terça-feira, 19 de maio de 2009

Lost — season finale

Sem spoilers, viu, Francisco? (Exceto se você estiver muito atrasado...)

Nestes tempos em que a tecnologia nos libertou do sofrimento de ter que esperar até que a obra audiovisual seja lançada em DVD (se for), os fãs de uma série de TV, no Brasil, só precisam de dois dias para assistir ao último episódio. Graças a isso, ontem (infelizmente, só ontem; aliás, terminando a uma hora da madrugada de hoje), assisti ao season finale de Lost.
Simplesmente maravilhoso. Estupendo. Deixo para inquietação dos interessados a informação de que a imagem aí ao lado representa a deusa egípcia Taweret, protetora da fertilidade, das embarcações e das grávidas. E auxiliou Horus (deus dos céus) em sua luta contra Seth (deus da violência, desordem, traição, inveja, guerra, deserto e animais, ou a encarnação do espírito do mal). Na mitologia do seriado, procure lembrar-se de uma certa estátua em ruínas, da qual restara apenas um pé de quatro dedos.
As respostas aos muitos enigmas da trama estão chegando, gradualmente, num ritmo adequado a nossa necessidade de prosseguir perdidos. Mas os roteiristas fizeram o favor de nos deixar com o coração na mão em busca de uma resposta, uma só, que nem sequer envolvia os tais mistérios. Queríamos apenas saber o que aconteceria aos nossos protagonistas. E no exato momento em que saberíamos, um dos famosos clarões que marcam as viagens no tempo veio e o episódio acabou, como sempre exibindo o título, mas desta vez num fundo branco em vez de preto.
Respiração presa e a maior cara de espanto. Como assim? Já acabou? Precisaremos esperar mais oito meses para conhecer o desfecho daquela cena?
É, precisaremos, sim. Fazer o quê? Esperar, desejando que se cumpra o anúncio de que, já na abertura da sexta e última temporada, seremos brindados com informações essenciais para identificar, por fim, qual é o verdadeiro tema da série.
Se precisa ser assim, que seja. Por ora, fica a emoção de um episódio fabuloso nos mínimos detalhes, a começar pela edição e pelos movimentos de câmera, com tomadas magníficas de um lugar cujas belezas naturais são um show à parte. E as interpretações! Espetaculares, com uma inevitável ênfase a Josh Holloway (sim, o Sawyer) e Elizabeth Mitchell (a adorável Juliet).
Mas chega de elogios. Não dá para ficar nessa tietagem toda.
Enquanto espera longos meses pelo começo do fim tão aguardado, fique com a imagem de Ben contemplando o tapete de Jacob, no qual se lê a frase "Deuses dão alegrias".

6 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Ainda não vi nada da 5a temporada, Yúdice. Estou esperando sair em DVD pra assistir de levada, como fiz na 4a. Por isso, nem li teu texto, para não me aborrecer... :)
Enquanto os DVDs não vêm, sou obrigado a ouvir coisas em casa do tipo "não sabes como esta temporada está sensacional" - sim, porque a Teuly não deixou de assisti-los. Ninguém merece...

Frederico Guerreiro disse...

Eu queria ter esse tempo e essa paciência para assistir a seriados. Mas a pior coisa para mim é deitar na cama para assistir. No primeiro diálgo sem-graça eu durmo. Só uma boa leitura me mantém acordado por mais tempo.
A TV já não me toma mais tanto tempo quanto no passado.

Leo Nóvoa disse...

Fantástico é pouco professor. Mais coisas foram reveladas e mais expectativas foram criadas. Por mais que haja muitos interesses comerciais em jogo, os roteiristas dificilmente deixam transparecer esse lado, deixando a gente doido pra assistir a próxima.
isso sem contar nos atores, que já são antológicos devido as interpretações.
Abraços!!

Yúdice Andrade disse...

Francisco, eu até tento ser politicamente correto e esperar os DVD. Mas com "Lost" não foi possível. Então tive que recorrer aos prováveis mesmos expedientes da Teuly. Qualquer hora dessas vou bater um papo com ela. Um fã precisa debater o objeto do seu interesse e, atualmente, só disponho da Polyana para isso. Mas é preciso aumentar o círculo. Abraço.

Pode não parecer, Fred, mas hoje em dia eu assisto televisão muito pouco e, seguramente, nem todo dia. Até o meu programa mais comum, telejornal, tem ficado de lado. Tem a ver com aproveitar o tempo com a Júlia ou aproveitar para dormir, se ela dorme. Ou com trabalho, mesmo, que normalmente entra pela madrugada.
Por isso, reservo o tempo do lazer e aí entra "Lost", como item obrigatório.

Sem os interesses comerciais, os americanos nada fazem, Leo. Pode-se extrair disso algo de bom, mormente os pesados investimentos que fazem na indústria do entretenimento. É graças a isso que temos programas bem produzidos, bem realizados, até porque os diversos profissionais se preocupam em estudar. Assim, surgem não apenas grandes atores, mas grandes diretores, cenógrafos, figurinistas, etc. Juntando toda essa gente boa, em meio a muita coisa ruim, surgem obras verdadeiramente inesquecíveis.

Polyana disse...

Acaba de me ocorrer, com a tua descrição (SPOILER): será que o Jacob não é Horus e o outro lá o Seth?
beijos

Yúdice Andrade disse...

Pode ser, meu amor. Mas confesso que não gostaria disso. Acharia legal se os personagens fossem alegorias, representassem o símbolo que podem ser atribuídos a esses deuses. Mas se eles forem os deuses, vou achar uma viagem e isso não me agradará nada.