O Cinépolis explora, hoje, 14 salas de cinema em Belém, divididas igualitariamente entre os shoppings Boulevard e Parque. E como toda empresa focada em lucros, costuma exibir os filmes de maior interesse mercadológico, já que não existem mais salas de arte funcionando diariamente por estas bandas. Basta ver que a programação, em ambas as redes que operam na cidade, costuma ser praticamente igual.
Quando quis ver Amor, de Michael Haneke, chamou-me a atenção de que ele só era exibido no Boulevard. Após a entrega do Oscar, como de hábito, títulos premiados voltaram à cena, mas novamente apenas naquele shopping do centro da cidade. Refiro-me a O lado bom da vida e Argo, espremidos entre os filmes de menor relevo. No Parque, só estes comparecem atualmente.
Gostaria de saber qual é o critério do Cinépolis para essa divisão. Só consigo pensar na centralidade geográfica do estabelecimento e, talvez, embora não me pareça muito plausível, o maior poder aquisitivo do bairro. Será que tem a ver com a quantidade de cópias ainda disponíveis? Mas se fosse isso, ainda assim seria possível uma distribuição mais flexível. Certeza, apenas que a decisão foi tomada para otimizar lucros.
Chateia-me a restrição porque o Cinépolis Parque é hoje, em minha opinião, o melhor cinema da cidade. Além de oferecer salas confortáveis e mais novas, somente no Parque existe a opção da sala MacroXE, com tecnologia superior. E para muitos, como eu, é conveniente frequentar aquele cinema, não apenas pela localização, mas porque oferece um estacionamento mais agradável, plano (sem aquelas rampas irritantes), e ainda por cima mais barato.
Até prova em contrário, parece que a mentalidade ainda é de assegurar o melhor para o centro da cidade. O novo chega, mas o velho não vai embora.
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