro deste mundo.
Através da Adelina "Bia" Braglia e da Cris Moreno, saúdo as pessoas que tanto me estimularam nos primórdios do blog, embora depois tenham me largado (muxoxo dramático!), mas que continuam vindo aqui em silêncio (ou nem tanto, já que Bia me deixou uma mensagem natalina), vez por outra, e serão sempre presenças carinhosas e queridas.
Abraço o Tadeu (se não é paulista, está radicado em São Paulo, acertei?), o campineiro Alexandre e a mineira Ana Miranda, que colocaram um Brasil distante dentro deste blog caseiro.
Abraço o Carlos David Bichara, a Hellen Rêgo e a Luiza Duarte, noveis nomes do Direito e que, com seu caráter, inteligência e humanidade, hão de contribuir para o tão necessário e já tardio aprimoramento das instituições jurídicas deste país.
Abraço o Lafayette, a Waleiska, o Wagner "Belenâmbulo" Okasaki, o Edyr Proença, a Marise Morbach, o CJK, o Hiroshi Bogéa, a Franssinete Florenzano e o poeta Ivan Daniel Amanajás, blogueiros queridos, com quem é sempre um prazer trocar ideias.
Saúdo José de Alencar e Gerivaldo Neiva, juízes que nos fazem acreditar num Judiciário mais humano.
Saúdo o André Coelho, o Paulo Klautau, o Pedro Nelito e todos os demais professores-blogueiros, que contribuem com um pouco mais do seu tempo para a formação das novas gerações. E saúdo o Liandro Faro, que já passou da hora de entrar neste grupo!
Abraço com entusiasmo a Laila Serruya, o Léo Nóvoa, a Alessandra Gorayeb, o Arthur Homci, a Helena Chermont e outros alunos, que começaram a explorar cedo a blogosfera, levando-lhe conhecimento e poesia. Por meio deles, abraço também os demais alunos que vêm a este espaço.
Saúdo o Fred Guerreiro, a Anna Cláudia Lins, o Daniel Silveira, o Roberto Barros, o Artur Dias, o Adelino Neto e o fotógrafo Breno Peck, e tantos outros comentaristas que têm contribuído para o êxito destes arbítrios. A lista não é excludente, claro.
Desejo que a paz retorne ao coração dos anônimos que passam o ano tentando me ofender. É preciso acreditar que eles são capazes de crescer e se tornar pessoas melhores.
Celebro com cada pessoa que tenha vindo a este blog em algum momento de suas mais de 3 mil postagens, sendo responsável por ao menos um de seus mais de 162 mil acessos. Agradeço-lhes com humildade e alegria e torço para que continuem por aqui.
Celebro, por fim, com todos aqueles que amam esta cidade e ainda esperam vê-la reposta aos eixos. Que querem o bem do Pará. E que veem no Brasil a casa de todos nós e não uma teta para ser sugada.
Feliz Natal para todos. Muita paz e fraternidade.
Fora do ar
Num dia é a Rede CELPA; no outro, o Blogger. Desde a manhã de ontem, o servidor ficou inacessível, retirando boa parte da blogosfera do ar. À noite, eu tentando postar uma mensagem de Natal e nada feito. Após inúmeras tentativas, ao longo de algumas horas, o jeito foi viver a véspera de Natal.
Mas como hoje é o dia comemorativo em si, a mensagem ainda é tempestiva.
Mas como hoje é o dia comemorativo em si, a mensagem ainda é tempestiva.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Você sabe o que é isto?
Dê uma olhada nesta imagem:
Você consegue identificar do que se trata? Posso dar uma dica: não tem a menor relação com esportes radicais.
Se você descobrir, ganha o direito de construir algo semelhante em sua casa. Às suas próprias custas, é lógico. Nesta época do ano, pode ser uma boa pedida.
Para saciar a curiosidade, clique aqui.
Você consegue identificar do que se trata? Posso dar uma dica: não tem a menor relação com esportes radicais.
Se você descobrir, ganha o direito de construir algo semelhante em sua casa. Às suas próprias custas, é lógico. Nesta época do ano, pode ser uma boa pedida.
Para saciar a curiosidade, clique aqui.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
A energia do Pará
A Rede CELPA decidiu testar a qualidade dos eletrodomésticos que tenho em casa. Há duas noites, longas interrupções do fornecimento de energia elétrica têm proporcionado transtornos. Pior do que as interrupções é o apaga-acende-apaga-acende-apaga-acende, cuja maior consequência é queimar nossos equipamentos domésticos. São três ou quatro episódios por noite. E tão rápidos que simplesmente não dá tempo de prevenir, a menos que você puxe tudo da tomada. E não dá para fazer isso em plena madrugada com uma geladeira, p. ex., sob pena de seus alimentos amanhecerem estragados.
Tentei hoje, diversas vezes, falar com aquele número fictício, o 0800 091 01 96, do Centro de Atendimento ao Cliente, que ostensivamente nos oferece "atendimento 24 horas". Contudo, só dá ocupado. Minha intenção era registrar uma reclamação para, em caso de pane em algum eletrodoméstico meu (felizmente, até agora não aconteceu), já haver uma prévia comunicação do risco. Como já era de se esperar, minhas tentativas foram vãs.
Amanhã vou tentar a Ouvidoria da CELPA, pelo 0800 091 85 00. E, por fim, a Agência Estadual de Regulação — ARCON (0800 286 9117) e a Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL (167). Será que alguém me escutará? Ainda por cima num 24 de dezembro?
É certo que o problema é localizado (atingiu apenas parte do bairro em que moro). Mas uma parte com significativo número de habitantes. Será que não merecemos respeito?
Tentei hoje, diversas vezes, falar com aquele número fictício, o 0800 091 01 96, do Centro de Atendimento ao Cliente, que ostensivamente nos oferece "atendimento 24 horas". Contudo, só dá ocupado. Minha intenção era registrar uma reclamação para, em caso de pane em algum eletrodoméstico meu (felizmente, até agora não aconteceu), já haver uma prévia comunicação do risco. Como já era de se esperar, minhas tentativas foram vãs.
Amanhã vou tentar a Ouvidoria da CELPA, pelo 0800 091 85 00. E, por fim, a Agência Estadual de Regulação — ARCON (0800 286 9117) e a Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL (167). Será que alguém me escutará? Ainda por cima num 24 de dezembro?
É certo que o problema é localizado (atingiu apenas parte do bairro em que moro). Mas uma parte com significativo número de habitantes. Será que não merecemos respeito?
Liberdade para Abdelmassih
O médico Roger Abdelmassih, maior autoridade brasileira em reprodução assistida e réu numa ação penal em que lhe acusam de 50 estupros, perpetrados contra suas pacientes, foi posto em liberdade hoje, por decisão do Ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Ainda pairam contra ele acusações de práticas antiéticas e criminosas no que tange à manipulação genética (no Brasil, é proibido escolher o sexo do filho ou características genéticas específicas).
