Estreia amanhã o espetáculo teatral Acorde, Margarida, da Cia. Teatral Nós Outros, que revela para a sociedade paraense quem foi a maestrina Margarida Schivasappa, para muitos apenas o nome de um teatro que poucos frequentam. Na verdade, ela foi pioneira do canto orfeônico no Pará e depois brilhou também no teatro. Em sua época, notabilizou-se por utilizar a arte como instrumento de inclusão social, muito antes de isso virar um discurso da moda. Uma personagem da vida real, fascinante, cuja memória será resgatada.
O espetáculo é um musical assinado pelo dramaturgo Carlos Correia Santos, autor de mais de uma dezena de peças e romances e que — sintoma — é um paraense mais conhecido no Centro-Sul do país do que em sua terra natal. A direção geral é de Hudson Andrade — ator, diretor e dramaturgo, nesta condição já duas vezes premiado pela Fundação Nacional de Arte, e que por acaso é meu irmão. Abaixo, você encontra maiores informações sobre a ficha técnica e o elenco.
No programa Sem Censura Pará desta tarde, o autor e a atriz Maíra Monteiro falaram sobre o espetáculo, que ficará em cartaz no Teatro Universitário Cláudio Barradas, da UFPA (Av. Jerônimo Pimentel, 546, quase esquina com a Rua Dom Romualdo de Seixas) até o próximo domingo. Depois será encenado em outros teatros até, finalmente, ser apresentado na reinauguração do Teatro Margarida Schivasappa, do CENTUR, atualmente fechado para reforma. "Como se Margarida estivesse voltando para casa", frisou o dramaturgo.
Santos também disse algo tão profundo quanto verdadeiro: que o paraense é um sujeito que vive na janela. Está dentro de um salão belíssimo, mas não vê nada que possui ao seu redor. Fica o tempo inteiro olhando para fora, procurando ao longe o que lhe interessa. Verdade absoluta. Aqui, não falta quem diga que não existe teatro no Pará, por pura ignorância. Mas essa mesma pessoa paga caro para ver espetáculos paulistas e cariocas de besteirol, morre de rir e lamenta que por aqui não se faça coisa igual. Surpresa: faz-se coisa muito melhor. Experimente procurar.
Então, meus amigos, acordem junto com Margarida. Eu vou ao teatro e estou convidando.
Amanhã, por ocasião da estreia do musical, haverá também o lançamento do livro que o baseia.
Para maiores informações, visite o blog do espetáculo, no qual estão postados textos com informações úteis à compreensão do enredo, p. ex. em que consiste o canto orfeônico e quem foram as personalidades com quem Margarida conviveu, como Pachoal Carlos Magno e Heitor Villa-Lobos.
O espetáculo também conta com uma página no Facebook, onde você pode encontrar informações sobre a montagem, ou seja, notícias de bastidores.
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