Já é assunto velho, aqui no blog, a importância que dou à monitoria de ensino, no âmbito de um curso universitário, motivo pelo qual sempre peço uma vaga para minha disciplina, que é longa e cheia de detalhes, mas também de olho na melhor formação daqueles alunos que mostram inclinações à docência.
Ontem, sabadão propício a passeios variados, foi o dia de aplicação da prova para seleção dos monitores de 2013 no CESUPA. Como a vaga é minha, coube-me elaborar a prova e estar lá, durante a sua aplicação, para atender os candidatos que eventualmente tivessem dúvidas. Falei com todos eles, que não me reportarem nenhuma dificuldade ou necessidade.
Cumpri minha obrigação (na verdade, parte dela, porque falta a correção das provas, naturalmente), mas tive que me incomodar, mais uma vez, com a disparidade entre o número de alunos inscritos e os que efetivamente comparecem no dia da prova. Isso acontece todos os anos, mas neste me incomodou particularmente. Para a minha disciplina, p. ex., havia 10 inscritos, salvo engano, mas apenas 4 compareceram. Um horror, mas outras disciplinas estiveram em pior situação. O problema, como é de se imaginar, atingiu todos os cursos, havendo casos de disciplinas que não terão monitor este ano, por WO.
Sugeri à Coordenadoria de Graduação - COGRAD, que faça um levantamento junto a esses alunos dos motivos que os levaram a faltar, porque esse diagnóstico é essencial ao melhoramento do processo seletivo. Sem a informação verídica, ficamos com a sensação, nada agradável, de que os alunos realmente não levaram a sério, atitude que muito desabona qualquer perfil acadêmico, ainda mais quando você pleiteia oportunidades restritas, como a própria monitoria ou o envolvimento com grupos de pesquisa e extensão.
Este ano, devido ao carnaval, foi necessário antecipar a prova para antes do início das aulas. Perguntamo-nos se, talvez, muitos teriam faltado para não "perder" o último final de semana de férias. Sem meias palavras, essa seria uma postura infantil aos extremos, coisa de quem realmente não dá a mínima para a monitoria e nem para nós, já que ignora o trabalho que dá organizar o processo seletivo. Não tenho problemas em dizer que, pessoalmente, estivesse à frente de um grupo de estudo/pesquisa/extensão, eu dispensaria um aluno desses na minha equipe.
Caso o motivo da ausência seja não ter estudado durante as férias, não fica muito melhor. Afinal, nós partimos do pressuposto de que a monitoria será procurada por alunos que tenham maior envolvimento acadêmico, maior inclinação aos estudos e, ao menos, boa fé quanto ao interesse pela docência. Em bom português, o sujeito estuda mais do que a média e é mais responsável, também. Deveria ser assim.
O processo seletivo começou em dezembro, com um período dilatado de inscrição. Os candidatos sabiam quando as provas seriam realizadas (até porque sempre é logo no começo do semestre letivo, porque o nome dos aprovados deve ser encaminhado ao setor financeiro para viabilização das bolsas) e, mesmo assim, houve enorme evasão. É de se lamentar, mas o importante mesmo é descobrir o que está acontecendo de verdade, pois só assim poderemos melhorar o processo como um todo.
Meus parabéns aos alunos que compareceram. Boa sorte a todos.
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