Paul se enganou: eles não eram uma família |
A iniciativa parte do adolescente Laser (Josh Hutcherson, de Ponte para Terabítia), que tem 15 anos e depende da colaboração da irmã, Joni (Mia Wasikowska, do horroroso Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton), que já tem 18 e está na iminência de partir para a faculdade.
A despeito disso, vemos que é a garota quem desenvolve uma relação mais próxima com o pai biológico Paul (Mark Ruffalo), ensejando o prognóstico de um bonito relacionamento que, no entanto, não chega a se consumar porque ele se torna uma ameaça real à família.
Atenção: spoilers! O texto abaixo conta detalhes do filme, inclusive o seu final. Portanto, prosseguir na leitura é decisão sua.
Elas não são adoráveis? |
Nicole (Annette Bening) é claramente o elemento masculino da relação. Médica bem sucedida, sustenta a casa, é controladora e vive se considerando criticada pela parceira. Jules (Julianne Moore) cumpre o papel feminino: foi quem ficou em casa para cuidar dos filhos, deixando de ter uma carreira; malogra numa iniciativa de negócio próprio e, quando tenta outro, não conta com o apoio da companheira num primeiro momento. Sente-se frustrada com isso e quer se autoafirmar.
Ela, interessada no primeiro contato; ele, fingindo não estar nem aí |
Quando fica claro que Paul vai se envolver emocional e sexualmente com Jules, perguntei-me como foi possível que o filme não tenha sido execrado pelos ativistas da causa gay, que nos Estados Unidos seriam capazes de declarar a jihad contra a obra e todos os envolvidos nela. Afinal de contas, uma lésbica, feliz ou infeliz, jamais poderia trocar sua mulher por um... homem (tom de repugnância), ainda mais parecendo gostar tanto. Mas com o desfecho fica clara a razão: a infidelidade de Jules acaba sendo o fator para que as verdades até então ocultas venham à tona.
Como o que não nos mata nos torna mais fortes, a família se fortalece, como se percebe na atitude de todos na despedida de Joni e no apelo disfarçado de pilhéria de Laser, na frase que encerra a estória.
No final das contas, Nicole e Jules dão-se as mãos para uma nova vida e só Paul se dá mal, perdendo até a amante ocasional — e isso porque tentou agir corretamente com ela. O modo como o heterossexual é maltratado na trama me fez pensar nos propósitos dos realizadores, tendo descoberto depois que a diretora trabalhou em episódios do seriado "The L Word". Uma ativista, talvez?
Minhas mães e meu pai é um filme agradável e bem realizado. Assista e divirta-se.
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O filme foi indicado a quatro Oscars em 2011: melhor filme, melhor atriz (Annette Bening), melhor ator coadjuvante (Mark Ruffalo) e melhor roteiro original. Também foi indicado ao Globo de Ouro de melhor filme de comédia ou musical, assim como teve indicadas na categoria de melhor atriz tanto Julianne Moore quanto Annette Bening, que venceu. Os três atores e o roteiro também concorreram ao BAFTA. No Independent Spirit Awards, as indicações foram para filme, diretor, atriz (Bening) e ator coadjuvante, além de roteiro, que venceu. E no Festival de Berlin de 2010, venceu o Teddy Bear de melhor filme (categoria dedicada à temática GLS).
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-148352/curiosidades/
3 comentários:
Eu assisti, Adorei.
yudice, que escreve tão claramente sobre as agruras da justiça, qual sua opinião acerca disto:
"http://novoblogdobarata.blogspot.com/2012/03/imprensa-o-escarnio-do-juiz-amilcar.html"
abraços
É divertido, mesmo, Ana.
Fiz uma sugestão transversal sobre o caso, das 19h36, na minha página do Facebook: a de que o Lúcio Flávio pague a indenização em moedas de 5 centavos.
Quanto à responsabilidade do juiz, prefiro não opinar, considerando que provavelmente haverá um procedimento contra ele no CNJ. Pessoalmente, repudio a atitude do magistrado, que me parece totalmente incompatível com a função.
Abraço.
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