A grande surpresa neste caso é que a custódia cautelar de um homem tão rico e influente tenha durado de 17 de agosto último até agora. Isto sim é incomum. Mas ao fazer tal afirmação, não me uno aos alarmistas que reduzem tudo à corrupção do Judiciário. Muito diferente disso, sendo criminalista, compreendo perfeitamente que uma coisa seja a culpabilidade do agente e outra, muito diversa, a necessidade de mantê-lo preso antes de uma sentença condenatória definitiva.
A liberdade de Abdelmassih não deveria escandalizar ninguém nem ser motivo para as habituais suspeições disso e daquilo. Esse é o sistema processual brasileiro — o que, diga-se de passagem, não está errado.
Aqui a íntegra da decisão. Fundamentos técnicos corretos, previsíveis e republicanos.
Se o mesmo tratamento não chega aos ferrados, aí já é outra história.
A grande surpresa neste caso é que a custódia cautelar de um homem tão rico e influente tenha durado de 17 de agosto último até agora. Isto sim é incomum. Mas ao fazer tal afirmação, não me uno aos alarmistas que reduzem tudo à corrupção do Judiciário. Muito diferente disso, sendo criminalista, compreendo perfeitamente que uma coisa seja a culpabilidade do agente e outra, muito diversa, a necessidade de mantê-lo preso antes de uma sentença condenatória definitiva.
A liberdade de Abdelmassih não deveria escandalizar ninguém nem ser motivo para as habituais suspeições disso e daquilo. Esse é o sistema processual brasileiro — o que, diga-se de passagem, não está errado.
Aqui a íntegra da decisão. Fundamentos técnicos corretos, previsíveis e republicanos.
Se o mesmo tratamento não chega aos ferrados, aí já é outra história.
Falta decoração, vergonha...
A decoração natalina de Belém é um sintoma do que a cidade se tornou depois que o nacional Duciomar Costa se sentou na cadeira de prefeito. Aliás, é o caso de perguntar se existe alguma decoração natalina. O que temos visto nos últimos anos é uma cidade triste, escura, sem enfeites. Os que existem são iniciativas particulares, de lojas ou mesmo de cidadãos que se importam em enfeitar suas casas. Prédios públicos também costumam exibir alguns adornos. Mas na rua, mesmo, responsabilidade da prefeitura, quase nada. E o que há bem merecia não existir — como aquele Papai Noel que colocam em frente ao Mercado de São Brás. Mal feito, os componentes do conjunto são desproporcionais entre si, além do fato de privilegiar o tal Papai Noel, em vez de Jesus.
No Entroncamento, havia uma árvore escrotíssima. Este ano, há outra, tão escrota quanto. Num espaço tão grande, um pontinho de luz que sequer se destaca. Na Av. Nazaré, há uns arranjinhos luminosos suspensos. E é só. A prefeitura não se ocupou de mais nada.
De que se precisa para decorar a cidade para o Natal? Montes de dinheiro? Tecnologias especiais? Qual nada! Só se precisa de uma coisa: boa vontade. Para demonstrar o que afirmo, vou aqui ao lado, ao Município de Benevides.
Benevides é um dos Municípios integrantes da Região Metropolitana de Belém. Cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, é tão pequena e de pouca expressão econômica que é difícil encontrar informações a seu respeito até mesmo pelo Google. Mas a cidade decidiu investir no clima natalino e criar um ambiente que seja aprazível para seus moradores e atrativo para pessoas de fora. Além da decoração, foram programadas atividades culturais.
O capricho de Benevides já foi objeto de reportagens na TV, que não vi. Mas ontem estive na cidade e aproveitei para tirar algumas fotos. Ei-las:
Antes da decoração propriamente dita, vemos o cuidado do poder público com as atividades que serão oferecidas neste período. Houve uma nítida preocupação em favorecer os comerciantes e artesãos locais, dando-lhes condições de vender seus produtos durante as festividades, que incluem alguns shows. Há, inclusive, uma feira do empreendedor.
O poste é rústico, mas está feito com esmero. É bonito e indica o que se precisa saber. A uma quadra desse ponto, há uma rua que funciona como praça de alimentação. Nela, os quiosques têm formato de caixas de presente, com laço e tudo, cada um de uma cor. Simples, bonito e uma grande ideia.
Aspecto da rua em frente à prefeitura. As árvores, podadas, estão enfeitadas com grandes bolas vermelhas, feitas de fundos de garrafas pet, decoradas com laços. Numa terça à tarde, o centro estava ativo. Muita gente andava ou pedalava por ali. Mesmo assim, as ruas e calçadas impressionavam pela limpeza. Não há camelôs.
Na frente da prefeitura, uma das várias árvores de Natal de garrafas pet. Existe inclusive um posto de coleta de garrafas pet, com uma mensagem pintada no muro, com apelo à proteção ambiental. Faz sentido. Foram usadas milhares e milhares delas. Destaco, também, o gramado verdinho e muito bem aparado, com canteiros floridos e bem cuidados. As luminárias dos postes estão no lugar e os canteiros de cimento estão caiados, com aparência de coisa nova.
No detalhe, vemos o capricho com que a instalação foi montada. As garrafas pet são rasgadas e ficam com a aparência de flores. Um detalhe singelo, mas que gera um efeito gracioso.
A pracinha caprichada, muito limpa, num entorno bem asfaltado e bem sinalizado. Note que até o palanque central é feito com garrafas pet. Ele é essa estrutura verde, na base do poste.
Dois ângulos do presépio. Bem feito, bonito, só acaba um pouco prejudicado pela árvore de Natal, que destoa do conjunto. Mesmo assim, uma bela concepção. Notem como tudo é limpo. E havia um grande quantidade de seguranças no local, devidamente ientificados como tal e armados com cassetetes.
No detalhe, o capricho dos enfeites nos postes de iluminação pública. Um dos elementos mais bonitos da decoração de Benevides não foi fotografado por mim, infelizmente. Trata-se de uma imensa samaumeira, que ganhou essas bolas vermelhas. À noite, há uma iluminação própria.
Benevides ainda oferece uma casa do Papai Noel, simpática, que pode ser visitada ao preço de três reais. Proibitivo, para a realidade local. Mas pelo menos o tal bom velhinho não está impregnando por toda parte, lembrando que precisamos distribuir presentes (que precisam ser comprados). Na decoração da cidade, o presépio é o elemento mais forte. Amém!
Boa vontade, não se esqueçam. E vergonha na cara.
PS — Não faço a menor ideia de quem seja o prefeito de Benevides e, propositalmente, não quis saber. O elogio que faço é merecido, seja que governo for.
