"...em particular numa democracia, as pessoas que realmente detêm o poder são mal informadas, incompetentes, corruptas ou interesseiras, ou tudo isso ao mesmo tempo."
Você acha que o excerto acima saiu de alguma postagem irada de rede social? Negativo. Trata-se do pensamento de Platão, segundo descreve Ronald Dworkin em seu A justiça de toga1. Como transcrito, é claro, está totalmente descontextualizado. Para esclarecer, o autor está explicando por que Platão acreditava que "a opinião de legisladores do passado tem possibilidades reais de ser melhor do que a intuição ou a decisão de uma autoridade contemporânea", porque o direito resultaria da acumulação de experiências.
Não se pode tomar esse pensamento de modo genérico: ele só funciona na perspectiva de que os legisladores — ou governantes, ou juízes — do passado eram lúcidos e agiam de boa fé. Platão acreditava nisso. Mas já não se pode ter a mesma esperança quanto à realidade brasileira. Por aqui, que me conste, lucidez e boa fé passaram ao largo desde sempre.
1 DWORKIN, Ronald. A justiça de toga. São Paulo: Martins Fontes, 2010, p. 245.
2 comentários:
E para reverter isso eu deveria votar, mas infelizmente, em uma demogracia que OBRIGA-ME a votar, eu só vou lá digitar:
00-CONFIRMA
Não faço isso feliz, mas eu NÃO voto no "menos pior".
Ou eu voto no melhor, ou rasuro meu voto.
Saudades de você, meu amigo!!!
O Governador do Pará, quando era candidato, anunciou um POLICIAMENTO ORIENTADO PREVENTIVO, mas nem a Secretaria de Segurança Pública e nem a Polícia Militar praticam o mínimo de policiamento comunitário. O que está acontecendo? O governador mentiu ou as autoridades são incompetentes? Cadê a polícia comunitária?
Fernanda Nobre
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