Que a docência se torna uma atividade cada vez mais arriscada, todos sabemos. Por isso mesmo, são indispensáveis mecanismos de reação que tornem claro, aos descontrolados, que o mundo ainda não se tornou terra de ninguém.
Há dois dias, o tribunal do júri de Porto Alegre condenou Rafael Soares Ferreira (26) a 10 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado, por uma tentativa de homicídio qualificado que teve como vítima uma professora. O motivo do crime foi a insatisfação do criminoso com uma nota. Vai que a moda pega.
Sobre o delito incidiram três qualificadoras (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de resistência da ofendida). O atentado consistiu em golpear a professora na cabeça, com uma cadeira. Quando ela desmaiou, seguiram-se socos. A vítima teve braços e dentes quebrados. O aluno, dizendo-se "injustiçado", ainda anunciou que puniria a mestra por sua ação. Pelo visto, um justiceiro.
Segundo a versão que prevaleceu, sua sobrevivência decorreu da intervenção de terceiros. Mas o estudante alegou que não pretendia matar; a agressão serviria para se retirar da sala onde estaria "sendo mantido preso", conforme consta da decisão de pronúncia.
Se o julgamento ocorreu pouco mais de um ano após o crime, a tramitação do processo foi bem mais rápida do que a média. Compare-se com os mais de seis anos do caso "Anjo Vingador", objeto de postagem ontem. Além disso, o agressor está preso desde o flagrante delito, o que demonstra uma atuação efetiva e imediata do sistema persecutório.
Esqueça qualquer comemoração motivada por bairrismo. O caso ora sintetizado é horroroso e jamais, jamais deveria ter ocorrido. Perde-se uma profissional e se perde, também, um jovem que poderia ter um bom futuro pela frente. Não há razões para comemorar nada.
Fonte: http://www.conjur.com.br/2011-dez-07/estudante-condenado-10-anos-prisao-agredir-professora
2 comentários:
Percebi que você mudou o título da postagem. Estava confusa, né? Parecia que o aluno tinha agredido uma professora condenada. Sei que foi um deslize, que todos cometem de vez em quando. Às vezes, só percebemos depois de algumas releituras.
Não falei antes porque não sabia como você ia encarar, a despeito de ter consciência da sua humildade. Não quis ser intrusa, enfim! Da minha parte, fica o pedido que sempre que você detectar alguma coisa, por favor, me avise! hehe
Verdade, Luiza. Tenho uma noia de escrever rapidamente os títulos, para não me esquecer e publicar as postagens sem eles. O link da postagem é definido com base no título ou, se não houver um, na primeira linha do texto. Embora não faça a menor diferença na vida de ninguém, a minha imensa propensão a criar manias funcionou também nesse caso.
O fato é que as vezes escrevo qualquer coisa no título, sem prestar atenção. Foi o que aconteceu aqui. Só mais tarde é que percebi a ambiguidade. E como vivo criticando manchetes jornalísticas, tive que me dar ao respeito.
Fica totalmente à vontade para apontar minhas falhas ou questionar imprecisões ou dúvidas. Todos falhamos e acho legal a colaboração recíproca. O objetivo é a qualidade do que se publica na rede. Além disso, vindo de ti, o questionamento seria desde logo entendido como crítica construtiva.
Postar um comentário