No Entroncamento, havia uma árvore escrotíssima. Este ano, há outra, tão escrota quanto. Num espaço tão grande, um pontinho de luz que sequer se destaca. Na Av. Nazaré, há uns arranjinhos luminosos suspensos. E é só. A prefeitura não se ocupou de mais nada.
De que se precisa para decorar a cidade para o Natal? Montes de dinheiro? Tecnologias especiais? Qual nada! Só se precisa de uma coisa: boa vontade. Para demonstrar o que afirmo, vou aqui ao lado, ao Município de Benevides.
Benevides é um dos Municípios integrantes da Região Metropolitana de Belém. Cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, é tão pequena e de pouca expressão econômica que é difícil encontrar informações a seu respeito até mesmo pelo Google. Mas a cidade decidiu investir no clima natalino e criar um ambiente que seja aprazível para seus moradores e atrativo para pessoas de fora. Além da decoração, foram programadas atividades culturais.
O capricho de Benevides já foi objeto de reportagens na TV, que não vi. Mas ontem estive na cidade e aproveitei para tirar algumas fotos. Ei-las:
Antes da decoração propriamente dita, vemos o cuidado do poder público com as atividades que serão oferecidas neste período. Houve uma nítida preocupação em favorecer os comerciantes e artesãos locais, dando-lhes condições de vender seus produtos durante as festividades, que incluem alguns shows. Há, inclusive, uma feira do empreendedor.
O poste é rústico, mas está feito com esmero. É bonito e indica o que se precisa saber. A uma quadra desse ponto, há uma rua que funciona como praça de alimentação. Nela, os quiosques têm formato de caixas de presente, com laço e tudo, cada um de uma cor. Simples, bonito e uma grande ideia.
Aspecto da rua em frente à prefeitura. As árvores, podadas, estão enfeitadas com grandes bolas vermelhas, feitas de fundos de garrafas pet, decoradas com laços. Numa terça à tarde, o centro estava ativo. Muita gente andava ou pedalava por ali. Mesmo assim, as ruas e calçadas impressionavam pela limpeza. Não há camelôs.
Na frente da prefeitura, uma das várias árvores de Natal de garrafas pet. Existe inclusive um posto de coleta de garrafas pet, com uma mensagem pintada no muro, com apelo à proteção ambiental. Faz sentido. Foram usadas milhares e milhares delas. Destaco, também, o gramado verdinho e muito bem aparado, com canteiros floridos e bem cuidados. As luminárias dos postes estão no lugar e os canteiros de cimento estão caiados, com aparência de coisa nova.
No detalhe, vemos o capricho com que a instalação foi montada. As garrafas pet são rasgadas e ficam com a aparência de flores. Um detalhe singelo, mas que gera um efeito gracioso.
A pracinha caprichada, muito limpa, num entorno bem asfaltado e bem sinalizado. Note que até o palanque central é feito com garrafas pet. Ele é essa estrutura verde, na base do poste.
Dois ângulos do presépio. Bem feito, bonito, só acaba um pouco prejudicado pela árvore de Natal, que destoa do conjunto. Mesmo assim, uma bela concepção. Notem como tudo é limpo. E havia um grande quantidade de seguranças no local, devidamente ientificados como tal e armados com cassetetes.
No detalhe, o capricho dos enfeites nos postes de iluminação pública. Um dos elementos mais bonitos da decoração de Benevides não foi fotografado por mim, infelizmente. Trata-se de uma imensa samaumeira, que ganhou essas bolas vermelhas. À noite, há uma iluminação própria.
Benevides ainda oferece uma casa do Papai Noel, simpática, que pode ser visitada ao preço de três reais. Proibitivo, para a realidade local. Mas pelo menos o tal bom velhinho não está impregnando por toda parte, lembrando que precisamos distribuir presentes (que precisam ser comprados). Na decoração da cidade, o presépio é o elemento mais forte. Amém!
Boa vontade, não se esqueçam. E vergonha na cara.
PS — Não faço a menor ideia de quem seja o prefeito de Benevides e, propositalmente, não quis saber. O elogio que faço é merecido, seja que governo for.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Bia & Drummond
Vem de Carlos Drummond de Andrade a inspiração de Adelina Braglia, a nossa querida Bia, para me enviar uma linda mensagem de Natal.
Obrigado, Bia!
Obrigado, Bia!
Caro Yúdice,
com a poesia e a esperança de Drummond, desejo que seu Natal seja feliz e que 2010 seja uma multiplicação infinita de desejos realizados.
Adelina
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
com a poesia e a esperança de Drummond, desejo que seu Natal seja feliz e que 2010 seja uma multiplicação infinita de desejos realizados.
Adelina
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
Corrupção, impunidade, descrença
Da nossa enfática mineira Ana Miranda:
Concordo que "Direitos Humanos" é para todas as pessoas, infelizmente, nunca vejo as famílias das vítimas sendo amparadas pelo "pessoal" dos direitos humanos.
Por que qdo uma pessoa é assassinada por um bandido, a polícia prende esse bandido e o "pessoal" dos direitos humanos preocupa-se com o bandido, mas não vai à casa da família da vítima, principalmente qdo é um pai de família, às vezes o único a sustentar a casa???
Não estou falando só de família de policial, não. Estou falando de vítimas em geral.
E qdo o assassino não é preso e o resto da família passa a viver desesperadamente com medo?
Nunca ouvi dizer que houve alguém dos direitos humanos à casa dessa família dando apoioe nem falo de apoio financeiro, falo de apoio emocional mesmo.
E qto às atividades policiais, infelizmente grande parte da população não sabe de seus direitos, pois nos são impostos nossos deveres, sempre.
Então acho triste precisarmos que alguém precise alerta uma grande parte da população que a polícia não tem o direito de arrombar sua porta, de lhe tratar com brutalidade, de lhe revistarpor causa da cor de sua pele ou por seu "status"social.
Sei bem o que é alertar as pessoas sobre seus direitos, pois mesmo sem ser advogada, nem nada, faço parte de um Comitê que tem a preocupação de levar às pessoas que vivem em ocupações seu direito à uma moradia digna. E sei o qto eles são carentes de seus direitos.
E acho horrível que tenhamos que ir até eles levar esses conehcimentos, qdo acho que eles deveriam ter conehcimento de todos seus direitos, pois são cidadãos.
Gostaria muito que o "pessoal" dos direitos humanos lembrassem tbm das famílias das vítimas, principalmente das famílias carentes, pois els não têm dinehiro para comprar comida, fazer terapia então, está fora de cogitação, e eles precisam e muito, de apoio moral!!!
Meu desejo de um mundo melhor tem que ser para essa vida, pois não não acreedito em outras.
Não dá para esperar mais.
E se a polícia pune os pobres e libera os ricos, pois é exatamente assim que acontece, todos sabemos que cadeia é para pobre, a culpa é exclusivamente nossa que votamos nas pessoas que fazem as nossas leis.
