sexta-feira, 15 de junho de 2012

O consumidor brasileiro é um grandessíssimo otário

Desde janeiro, estou vivendo uma situação surreal com a Oi, que começou com uma infeliz migração de plano. Alguém cometeu um erro, aparentemente por não incluir um celular nos serviços de internet, e isso acarretou contas duas ou até três vezes maiores do que deveriam ser. Cheguei a receber uma conta de R$ 1.521,00!
Começou então a minha via crucis, com periódicas ligações para aquele estúpido 10331, que nos cozinha por um hora na linha para, ao final, não resolver nada. Apesar de eu ter contestado as contas (e mais de uma vez) e possuir zilhões de números de protocolo, nos últimos dias os meus serviços começaram a ser suspensos. Começou com os celulares e, desde ontem, o fixo e a internet. Isto a despeito de minhas sucessivas ligações, protestos e reivindicações na última semana. Parece que cada vez que eu ligo alguém desliga algum serviço. Agora não há mais nada a desligar. Estou literalmente incomunicável, num momento em que estou particularmente necessitado de comunicação.
A situação é sumamente humilhante.
Já implorei para pagar as contas. Implorei, mesmo. Consumidor brasileiro, o otário, implora. Só preciso que as contas com valores corretos me sejam apresentadas. Agora a Oi me exige que paga as tais contas para religar meus serviços, contudo as ditas contas "ainda não estão disponíveis no sistema". Em suma, eu não tenho serviços; para tê-los, preciso pagar; mas não tenho como pagar!
E isso é apenas uma parte do problema. Outro dia, quando essa maré passar, conto o restante. Por enquanto, estou praticamente alijado da internet.
Brasileiro é um otário. Paga caríssimo por serviços de péssima qualidade e sem nenhuma assistência técnica ou pós-venda. De quem é a maior culpa? Do governo, claro. Porque capitalismo é isso, mesmo: vai te explorar, te enganar e te prejudicar de todas as formas possíveis, tanto para enriquecer quanto por prazer. Mas o governo assiste a tudo isso como se não lhe dissesse respeito. As agências reguladoras são faz-de-conta. Se houvesse um mínimo de seriedade neste país, seria proibido que uma empresa do porte da Oi não mantivesse escritórios para atendimento presencial aos consumidores. Se houvesse um, o meu drama já teria acabado faz tempo. Mas é impossível resolver falando com computadores e com atendentes que extrapolam o limite da imbecilidade.
O meu amargor hoje está além da compreensão. Mas isso é porque sou um grandissímo otário. Só lhe recomendo não rir da minha sorte: em algum momento, você também será, se é que já não é.

11 comentários:

Tatiane Freitas disse...

Só uma correção: é "grandessíssimo".

Mas você já registrou queixa na Anatel e/ou Procon?

E na loja Oi do shopping Boulevard, não podem resolver o problema?

Sugestão: se a operadora suspendeu seus serviços, suspenda a operadora! Troque para a Vivo ou Claro, que são bem melhores.

Boa sorte!

Yúdice Andrade disse...

Tatiane, a minha cabeça está tão perturbada que acabei esfaqueando a Língua Portuguesa. Perdão e obrigado pela advertência.
Minha grande tolice foi não ter registrado ainda todas as reclamações possíveis, mas já me informei sobre esses caminhos e até já redigi a minuta de uma futura ação judicial.
Nenhuma loja Oi pode me atender. Eles estão lá apenas para vender produtos e serviços. Não existe pós-venda; tudo deve ser tratado por telefone, no teleatendimento que não resolve nada.
Sim, já comecei a ver minhas alternativas para substituir todos os serviços que hoje me mantêm preso a essa empresinha ordinária.

Anônimo disse...

A Oi na Dr. Moraes recebe reclamações. Eu mesmo já fui lá ano passado pedir esclarecimentos sobre uma conta.

Luiza Martinelli Coelho disse...

Caro professor,
passei por um problema idêntico com a oi. Simplesmente, o meu plano de internet #G de 80 reais estava vindo 600 reais e durante quatro meses!! É aquele velho prática na oi: se colar, colou! Depois de horas e mais horas de contestações, orelhas queimando e muita espera nada foi resolvido. Então liguei para a ANATEL, e o improvável aconteceu: funcionou! em ois dias eles resolveram todo o problema junto a oi. Não temos muito para onde correr nesse tipo de serviço, mas acho que a oi consegue ganhar na cara de pau.
abs.

Jean Pablo disse...

Soma-se a isto aos profissionais altamente despreparados, salários baixos, condições desumanas de trabalho e que tem que ouvir todo o tipo de reclamação, como se fora um capataz, em razão da péssima qualidade dos serviços oferecidos.
Em resumo, quem realmente se estressa é quem menos ganha nesse imbróglio: o consumidor e o trabalhador, porque os que "comandam" estas empresas em suas salas com ar condicionado, frigobar e poltrona confortável (e não em baias de 1x1) pagam (e muito mal) para aqueles trabalhadores aguentarem as reclamações de clientes LEGITIMAMENTE irritados.
Em resumo, pagam salários miserávais, valor que não representa um rombo no lucro que auferem justamente dessas práticas ilegais e imorais, justamente para não se incomodar.
E claro, quem se incomoda sempre somos nós.

Jean Pablo disse...

Ainda.

O problema é que nossos "togados" em geral entendem esses abusrdos, em maioria das oportunidades, como "meros aborrecimentos" e, mesmo quando aplicam indenizações por danos morais afastam a aplicação da teoria do desestímulo.

