Belém, 6 de julho de 2012, 15h45. Já na cabeceira da pista principal do aeroporto, meu avião aguarda autorização para decolagem. Minutos antes, o piloto alertara que a autorização estava condicionada ao término do serviço da INFRAERO, que tinha um veículo atravessado na pista. Motivo: funcionários estavam afugentando aves (assim mesmo, genérico) que voavam em situação de risco potencial à navegação aérea. No segundo comunicado, para justificar o atraso de meia hora, o piloto disse que o serviço estava quase finalizado; que os funcionários estavam lavando a pista.
Bem humorado, comentei com minha esposa que primeiro tentaram enxotar os urubus mas, como não deu certo, optaram por matá-los e estavam recolhendo os cadáveres. Deveras, antes os deles que os nossos.
Em março deste ano, a Justiça Federal acolheu pedido do Ministério Público Federal e concedeu liminar contra o prefeito-desastre de Belém e seus secretários de saneamento e meio ambiente, sujeitando-os à multa diária de 5 mil reais caso não providenciassem a remoção de todo o lixo acumulado no entorno de nossos dois aeroportos (ver notícia detalhada aqui).
Como bem sabemos, o pior prefeito de todos os tempos não se importa com decisões judiciais. Ignora-as solenemente, mas o pior é que isso não costuma ter consequências para ele. Não sei dizer em que pé se encontra a ação judicial aqui referida. Mas posso lhes assegurar que os urubus continuam no mesmo endereço, proporcionando momentos curiosos como o vivido por mim. Bacana mesmo foi a passageira ao lado de minha esposa perguntar se já ocorreu algum acidente por causa das aves. Polyana me perguntou e o pequeno psicopata dentro de mim abriu um sorriso, ávido por aproveitar a oportunidade. Mas querendo evitar problemas, preferi responder que não há notícias de acidentes do gênero em Belém. Frisei apenas o "em Belém".
Felizmente, foi uma ótima viagem.
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