Minha principalmente, porque mesmo morrendo de vergonha, sou obrigada a confessar que há umas 5 eleições só voto 00-confirma, ajudando a proliferar a corrupção nesse país, que na minha opinião, é a grande causadora de toda essa violência. Corrupção que gera impunidade e que gera, entre as pessoas de bem, a descrença total nessa política fajuta.
Concordo que "Direitos Humanos" é para todas as pessoas, infelizmente, nunca vejo as famílias das vítimas sendo amparadas pelo "pessoal" dos direitos humanos.
Por que qdo uma pessoa é assassinada por um bandido, a polícia prende esse bandido e o "pessoal" dos direitos humanos preocupa-se com o bandido, mas não vai à casa da família da vítima, principalmente qdo é um pai de família, às vezes o único a sustentar a casa???
Não estou falando só de família de policial, não. Estou falando de vítimas em geral.
E qdo o assassino não é preso e o resto da família passa a viver desesperadamente com medo?
Nunca ouvi dizer que houve alguém dos direitos humanos à casa dessa família dando apoioe nem falo de apoio financeiro, falo de apoio emocional mesmo.
E qto às atividades policiais, infelizmente grande parte da população não sabe de seus direitos, pois nos são impostos nossos deveres, sempre.
Então acho triste precisarmos que alguém precise alerta uma grande parte da população que a polícia não tem o direito de arrombar sua porta, de lhe tratar com brutalidade, de lhe revistarpor causa da cor de sua pele ou por seu "status"social.
Sei bem o que é alertar as pessoas sobre seus direitos, pois mesmo sem ser advogada, nem nada, faço parte de um Comitê que tem a preocupação de levar às pessoas que vivem em ocupações seu direito à uma moradia digna. E sei o qto eles são carentes de seus direitos.
E acho horrível que tenhamos que ir até eles levar esses conehcimentos, qdo acho que eles deveriam ter conehcimento de todos seus direitos, pois são cidadãos.
Gostaria muito que o "pessoal" dos direitos humanos lembrassem tbm das famílias das vítimas, principalmente das famílias carentes, pois els não têm dinehiro para comprar comida, fazer terapia então, está fora de cogitação, e eles precisam e muito, de apoio moral!!!
Meu desejo de um mundo melhor tem que ser para essa vida, pois não não acreedito em outras.
Não dá para esperar mais.
E se a polícia pune os pobres e libera os ricos, pois é exatamente assim que acontece, todos sabemos que cadeia é para pobre, a culpa é exclusivamente nossa que votamos nas pessoas que fazem as nossas leis.
Minha principalmente, porque mesmo morrendo de vergonha, sou obrigada a confessar que há umas 5 eleições só voto 00-confirma, ajudando a proliferar a corrupção nesse país, que na minha opinião, é a grande causadora de toda essa violência. Corrupção que gera impunidade e que gera, entre as pessoas de bem, a descrença total nessa política fajuta.
Contrato rompido
Da sempre lúcida Luiza Duarte:
Também me considero do "pessoal dos Direitos Humanos". Acho essencial que mantenhamos os princípios da dignidade, justiça e fraternidade em relação a todos, inclusive aos "menos humanos" (acho que é isso que as pessoas acham dos "marginais").
Por outro lado, tento compreender o que leva pessoas normalmente solidárias e justas a comemorar a morte de um bandido ou seu espancamento por populares. Na verdade, a maioria das pessoas tem essa reação hoje em dia. Na minha casa, sou a mais absoluta exceção. Então, porque meus pais, irmãos, namorado e amigos (enfim, pessoas que eu amo e considero boas) acham mesmo que "bandido bom é bandido morto" e que "o pessoal dos direitos humanos só defende bandido"?
Pode ser ignorância, pode ser falta de informação, pode ser a imprensa sensacionalista e outras mil coisas. Ou todas elas juntas. Se eu tivesse que apontar, porém, uma razão maior, eu diria que a causa disso é a falência do estado brasileiro e de suas instituições em geral.
O contratualismo necessita de instituições fortes. Os homens abrem mão de sua liberdade (inclusive a do "olho por olho, dente por dente") em troca de uma ordem social e de sua própria segurança. As instituições brasileiras (sendo nesse caso específico as mais importantes a polícia e o Poder Judiciário) vem falhando visivelmente na garantia de ambas.
A imprensa, sensacionalista ou não, noticia que criminosos condenados continuam soltos e seguem roubando ou matando livremente. Os réus de "colarinho branco" nunca chegam a uma punição de fato. O prefeito corrupto é cassado e continua no cargo. Mensalmente há uma fuga em alguma delegacia, etc. Desculpem, mas é muito difícil para um leigo entender todas as nossas justificativas jurídicas para esses fatos. Alguns casos podem até estar corretos, mas outros são fruto de mero despreparo, morosidade, desinteresse e mais corrupção, o que leva todos os casos à vala comum da impunidade, na visão dos jurisdicionados.
Na visão das pessoas, elas, cidadãs de bem, trabalhadoras, cumpridoras das leis, pagadora de impostos, etc, se vêem tolidas no seu direito de dormir em paz quando os filhos saem, de andar à pé durante a noite (dirigir também assusta!), de se demorar no carro na frente de casa, de tirar dinheiro no banco, de andar de relógio ou atender o celular na rua, de sentar na calçada pra conversar e outras pequenas necessidades ou desejos que é absurdo que não possam satisfazer. E, na visão dessas pessoas, a culpa é dos “bandidos”, que a “polícia corrupta e incompetente” não tem condições de prender e, quando prende, “a justiça solta”.
Então, seguindo a lógica do contratualismo, se o governo falha nas garantias estipuladas ou ultrapassa os limites de seu poder, o contrato está rompido e o povo tem o direito de se rebelar. Parece que ele está se rebelando e por mais que achemos isso chocante, não podemos dizer que é totalmente incompreensível.
Também me considero do "pessoal dos Direitos Humanos". Acho essencial que mantenhamos os princípios da dignidade, justiça e fraternidade em relação a todos, inclusive aos "menos humanos" (acho que é isso que as pessoas acham dos "marginais").
Por outro lado, tento compreender o que leva pessoas normalmente solidárias e justas a comemorar a morte de um bandido ou seu espancamento por populares. Na verdade, a maioria das pessoas tem essa reação hoje em dia. Na minha casa, sou a mais absoluta exceção. Então, porque meus pais, irmãos, namorado e amigos (enfim, pessoas que eu amo e considero boas) acham mesmo que "bandido bom é bandido morto" e que "o pessoal dos direitos humanos só defende bandido"?
Pode ser ignorância, pode ser falta de informação, pode ser a imprensa sensacionalista e outras mil coisas. Ou todas elas juntas. Se eu tivesse que apontar, porém, uma razão maior, eu diria que a causa disso é a falência do estado brasileiro e de suas instituições em geral.
