Um dia saí de casa e ela não existia. Então, quando voltei, algo na paisagem traiu a minha memória e reparei naquele mondrongo. Já nasceu assim: enorme e esquisito. Um poste para antenas de sei lá o quê, que possui no topo uns raminhos artificiais, dando-lhe um remoto jeito de árvore, quase uma palmeira desproporcional.
Até me perguntei se o fru-fru no topo não poderia ter alguma utilidade real, mas me convenci de que é apenas uma tentativa de, digamos, humanizar o cenário já tão comprometido por essas estruturas horrorosas: postes, fiação, antenas de TV, empenas, luminosos, etc. Uma ironia grosseira para quem gosta tanto da natureza e, agora, quando abre a porta da sacada, dá de cara com essa porcaria, sua nova e inevitável companhia de todo dia.
Se alguém souber de alguma razão concreta para postes de antenas agora possuírem esses "enfeites", por favor me diga sem demora, pois preciso diminuir o arcabouço de minha enguinorança. Ou me confirme se é só a "estética" dos novos tempos.
Salve, Aldous Huxley!
2 comentários:
Não compreendi a referência ao autor de brave new world. =(
Foi uma alusão à substituição de algo real (como uma árvore) por um simulacro artificial e desumanizado (como essa antena). Creio que seja esse o mote que Huxley desenvolve em sua mais famosa obra, não?
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