Com estas palavras, publicadas em sua página no Twitter em 6.1.2010, o inglês Paul Chambers (28) desabafou sua frustração ante a possibilidade de não poder viajar para ver a então namorada, hoje noiva, na Irlanda do Norte. Sabe aquelas coisas tolas que você diz — ou escreve, o que hoje acontece com frequência cada vez maior — sem a menor seriedade, apenas para brincar ou, como no caso, para dar vazão à raiva ou angústia? Pois é. Todos já fizemos isso. Mas neste mundinho histérico e alucinado em que vivemos, é cada vez mais perigoso abrir a boca.
Chambers entre dois de seus apoiadores, o comediante Al Murray e o ator Stephen Fry, em frente ao tribunal que o absolveu, no último dia 27 |
O caso disseminou grande discussão na Inglaterra. As autoridades foram acusadas de violar a liberdade de expressão, que é um direito fundamental do cidadão. Não à toa, vários artistas emprestaram suas imagens e até doaram dinheiro para defender Chambers.
A batalha contra o sistema foi vencida, mas deixou uma mensagem importante para todos que utilizam a Internet para escrever suas ideias, quaisquer que sejam: o mundo está cada vez mais perigoso. Mas ao contrário do que pode parecer, o perigo não é a violência ou o terrorismo: o grande perigo é o medo de toda e qualquer possibilidade de perigo.
Quero acreditar que, se algo semelhante acontecesse no Brasil, não haveria nenhuma consequência persecutória. Talvez algum bafafá midiático e os habituais quiproquós das redes sociais. O que é bom. Imagine se eu fosse parar na cadeia só por escrever, aqui no blog, qual é a minha grande vontade sempre que tento resolver o meu interminável problema com a Oi. Ou o que acho que deveria ser feito com os culpados pela situação da Rede Celpa e pelo reajuste anunciado da tarifa de energia em 13%.
Se eu dissesse o que realmente penso, acabaria preso por apologia de crime. No mínimo.
Fontes:
2 comentários:
Eh...eh...eh...
Se eu escrever o que penso dos nossos políticos, pegarei prisão perpétua, isso porque no Brasil não tem pena de morte...
É um risco que corremos, Ana...
Postar um comentário