O contratualismo necessita de instituições fortes. Os homens abrem mão de sua liberdade (inclusive a do "olho por olho, dente por dente") em troca de uma ordem social e de sua própria segurança. As instituições brasileiras (sendo nesse caso específico as mais importantes a polícia e o Poder Judiciário) vem falhando visivelmente na garantia de ambas.
A imprensa, sensacionalista ou não, noticia que criminosos condenados continuam soltos e seguem roubando ou matando livremente. Os réus de "colarinho branco" nunca chegam a uma punição de fato. O prefeito corrupto é cassado e continua no cargo. Mensalmente há uma fuga em alguma delegacia, etc. Desculpem, mas é muito difícil para um leigo entender todas as nossas justificativas jurídicas para esses fatos. Alguns casos podem até estar corretos, mas outros são fruto de mero despreparo, morosidade, desinteresse e mais corrupção, o que leva todos os casos à vala comum da impunidade, na visão dos jurisdicionados.
Na visão das pessoas, elas, cidadãs de bem, trabalhadoras, cumpridoras das leis, pagadora de impostos, etc, se vêem tolidas no seu direito de dormir em paz quando os filhos saem, de andar à pé durante a noite (dirigir também assusta!), de se demorar no carro na frente de casa, de tirar dinheiro no banco, de andar de relógio ou atender o celular na rua, de sentar na calçada pra conversar e outras pequenas necessidades ou desejos que é absurdo que não possam satisfazer. E, na visão dessas pessoas, a culpa é dos “bandidos”, que a “polícia corrupta e incompetente” não tem condições de prender e, quando prende, “a justiça solta”.
Então, seguindo a lógica do contratualismo, se o governo falha nas garantias estipuladas ou ultrapassa os limites de seu poder, o contrato está rompido e o povo tem o direito de se rebelar. Parece que ele está se rebelando e por mais que achemos isso chocante, não podemos dizer que é totalmente incompreensível.
Quanto mais humanas, melhor
O debate sobre segurança pública e direitos humanos continua rendendo.
Da aguerrida Anna Claudia Lins:
Não me deixo provocar por algumas pessoas que nos tratam como "o pessoal dos direitos humanos" pois sou sabedora de que algumas de nossas manifestações provocam debates acalorados surgindo diversos comentários do tipo:
a) os direitos humanos só se preocupam com os direitos humanos dos “bandidos”,
b) o pessoal dos direitos humanos não se solidariza com a família do policial assassinado, etc.
Afinal os discursos que envolvem os direitos humanos são fartamente distorcidos e "retorcidos" por quem tem claramente o interesse de desqualificar nossas ações. Porém acredito que devamos esclarecer alguns pontos a estas pessoas que por medo ou ignorância reproduzem tais (pré) conceitos quase sempre superficiais fundados na observação apenas de parte dos fatos extraído de um acontecimento complexo e que deveria instigar a uma observação mais profunda do todo, na essência do fato e não apenas na “aparência” como parte da mídia quer nos levar a acreditar quando nos oferece espetáculos agonizantes do dia a dia violento e excludente de nossa sociedade.
Frise-se que por “pessoal dos direitos humanos” segundo este conceito difundido, leia-se um vasto grupo heterogêneo de pessoas e aqui também me incluo que:
1) Não concordam que a polícia possa arrombar sua porta sem motivo e sem mandado;
2) Não concordam com a prática recorrente que as forças de coerção possuem o direito de “atirar primeiro e perguntar depois”;
3) Não concordam que a polícia possa humilhar (e estapear, e prender etc) um adolescente na rua só porque ele é ou aparenta ser um garoto de periferia, na cor da pele ou no estilo das roupas;
4) Acreditam que as instituições devem agir com inteligência e eficácia para identificar, julgar rapidamente e tirar de circulação os delinquentes, dando-lhes o encaminhamento adequado para que não voltem às ruas como fonte de risco á sociedade;
5) Acreditam que algumas “autoridades” e instituições abusam de seu poder, punindo com violência alguns e sendo benevolente com outros...
6) São contra a corrupção nas instituições e de “autoridades” e as recorrentes meias, cuecas, panetones e congêneres;
7) Denunciam a falta de apoio jurídico e psicossocial para as vítimas e seus familiares, além de se preocuparem com as ameaças as vítimas e testemunhas, principalmente em casos envolvendo “autoridades”, “políticos influentes” além de empresários e grupos econômicos;
8) Lutam contra a omissão criminosa do Estado quando o mesmo não executa políticas públicas essenciais a vida e a efetivação do princípio da dignidade humana, inclusive aos militares;
9) Lutam por uma sociedade justa, fraterna e mais igualitaria possível em uma sociedade excludente com um profundo abismo entre os que possuem direitos e áqueles que não possuem direitos ou simplesmente são invisibilizados.
Àqueles que reproduzem comentários dos quais li aqui cabe esclarecer que nos preocupam sim a morte do policial, aliás, nos preocupam todo o fato e suas conseqüências sob todos os angulos, e também sob a ótica dos familiares de todas as vítimas e não apenas de um ou de outro lado. Afinal isto não é uma partida de futebol em que há os torcedores do Remo e do Paissandu, ou uma luta de vale tudo entre dois grupos, os dos defensores de direitos humanos dos delinqüentes e os dos defensores dos direitos da vítimas. A defesa dos direitos humanos não merece ser colocada como um embate maniqueísta entre o bem e o mal, afinal direitos humanos são para todos, inclusive para os “menos humanos” e para os “demasiadamente humanos”. Os direitos humanos são na verdade um parâmetro de um ideário de Justiça Social e um conjunto de princípios jurídicos, legais, éticos baseados no princípio da dignidade humana.
O “pessoal dos direitos humanos” é, na verdade, a sociedade civil que espera ter o direito de viver com dignidade. Mas é intrigante que, nela própria, tantos se voltem contra seus interesses, sobretudo quando a sede de justiça fica forte demais, pendendo para a sede de vingança. Infelizmente a impunidade e o medo são capazes de transformar pessoas minimamente esclarecidas em carrascos aplicadores da lei de Talião. Talvez seja essa uma das origens de um fenômeno curioso: o discurso pronto e unívoco contra “o pessoal dos direitos humanos”.
Que sejam apurados sim os possíveis excessos, de ambos os lados até para que os familiares das vítimas possam ver investigadas as razões dessas mortes, o que claramente não irá trazê-los de volta, mas que ao menos possam ter direito á verdade.
Na ocasião, parabenizo também a atitude corajosa do Coronel Costa Junior o que prova que a mudança na corporação militar é possível a partir da mudança de comportamento e atitudes de pessoas dispostas a multiplicar tais atitudes, afinal as instituições são feitas de pessoas e quanto mais humanas, melhor.
