Gosto de números e de pensar no que eles representam. Já disse aqui o quanto me fascina olhar as estatísticas do blog e especular sobre os motivos que levaram a elas.
Como já fiz em outras ocasiões, pus-me a observar os números de acessos por postagem, o que o Blogger gentilmente nos exibe como informação imediata. E como a página mostra as 100 últimas postagens publicadas, uma rápida olhada me permite traçar um panorama.
Já tinha observado que o povo gosta mesmo é de amenidades, por isso a audiência costuma subir quando o tema apela para o bom humor (como "Oráculo 2016", com 73 acessos), principalmente se há algum nível de duplo sentido no ar (como "Curiosidades gastronômicas do Brasil", com seus 42 acessos). Já observara, também, que os números melhoram quando posto o link na minha página no Facebook, coisa que raramente faço. Mas o que me surpreendeu foi que a conjuntura atual destoa um pouco disso.
Nesse grupo das 100 mais recentes, de longe a que teve maior número de acessos foi "Sintomas de uma sociedade doente" (216), na qual relatei sobre o caso de um empresário vitimado em um "golpe da saidinha", que foi socorrido por policiais militares mas, uma vez no hospital, teve o atendimento negado porque pensaram que fosse um criminoso. Decerto que a ampla publicidade dada ao caso pela imprensa comum, naqueles dias, ajudou a despertar o interesse pelo que escrevi.
Em segundo lugar aparece "Sombras da noite" (96, também uma larga vantagem), minhas impressões sobre o mais recente filme da dobradinha Tim Burton/Johnny Depp, o que me desperta uma grande curiosidade: por que diabos as pessoas dão atenção a críticas cinematográficas escritas por um completo leigo? Mas dão. Meus comentários sobre o filme "Valente" também tiveram a sua atenção (67 acessos), mas quero crer que a gracinha feita pela Júlia, no cinema, ajudou. O lado cultural, digamos assim, do blog também ajuda no campo da literatura. Minhas impressões sobre o romance "O prisioneiro do céu" interessaram a 51 visitantes.
O sexto melhor desempenho (47 acessos) ficou com "O rastejar das cobras", que toma como mote a cassação do então senador Demóstenes Torres para lembrar que, no Congresso Nacional, quando é muito necessário, entregam-se os aneis para se conservar os dedos. Logo abaixo, para alegria de minha esposa, vem "Brain computer interface" (46), postagem auxiliada por reportagem da imprensa comum e por link no Facebook, que algumas pessoas tiveram a gentileza de compartilhar. Trata de um projeto de pesquisa acadêmica coordenado por Polyana e outro professor, que resultou numa cadeira de rodas controlada pelo pensamento.
A mais bem colocada postagem sobre temas que eu consideraria do meu métier foi "Remição pela leitura (II)" (45), que aborda a efetivação do programa federal que pretende reduzir a pena de condenados que se instruam através de leituras e fichamentos. Tudo bem que não produzi nenhuma análise pessoal ali, mas parece que faço mais sucesso quando saio da minha zona de conforto...
Falando em zona de conforto, o novo lugar tem a ver com ela. "Prisões na Noruega" (42) transcreve um texto no qual o autor fala sobre o sistema penitenciário daquele país nórdico, que consegue ressocializar 80% dos detentos. Uma realidade paralela em relação ao Brasil, que não ressocializa quase ninguém. E nem pode, já que o objetivo do sistema (e da própria sociedade) é a mera punição, não a recuperação.
Outra postagem auxiliada pela imprensa e pelo Facebook foi "Faltou o dolo" (41), na qual tentei analisar sob o enfoque estritamente penal o caso da morte de dois cachorros, por negligência do funcionário de um pet shop, episódio cuja compreensão na rede social estava tomando proporções de hecatombe.
Duas postagens tiveram 40 acessos. A primeira delas, banal, é "Acintoso" e mostra apenas a imagem de um Lamborghini Murciélago humilhado com uma ridícula estampa de oncinha. Em "Ódio e desespero", coloco um link para matéria sobre o caso de uma senhora de 46 anos que, para conseguir atendimento para seu pai doente de câncer, fez reféns em um hospital, simulando portar um revólver.
Por último, cito "Pedagogia da vara" (39), que comenta a repercussão do caso de uma professora do interior de São Paulo que, através de bilhete, recomendou à mãe de um aluno que, se necessário, o educasse na porrada. A repercussão do fato na imprensa nacional não foi muito boa para ela.
Agora que estou prestes a completar 5 mil postagens, veremos o que o futuro me reserva.
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