Ou seja, as empresas já condensam em sua contabilidade as ações judiciais e chegam a conclusão de que é melhor deixar do jeito que está, afinal o que perdem não representa quase nada se comparado ao que auferem de lucro.

Anônimo disse...

Resolvi um dia migrar do meu plano Oi Light para um com internet mais veloz. A velocidade continuou a mesma e vieram duas contas. Pelo 10331 me disseram que eu não fiz o cancelamento do plano do qual migrei. Contestei. Migrar já indica sair de um para outro, obrigação do prestador do serviço. Mandaram-me então mais duas contas, duplicidade de cobrança. Iam suspender meu serviço. Paguei.
Zilhôes de protocolos e nada. Manhãs ou tardes inteiras perdidas tentanto resolver. Orelha quente. No terceiro mês, mais duas contas em duplicidade, cada vez com valores mais altos. Seiscentos por mês. Ocorre que só uso os serviços da repugnante por causa da internet. Uso o celular para falar.
Quatro meses de sofrimento e a paciência esgotou. Fui à central de atendimento da Dr. Moraes. Contestei as contas. Mandaram aguardar alguns dias. Nada. Mais duas contas chegaram.
Voltei à loja. Contestei de novo. Nada havia no sistema sobre meus protocolos, inclusive o feito na própria loja. Na terceira vez que voltei, me disseram para ter paciência. Explodi com a infeliz, fotografei a tal promoção no banner na parede, a loja, minhas contas todas pagas na mesa de atendimento. Foi meu dia de fúria. A parada agora seria na justiça. Por valores que bem sei cobrar.
Horas depois recebi telefonema da repulsiva Oi. O problema estava resolvido, receberia meus valores de volta descontados nas próximas contas. De fato, resolvido.

Havia uns seis meses que a Embratel me insistia com planos vantajosos, com direito à portabilidade, sem qualquer custo adicional a não ser pagar a conta 30 dias após a instalação, a preço módico de 39,90, pelo serviço mensal, 20 Megas de velocidade. Encolerizado com a Oi, vi um paraíso à frente.
Vieram instalar um dia antes do combinado, na hora do almoço em família. Segundo os técnicos, o custo era zero para a instalação, mas precisaria de trinta metros de fio, filtro de linha, modem roteado, mais 80 reais para configurar a conexão. Eis o tal custo zero. Otário. Felizmente não uso arma. Botei para correr da porta. Telefonei para cancelar o serviço, reverter para a mulambenta Oi. Restart.
Chegaram uma conta da Oi e outra da Net, cujos serviços não contratei, mas disseram ser a mesma coisa que Embratel, que por sua vez também é Net, todas da mesma ameba de pool, puulltaria.
Hoje recebi um telefonema da Claro, mesma fedentina que Embratel e Net: "Bom dia, sr.! Aqui é da Claro e nós selecionamos seu nome para estar oferencendo..." - e eu vou estar mandando você tomar no _ú!


Fred

Ana Miranda disse...

Yúdice, o seu problema é ser muito bem educado.

O meu plano é "Oi Conta Total". Minha internet andava uma droga. Lenta e travando.

Liguei para eles "trocentas" vezes.

Um dia perdi a paciência e comecei a brigar feio. A menina que atendeu-me disse-me: "Minha senhora, essa ligação está sendo gravada."

Eu disse a ela: "Mas eu faço questão que você grave mesmo, quero deixar aqui registrado a sua incompetência, o serviço horrível da Oi, que é uma péssima empresa, que cobra caríssimo e é medíocre na prestação de serviços.

Isso foi na sexta à noite. No domingo cedo veio um técnico da Oi à minha casa.

Disse-me ele que o meu problema é que a Oi tinha disponibilizado a todos os seus clientes de "Oi Conta Total", 10 megas não "sei-de-quê" e que o sinal não estava chegando bem à minha casa. Colocaram 5 megas e parece-me que melhorou.

Veremos...

Boa sorte aí com eles...

Vera Cascaes disse...

Caríssimo,
Tive um problema mais bizarro na Oi.
Transferiram meu fixo "a meu pedido" para um apartamento vazio no Jurunas. Claro que não pedi isso, mas fui maltratada por uma despreparada que me ameaçou pois "tinham a gravação" do meu pedido.
Levei dois meses para ter de volta meu número e, mesmo pedindo a gravação à Anatel, esta jamais apareceu, claro, pois não existia. E nem um pedido de desculpas, sequer...
Hoje faria diferente.
Registre sua queixa no Reclame aqui, documente-se e entre na justiça, MESMO que dê trabalho.
Escreva para os jornais, mesmo os que não gosta. Dê-lhes trabalho, pelo menos, para responder.
No mínimo, aliviará essa indignação que fica entalada como um sapo.
Boa sorte, vamos torcer já que a não podemos ajudar!

Anônimo disse...

Ser bem educado não é um problema. A questão é quando a boa educação não resolve nada. É quando a inteligência emocional se acaba.

Fred

Yúdice Andrade disse...

Meus queridos, este é o tipo de assunto onde certamente é fácil encontrar solidariedade de outros lesionados.
Do que me disseram, vou verificar essa história de que no prédio da Dr. Moraes existe um setor onde podemos tratar do problema. Se eu soubesse disso, teria ido lá há muito tempo. Mas como ainda preciso, vou me certificar.