Da aguerrida Anna Claudia Lins:
Não me deixo provocar por algumas pessoas que nos tratam como "o pessoal dos direitos humanos" pois sou sabedora de que algumas de nossas manifestações provocam debates acalorados surgindo diversos comentários do tipo:
a) os direitos humanos só se preocupam com os direitos humanos dos “bandidos”,
b) o pessoal dos direitos humanos não se solidariza com a família do policial assassinado, etc.
Afinal os discursos que envolvem os direitos humanos são fartamente distorcidos e "retorcidos" por quem tem claramente o interesse de desqualificar nossas ações. Porém acredito que devamos esclarecer alguns pontos a estas pessoas que por medo ou ignorância reproduzem tais (pré) conceitos quase sempre superficiais fundados na observação apenas de parte dos fatos extraído de um acontecimento complexo e que deveria instigar a uma observação mais profunda do todo, na essência do fato e não apenas na “aparência” como parte da mídia quer nos levar a acreditar quando nos oferece espetáculos agonizantes do dia a dia violento e excludente de nossa sociedade.
Frise-se que por “pessoal dos direitos humanos” segundo este conceito difundido, leia-se um vasto grupo heterogêneo de pessoas e aqui também me incluo que:
1) Não concordam que a polícia possa arrombar sua porta sem motivo e sem mandado;
2) Não concordam com a prática recorrente que as forças de coerção possuem o direito de “atirar primeiro e perguntar depois”;
3) Não concordam que a polícia possa humilhar (e estapear, e prender etc) um adolescente na rua só porque ele é ou aparenta ser um garoto de periferia, na cor da pele ou no estilo das roupas;
4) Acreditam que as instituições devem agir com inteligência e eficácia para identificar, julgar rapidamente e tirar de circulação os delinquentes, dando-lhes o encaminhamento adequado para que não voltem às ruas como fonte de risco á sociedade;
5) Acreditam que algumas “autoridades” e instituições abusam de seu poder, punindo com violência alguns e sendo benevolente com outros...
6) São contra a corrupção nas instituições e de “autoridades” e as recorrentes meias, cuecas, panetones e congêneres;
7) Denunciam a falta de apoio jurídico e psicossocial para as vítimas e seus familiares, além de se preocuparem com as ameaças as vítimas e testemunhas, principalmente em casos envolvendo “autoridades”, “políticos influentes” além de empresários e grupos econômicos;
8) Lutam contra a omissão criminosa do Estado quando o mesmo não executa políticas públicas essenciais a vida e a efetivação do princípio da dignidade humana, inclusive aos militares;
9) Lutam por uma sociedade justa, fraterna e mais igualitaria possível em uma sociedade excludente com um profundo abismo entre os que possuem direitos e áqueles que não possuem direitos ou simplesmente são invisibilizados.
Àqueles que reproduzem comentários dos quais li aqui cabe esclarecer que nos preocupam sim a morte do policial, aliás, nos preocupam todo o fato e suas conseqüências sob todos os angulos, e também sob a ótica dos familiares de todas as vítimas e não apenas de um ou de outro lado. Afinal isto não é uma partida de futebol em que há os torcedores do Remo e do Paissandu, ou uma luta de vale tudo entre dois grupos, os dos defensores de direitos humanos dos delinqüentes e os dos defensores dos direitos da vítimas. A defesa dos direitos humanos não merece ser colocada como um embate maniqueísta entre o bem e o mal, afinal direitos humanos são para todos, inclusive para os “menos humanos” e para os “demasiadamente humanos”. Os direitos humanos são na verdade um parâmetro de um ideário de Justiça Social e um conjunto de princípios jurídicos, legais, éticos baseados no princípio da dignidade humana.
O “pessoal dos direitos humanos” é, na verdade, a sociedade civil que espera ter o direito de viver com dignidade. Mas é intrigante que, nela própria, tantos se voltem contra seus interesses, sobretudo quando a sede de justiça fica forte demais, pendendo para a sede de vingança. Infelizmente a impunidade e o medo são capazes de transformar pessoas minimamente esclarecidas em carrascos aplicadores da lei de Talião. Talvez seja essa uma das origens de um fenômeno curioso: o discurso pronto e unívoco contra “o pessoal dos direitos humanos”.
Que sejam apurados sim os possíveis excessos, de ambos os lados até para que os familiares das vítimas possam ver investigadas as razões dessas mortes, o que claramente não irá trazê-los de volta, mas que ao menos possam ter direito á verdade.
Na ocasião, parabenizo também a atitude corajosa do Coronel Costa Junior o que prova que a mudança na corporação militar é possível a partir da mudança de comportamento e atitudes de pessoas dispostas a multiplicar tais atitudes, afinal as instituições são feitas de pessoas e quanto mais humanas, melhor.
Equipamentos específicos?
O primeiro shopping center de Belém — o Iguatemi, hoje Pátio — foi inaugurado em 27.10.1993. O Castanheira, em 30 de novembro do mesmo ano. Àquela altura, por estas bandas computador pessoal ainda era coisa de poucos. Internet então, nem se fala. Por isso, a ideia de que qualquer pessoa pudesse escrever e disponibilizar ao mundo suas impressões sobre o cotidiano, como hoje fazemos através da blogosfera, era algo impensável.
O terceiro grande shopping da cidade, o Boulevard, recém inaugurado, chegou já dentro do contexto que acabei de mencionar. Por isso, sua inauguração mobilizou um monte de blogs, nos quais foram publicados textos e fotos do empreendimento, fazendo-lhe uma festa que eu faria, talvez, para a inauguração de um Guggenheim. Ou do Aquário da Amazônia, cuja construção fora anunciada pelo governo Ana Júlia, não passando de mero anúncio.
As compras natalinas me levaram a conhecer o Boulevard — sem dúvida, o shopping mais bonito da cidade. Até as caixas de contenção das mangueiras de incêndio são sofisticadas. Pessoalmente, incomodou-me aquele branco que domina tudo, mas isso porque não gosto de branco. Olhando do último piso, pelo vão central, cheio de branco, vidro e amplidão, a sensação foi de vertigem. Literalmente.
Mas não estou aqui para falar sobre o Boulevard, e sim para fazer uma pergunta. Em um dos pisos do shopping, topei com um "sanitário teen". Além da breguice ridícula da assimilação de vocábulos estrangeiros (em inglês, para ser mais exato), que diabos vem a ser um sanitário teen?! Por acaso, existe alguma necessidade técnica, fisiológica ou de segurança que justifique separar os usuários — já separados por sexo, compreensivelmente — por faixas etárias? Os equipamentos, por acaso, são diferentes?
