quinta-feira, 26 de julho de 2012

No estaleiro com Sakamoto

Meus caros
Esta postagem foi escrita há mais de um ano. Eu apenas a reli e mandei atualizar o texto, como fiz com inúmeras outras. Por alguma razão inexplicável, ela foi transportada para o último dia 26, como se fosse uma postagem do dia. Como não sei resolver o problema (nem me recordo mais a data exata da publicação original), presto este esclarecimento. Afinal, o texto está em total desconformidade ao momento atual.


Este está sendo um dia bem diferente do normal, um autêntico dia de doente, com direito a atestado médico, cama, fastio e uma pilha de remédios. Felizmente, já sinto alguma melhora, mas experiências recentes me fazem temer a situação, porque o problema não é simplesmente melhorar, mas conseguir manter a evolução por algum tempo.
Acessei o computador para tentar resolver alguns problemas. Digo tentar porque a imbecilidade humana não permite que coisas simples sejam feitas, mas outra hora, se me der vontade, explico de que estou falando.
O fato é que a vontade de postar rivaliza com esta imensa indisposição, que me deixa até sem assunto. Por sorte, acabei topando com o um texto do Leonardo Sakamoto, que muito me agradou e que por isso compartilho. Vale a pena ler os comentários, também, para maior informação.

O Imposto sobre Fortunas é símbolo de civilidade
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, declarou que a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas não está em discussão no governo federal. Segundo a Agência Brasil, ele afirmou que “esse imposto cria mais distorções que receitas e acaba levando à transferência de riquezas para fora do país” durante seminário para discutir a reforma tributária na Câmara dos Deputados. Defendeu a tributação de heranças e de transferências de bens como forma de contribuir com a transferência de recursos dos mais ricos aos mais pobres.
Também concordo que uma taxação pesada sobre grandes heranças é um instrumento bastante eficaz para reduzir a desigualdade social no longo prazo. Mas isso não invalida o Imposto sobre Grandes Fortunas, que nunca foi regulamentado (e, pelo lobby junto aos congressistas e o governo, nem vai ser tão cedo). É claro que isso pode levar à evasão de recursos para além das fronteiras por contribuintes sedentos em não-contribuir. Contudo a força desse instrumento não reside apenas nos recursos que ele é capaz de arrecadar, mas no simbolismo de um Estado que assume o papel de corrigir distorções históricas e de tratar desiguais de forma desigual.
Durante as eleições presidenciais, poucas vezes os candidatos foram verdadeiramente pressionados a se posicionarem a respeito de projetos concretos de interesse dos assalariados ou dos mais pobres. Temas como redução da jornada de trabalho, aumento da licença maternidade, taxação de grandes fortunas, correção dos índices de produtividade da terra, entre outros, foram tratados como polêmicas ou tabus. Bom mesmo é gastar a paciência do eleitor condenando a sexualidade alheia.
O então senador Fernando Henrique Cardoso, antes de pedir que esquecessem o que ele escreveu, defendeu a taxação de grandes fortunas no Congresso Nacional. Luiz Inácio Lula da Silva, antes de se tornar o queridão do mercado, também defendia abertamente a redução na jornada de trabalho. O poder muda as pessoas, é fato. O pior é ter que ouvir dos próprios que eles não mudaram, apenas ganharam uma consciência ampliada a partir da cadeira que ocuparam.
O que me leva a crer que a culpa por tudo isso é da cadeira no Palácio do Planalto. Ela tem um encosto e precisa de uma sessão de descarrego antes que faça novas vítimas. Urgentemente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Existe um aspecto que não pode deixar de ser criticado: ele defendeu que, apesar de não ser lá muito efetivo, o IGF precisa ser regulamentado como um sinal do compromisso em reduzir as desigualdades. Ora, uma medida governamental que tenha apenas a aparência de ser bem intencionada, sem realmente resolver algum problema, como o Ministério da Fazenda afirmou, é populista; está lá apenas para agradar os eleitores desavisados, sem solucionar de verdade a questão.

LIlica disse...

Se é assim também quero me sentar nessa cadeira e AMPLIAR minha visão e conta corrente...penso que então seja um bem ao povo brasileiro, TODOS sentarem nessa bendita (ou maldita) cadeira.

Ana Miranda disse...

Creio eu que, a simples atitude de nosso políticos pararem de roubar o NOSSO dinheiro, já seria uma boa forma de contribuição apara a desigualde, pois poderia-se cuidar melhor de nossas crianças, para que entrassem no mercado de trabalho melhor qualificadas...

Você estava "dodói" Yúdice? Melhorou?

Ah...