domingo, 3 de agosto de 2008

Ah! A última flor do Lácio!

Repórter Diário de hoje:

Lei seca
Apesar dos lamentáveis acidentes de trânsito que têm seifado a vida de inúmeras pessoas no Pará nos últimos tempos, caso seja feito um levantamento já divulgado em outros Estados, é considerável a redução de acidentes após a implantação da "Lei Seca", que combate o uso de bebidas alcoólicas por parte de motoristas. É fundamental que as autoridades não relaxem na fiscalização. A vida agradece.


Oportuna a defesa da lei, que têm mais adversários do que defensores, em que pese a estupidez de chamá-la de "lei seca" — afinal, não existe nenhuma proibição para que as pessoas consumam bebida alcoólica (ou mesmo adquiram). Será que é tão difícil de entender?!
Mas apesar de ser importante conscientizar a nossa tosca sociedade dos malefícios do consumo de álcool por motoristas, precisava escrever "seifaram", com "s"?!! Santa sacanagem, Batman!
Para ajudar, o Dicionário Houaiss:

ceifarverbo transitivo direto e intransitivo
1 cortar ou abater (cereais, ervas etc.) com foice ou instrumento apropriado; segar

Ex.: c. o arroz; começou a c. cedo
transitivo direto
2 Derivação: sentido figurado.
tirar (a vida) a; matar
Ex.: a peste ceifou muitos camponeses; a água contaminada ceifara a vida de todo o rebanho
transitivo direto
3 Derivação: sentido figurado.
tornar sem efeito; pôr fim a; cassar, eliminar, destruir
Ex.: c. mandatos; a morte não ceifa o amor verdadeiro;
transitivo direto
4 Derivação: sentido figurado.
obter como compensação; colher
Ex.: c. aplausos; c. lauréis
intransitivo
5 pôr (o cavalo) as mãos para fora, ao andar, fazendo meio círculo

2 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Sou a favor do agravamento da legislação de trânsito feito pela chamada Lei Seca. Porém, deve-se conter os exageros. Não há parâmetros de objetividade (motivo - fato) para fiscalizar sem que o condutor tenha cometido uma infração concreta. Fiscalizar regularidade de documentação e condições do veículo é uma coisa. Parar o cidadão para fazê-lo produzir prova cotra si mesmo, sem que ele represente risco à vida de outrem é outra coisa além de abusiva.
A alteração da lei de trânsito, do jeito que está, deixou o cidadão à mercê das arbitrariedades cometidas cotidianamente pelos guardas de trânsito e policiais militares, que agora pensam que têm competência para fiscalizar motoristas, e ainda sem que haja fato justificador para a atuação e autuação.
Sinto-me como se tivéssemos voltado àquela fase da prisão para averiguação.
Portanto, penso que ela, a lei, é arbitrária por desrespeitar o direito de ir e vir daqueles que se recusarem a fazer o teste (e com fundamento) e produzir prova contra si mesmos. É correto prender o condutor por isso, amigo? A prisão, por acaso, não é abusiva? Se eu não tiver bebido uma gota e me recusar a fazer o teste, é legal me prender por isso?
Não acredito no preparo dos agentes fiscalizadores. Muito pelo contrário. Vai rolar uma ponta, como sempre. E agora são cidadãos como eu que estão na iminência de entrar nessa onda. Por mais que eu não queira.
Pegar essa ralé despreparada e estigmatizada pela inferioridade econômica e dar-lhe fé pública para meter a mão no bolso dos cidadãos menos desafortunados soa mais como vingança. É absurdo. Por exemplo: no cruzamento da Senador Lemos com a Dr. Freitas há um guardinha que fica escondido para multar. E não pára de fazer isso enquanto está no seu posto. Pare naquela Big Ben para comprar alguma coisa e fique observando. Fique revoltado. É esse mesmo sujeito que vai nos parar e nos colocar um tubo na boca?
Fala sério!!! Ninguém faz nada para mudar isso.
Aqui nesse país só se pensa em punir, pouco se fala em educar.
Mas já seria um bom começo dar condições de defesa para o cidadão. Seria um bom começo se as corregedorias e ouvidorias servissem, de fato, aos cidadãos. Tente recorrer de uma multa de um lugar onde nunca esteve e verá.

Anônimo disse...

Olá Primo,

Não consigo relacionar a redução de acidentes fatais com a proibição de ingerir bebida alcóolica (em qualquer quantidade) e dirigir.

Na minha visão, está na FISCALIZAÇÃO. Acho razoável o limite anterior de 6 dg/ml de sangue que, provavelmente, não caiu do céu. É crível imaginar que houve um estudo para que se chegasse a conclusão de que abaixo de 6dg/ml de sangue, o cidadão não perde de forma significativa e comprometedora os reflexos.

A lei anterior estaria de bom tamanha se aplicada. Seria eficaz. Entretanto não houve rigidez na fiscalização o que culminou num total "desuso" da lei. Não vejo horizontes diferentes para a nova norma, caso não seja também fiscalizada.

Parece-me óbvio.

Falmos tanto em educação, mas a Lei é sim, infelizmente, uma forma de educar, baseado no medo de perder os dois bens mais valiosos na sociedade contemporânea: a liberdade e o patrimônio.

A Lei nasce fruto de uma educação básica precária e são poucos que têm a consciência do pergio que é dirigir alcoolizado. Verifico isto com quem conversei, todos com medo dos quase R$ 1000,00 que isto podem lhes custar.

Abraços Primo!!!