A única razão que vejo para a funcionalidade boba é agradar um segmento de consumidor, que depende menos dos pais para fazer suas próprias compras (porque dispõe de dinheiro ou de cartões e anda menos com a família e mais com os amigos) e, por isso, passou a merecer ser mimado em suas frescurinhas e chiliques, tais como contar com essa absurda privacidade. Absurda porque não é uma verdadeira privacidade, no sentido de proteção da própria intimidade, e sim a garantia de que nenhuma mãe, tia ou irmã mais velha perturbará os esquemas a serem maquinados nas cada vez mais cabeludas conversas de pré-adolescentes.
A menos que me apresentem alguma outra razão, que tenha passado despercebida a este ranzinza, "sanitários teen" são uma idiotice.
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O terceiro grande shopping da cidade, o Boulevard, recém inaugurado, chegou já dentro do contexto que acabei de mencionar. Por isso, sua inauguração mobilizou um monte de blogs, nos quais foram publicados textos e fotos do empreendimento, fazendo-lhe uma festa que eu faria, talvez, para a inauguração de um Guggenheim. Ou do Aquário da Amazônia, cuja construção fora anunciada pelo governo Ana Júlia, não passando de mero anúncio.
As compras natalinas me levaram a conhecer o Boulevard — sem dúvida, o shopping mais bonito da cidade. Até as caixas de contenção das mangueiras de incêndio são sofisticadas. Pessoalmente, incomodou-me aquele branco que domina tudo, mas isso porque não gosto de branco. Olhando do último piso, pelo vão central, cheio de branco, vidro e amplidão, a sensação foi de vertigem. Literalmente.
Mas não estou aqui para falar sobre o Boulevard, e sim para fazer uma pergunta. Em um dos pisos do shopping, topei com um "sanitário teen". Além da breguice ridícula da assimilação de vocábulos estrangeiros (em inglês, para ser mais exato), que diabos vem a ser um sanitário teen?! Por acaso, existe alguma necessidade técnica, fisiológica ou de segurança que justifique separar os usuários — já separados por sexo, compreensivelmente — por faixas etárias? Os equipamentos, por acaso, são diferentes?
A única razão que vejo para a funcionalidade boba é agradar um segmento de consumidor, que depende menos dos pais para fazer suas próprias compras (porque dispõe de dinheiro ou de cartões e anda menos com a família e mais com os amigos) e, por isso, passou a merecer ser mimado em suas frescurinhas e chiliques, tais como contar com essa absurda privacidade. Absurda porque não é uma verdadeira privacidade, no sentido de proteção da própria intimidade, e sim a garantia de que nenhuma mãe, tia ou irmã mais velha perturbará os esquemas a serem maquinados nas cada vez mais cabeludas conversas de pré-adolescentes.
A menos que me apresentem alguma outra razão, que tenha passado despercebida a este ranzinza, "sanitários teen" são uma idiotice.
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Suspeições
Como jurisdicionado que também é profissional do Direito, jamais tive nada contra o Ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça. Ontem, contudo, ele conseguiu aborrecer profundamente não apenas a mim, mas a muita gente que espera ver a restauração ao menos da legalidade neste país, do sentimento de respeito às instituições, já que está difícil esperar que os brasileiros decidam fazer o que é certo, simplesmente pelo fato de ser certo.
Ontem, o ministro concedeu liminar em habeas corpus impetrado pela defesa daquela grande figura da nação que atende pelo nome de Daniel Dantas. Os impetrantes sustentam a suspeição do juiz federal Fausto de Sanctis que, por prevenção, preside as ações penais a que responde aquelemeliante cidadão impoluto, como decorrência da famosa "operação Satiagraha", da Polícia Federal. Uma sentença condenatória a 10 anos de reclusão está no bojo das decisões já proferidas pelo magistrado.
Por conta dessa operação, o delegado Protógenes Queiroz caiu em desgraça institucional e Fausto de Sanctis tomou rumo parecido. Curiosamente, com o apoio de parcela da imprensa, que se ocupou de destacar os supostos indícios de que as duas autoridades estariam mancomunadas para prejudicar o probo Dantas esua camarilha pessoas a ele relacionadas. Um processo de vitimização do réu, que merecia um estudo de caso. De preferência, fora do país.
Como advogado, compreendo perfeitamente que haja formalidades de segurança a serem respeitadas no processo, que são — no plano mais geral — do maior interesse de todo jurisdicionado. Evitar que um juiz suspeito delibere, p. ex. Mas o que revolta, o que me deixa espumando de indignação, é que tais constatações nunca são imparciais e pedagógicas. Elas chegam para os Dantas da vida, que têm um super-acesso à Justiça, para todo e qualquer tipo de pretensão, e não chegam jamais (ou tão raramente que a exceção confirma a regra) ao indivíduo comum, que pode ser eu ou você.
Amanhã, é bem possível que o tal habeas corpus, ao ser julgado no mérito, livre Dantas da condenação já sofrida e do risco de ser molestado por um juiz que já mostrou a que veio. Um juiz contra quem não pairam acusações de corrupção, de violências ou de conspurcação da magistratura. Um juiz que, se — veja bem, se — em algum momento extrapolou os limites da legalidade, foi contra um desses superbrasileiros, que têm assegurados todos os mais elementares direitos constitucionais. É mais uma vergonha nacional.
Juízes raramente aceitam suspeições arguidas pelas partes. Podem até jurar suspeição eles mesmos (pelos mais variados motivos, o que levou o CNJ a aprovar resolução determinando que eles se explicassem, para que ninguém pensasse que seria, simplesmente, por não querer trabalhar!), mas sobem nas tamancas se alguém afirma que eles agem sem isenção. É mágoa para a vida toda! Assim, De Sanctis não estaria na contramão das práticas jurisdicionais brasileiras ao se considerar plenamente capaz de presidir processos contra Dantas. Infelizmente, este é um réu cujos queixumes nunca deixarão de ser ouvidos. E, pelo visto, atendidos.
Ontem, o ministro concedeu liminar em habeas corpus impetrado pela defesa daquela grande figura da nação que atende pelo nome de Daniel Dantas. Os impetrantes sustentam a suspeição do juiz federal Fausto de Sanctis que, por prevenção, preside as ações penais a que responde aquele
Por conta dessa operação, o delegado Protógenes Queiroz caiu em desgraça institucional e Fausto de Sanctis tomou rumo parecido. Curiosamente, com o apoio de parcela da imprensa, que se ocupou de destacar os supostos indícios de que as duas autoridades estariam mancomunadas para prejudicar o probo Dantas e
Como advogado, compreendo perfeitamente que haja formalidades de segurança a serem respeitadas no processo, que são — no plano mais geral — do maior interesse de todo jurisdicionado. Evitar que um juiz suspeito delibere, p. ex. Mas o que revolta, o que me deixa espumando de indignação, é que tais constatações nunca são imparciais e pedagógicas. Elas chegam para os Dantas da vida, que têm um super-acesso à Justiça, para todo e qualquer tipo de pretensão, e não chegam jamais (ou tão raramente que a exceção confirma a regra) ao indivíduo comum, que pode ser eu ou você.
