quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vida inteligente e lançamento

Eu ainda era um jovem aluno de graduação em Direito (ok, já faz algum tempo, sim) quando estive no CENTUR para participar de um evento acadêmico. O palestrante do dia era José Eduardo Faria, que numa conversa informal posterior (informal do jeito dele, porque pareceu uma segunda preleção) fez um comentário um tanto condizente com um uspiano exclusivo (até o doutorado, pelo menos): disse que, às vezes, ele se perguntava se havia vida inteligente na academia.
Admito que, com certeza, não entendi os motivos e a extensão da crítica, mas me incomodei, porque não me pareceu construtiva. O visitante não estava fazendo um mea culpa, mas tão somente falando dos outros. Aquele questionamento cruel me perseguiu por anos e, em meu primeiro mestrado, por razões bastante pessoais.
Ignoro se, passados esses anos, o Prof. Dr. Faria mudou de opinião, mas hoje sei que existe muita vida inteligente na academia. E ela pulsa também aqui, em nosso Estado. Esta realidade vem se delineando através de uma produção científica cada vez maior e melhor. Um exemplo disto é o lançamento que teremos daqui a uma semana:


Trata-se da tese de doutorado da Profa. Ana Cláudia Bastos de Pinho, hoje ligada ao respeitado Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (nota 5 pela CAPES). A tese, transformada em livro, chega para todos os que se interessam pelas ciências criminais, com apetite não apenas para conhecê-las, mas para transformá-las.
Ontem mesmo, ao final de minha aula do mestrado, o Prof. Jean Carlos Dias comentava sobre a necessidade de superarmos os parcos limites do positivismo jurídico, que serve para muita coisa, porém para muito pouco em relação ao que necessitamos de fato. E mencionou que os dois últimos bastiões do positivismo são o Direito Penal e o Direito Processual. Verdade. No meu mundinho, estamos ainda mais atrasados no projeto de ressignificação dos nossos fundamentos e finalidades.
Para esta missão, Ana Cláudia está capacitada e motivada. Por isso recomendo a obra.

2 comentários:

Tanto disse...

Boa noite amigo. Acho que sempre existiu vida inteligente na academia. Defender o contrário me parece muito radical.

Yúdice Andrade disse...

Estou certo disso, Fernando. Por isso o meu constrangimento desde que ouvi a frase infeliz. E agora tenho provas!
Muito bom te reencontrar aqui pela rede.