Todos os semestres letivos, a comunidade acadêmica é convocada a participar da auto-avaliação institucional. Mais do que uma exigência do Ministério da Educação, é uma importante ferramenta de autoconhecimento, que tem orientado mudanças concretas e permitido melhorias visíveis em nossas práticas e mesmo em nossos espaços acadêmicos.
No que tange à avaliação dos alunos a respeito dos professores, há um formulário com itens a serem avaliados em níveis de aprovação/desaprovação, que gera um resultado percentual. São os primeiros resultados que recebemos. Mas há, também, um campo para que o aluno escreva um texto livre. Essa parte é a mais contundente porque, embora o número de estudantes que lançam mão desse recurso seja mínimo (o que é uma pena), uma análise espontânea e posta em termos reais mexe muito mais com o nosso autojulgamento.
Recebi a minha avaliação referente ao semestre letivo passado há alguns dias. Hoje, minha esposa me mostrou a dela. Compartilhamos nossos documentos um com o outro, claramente satisfeitos com o que constava deles. Como havia uns elogios por lá, de modo algum tornarei pública a avaliação, porque acho muito pernóstico esse negócio de publicar algo só para disparar reações de homenagens nos eventuais leitores. Minha satisfação, e a de minha esposa, decorre do fato de sermos professores por escolha e por destinação natural, realmente apaixonados por essa carreira. Se há reconhecimento, portanto, a sensação é de júbilo.
Mas eu não tenho jeito. De todas as manifestações recebidas, a que ficou na minha cabeça foi uma que acendeu um sinal amarelo. Uma impressão curiosa, sobre a qual eu gostaria de saber mais, contudo isso não é possível, já que as manifestações são anônimas (muitos alunos não escrevem por temer que seus nomes serão revelados aos professores e isso, definitivamente, não acontece). Fico me perguntando o que exatamente levou o aluno a ter aquele sentimento e só posso concluir que compete a mim impedir que isso ocorra. É difícil, porém, estabelecer metas sem saber de onde a coisa vem. Mas recomenda maiores cuidados no modo de interagir com as turmas.
A auto-avaliação institucional é fundamental para toda a comunidade acadêmica. Ela realmente permite uma compreensão mais realista do que estamos fazendo e nos aponta os caminhos onde podemos melhorar. Onde todos podemos melhorar, inclusive os alunos, que são avaliados rotineiramente quanto aos conteúdos e habilidades. A partir daí, compete a cada qual decidir o que fazer com aquilo que se sabe.
2 comentários:
Nobre professor, o correto agora é autoavaliação.
Eu sei. Não se usa hífen no encontro entre vogais diferentes. Mas já me questionaram tanto sobre casos como este, dizendo que estava errado, que resolvi fazer uma concessão, o que não é comum em mim.
Há outra situação em que ajo de modo semelhante: pronomes relativos entre verbos. O certo seria usar o hífen após o primeiro verbo, mas ninguém escreve assim. E eu decidi não escrever também, para não ficar todo mundo achando que eu quis ser pernóstico e acabei sendo tapado.
Sei que a norma culta me exige aplicar as regras decorrentes da reforma ortográfica, que já está plenamente em vigor. Mas mantenho as minhas reservas, até sentir vontade de mudar.
Num mundo em que ninguém mais usa pontuação e acentuação, considero o meu pecadinho perdoável.
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