Amanhã, é bem possível que o tal habeas corpus, ao ser julgado no mérito, livre Dantas da condenação já sofrida e do risco de ser molestado por um juiz que já mostrou a que veio. Um juiz contra quem não pairam acusações de corrupção, de violências ou de conspurcação da magistratura. Um juiz que, se — veja bem, se — em algum momento extrapolou os limites da legalidade, foi contra um desses superbrasileiros, que têm assegurados todos os mais elementares direitos constitucionais. É mais uma vergonha nacional.
Juízes raramente aceitam suspeições arguidas pelas partes. Podem até jurar suspeição eles mesmos (pelos mais variados motivos, o que levou o CNJ a aprovar resolução determinando que eles se explicassem, para que ninguém pensasse que seria, simplesmente, por não querer trabalhar!), mas sobem nas tamancas se alguém afirma que eles agem sem isenção. É mágoa para a vida toda! Assim, De Sanctis não estaria na contramão das práticas jurisdicionais brasileiras ao se considerar plenamente capaz de presidir processos contra Dantas. Infelizmente, este é um réu cujos queixumes nunca deixarão de ser ouvidos. E, pelo visto, atendidos.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Uma noite qualquer
Pode se tornar maravilhosa se você passa uma hora sentado no chão, com sua esposa e sua filhinha, brincando de um monte de coisas diferentes, e sentindo quando a criança se encosta em você, procurando conforto.
É hora do banho e de colocá-la para dormir. Assim que ela terminar de guardar os brinquedos. Ela, pessoalmente.
Boa noite para você também.
É hora do banho e de colocá-la para dormir. Assim que ela terminar de guardar os brinquedos. Ela, pessoalmente.
Boa noite para você também.
Argumentos que circulam para formar opiniões
O bate papo sobre segurança pública continua na caixa de comentários da postagem "Esferas sociais falhando", aí abaixo. Tudo graças ao desprendimento e senso de dever do nosso caríssimo Coronel Costa Jr., atual chefe de policiamento da capital. Trago à baila, hoje, a manifestação de Daniel da Silveira:
Caro Coronel,
Como é bom ver alguém da cúpula da polícia se manifestando sobre esse assunto. É de suma importância que as instituições, sejam quais forem, engajem debate com a população.
Todos nós temos uma idéia da penúria que são as instituições policiais no Brasil, mas muitas vezes não temos a real dimensão de como os indivíduos que a compõem pensam, quais suas principais dificuldades, receios, desejos, esperanças.
Essa informação é de suma importância, pois serve para avaliarmos criticamente a atuação de vocês e também defendermos as suas causas de ataques injustos.
Esse espaço (assim como outros na internet e fora dela) é frequentado por diversas pessoas cujo interesse é debater e circular argumentos para formarmos nossas opiniões. Que a polícia siga o seu exemplo e cada vez mais se explique, demonstre suas versões, se justifique para a população sempre, inclusive quando reprova as atitudes de seus profissionais. Esse seria um primeiro passo para uma vivência democrática das instituições.
Quanto ao mérito de seu comentário, reconheço a falha estrutural do sistema que estoura no sistema de segurança pública. Esse já é o pano de fundo de qualquer discussão sobre as dificuldades da polícia.
Achei muito importante sua análise técnica sobre o caso, para justificar o porquê que a operação policial nào conseguiu evitar as mortes nesse incidente. Faço votos que seja um caso que gere aprendizado e que possamos ter mais chance de evitar perdas como essas.
Concordo com sua análise de que as instituições tradicionais (família, igreja, moralidade cristã, etc) estão se corroendo em nosso tempo. Mas discordo de que a solução seja lembrá-las com saudosismo ou preservar suas "essencias". Temos de lidar com os problemas conforme nossa época, que é a um só tempo desprovida de uma única moral definitiva e incessante revisora da moral existente.
Por fim, solidarizo-me com o senhor, com a corporação policial e com a família do policial assassinado em serviço. As vezes esquecemos que ainda nesse mundo blasé, enfastiado, há quem se arrisque todos os dias para alimentar a própria família e para servir a população em troca de um salário incompatível com a dignidade dessa função. Ao menos que saibam o quanto valorizamos o trabalho de vocês, que nos juntamos nesse luto e agradecemos aqueles que honram o serviço público.
Atenciosamente,
Daniel Coutinho da Silveira
Caro Coronel,
Como é bom ver alguém da cúpula da polícia se manifestando sobre esse assunto. É de suma importância que as instituições, sejam quais forem, engajem debate com a população.
Todos nós temos uma idéia da penúria que são as instituições policiais no Brasil, mas muitas vezes não temos a real dimensão de como os indivíduos que a compõem pensam, quais suas principais dificuldades, receios, desejos, esperanças.
Essa informação é de suma importância, pois serve para avaliarmos criticamente a atuação de vocês e também defendermos as suas causas de ataques injustos.
Esse espaço (assim como outros na internet e fora dela) é frequentado por diversas pessoas cujo interesse é debater e circular argumentos para formarmos nossas opiniões. Que a polícia siga o seu exemplo e cada vez mais se explique, demonstre suas versões, se justifique para a população sempre, inclusive quando reprova as atitudes de seus profissionais. Esse seria um primeiro passo para uma vivência democrática das instituições.
Quanto ao mérito de seu comentário, reconheço a falha estrutural do sistema que estoura no sistema de segurança pública. Esse já é o pano de fundo de qualquer discussão sobre as dificuldades da polícia.
Achei muito importante sua análise técnica sobre o caso, para justificar o porquê que a operação policial nào conseguiu evitar as mortes nesse incidente. Faço votos que seja um caso que gere aprendizado e que possamos ter mais chance de evitar perdas como essas.
Concordo com sua análise de que as instituições tradicionais (família, igreja, moralidade cristã, etc) estão se corroendo em nosso tempo. Mas discordo de que a solução seja lembrá-las com saudosismo ou preservar suas "essencias". Temos de lidar com os problemas conforme nossa época, que é a um só tempo desprovida de uma única moral definitiva e incessante revisora da moral existente.
Por fim, solidarizo-me com o senhor, com a corporação policial e com a família do policial assassinado em serviço. As vezes esquecemos que ainda nesse mundo blasé, enfastiado, há quem se arrisque todos os dias para alimentar a própria família e para servir a população em troca de um salário incompatível com a dignidade dessa função. Ao menos que saibam o quanto valorizamos o trabalho de vocês, que nos juntamos nesse luto e agradecemos aqueles que honram o serviço público.
Atenciosamente,
Daniel Coutinho da Silveira
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