Dos 1.274 dias que Júlia já viveu, nunca fiquei 24 horas seguidas afastado dela. Nem 20. Não que isso tenha sido programado; simplesmente as coisas se deram dessa forma. As poucas viagens que fiz no período foram em companhia de minha pequena, o que me deixou completamente desacostumado de sua presença. Melhor dizendo: ainda não aprendi a ficar longe dela por muito tempo.
Nesta quarta-feira, uma situação excepcional me levará a me ausentar da cidade por quase dois dias inteiros e minha garotinha ficará com a avó e demais pessoas da família. O pior é que estarei apenas acompanhando minha esposa num compromisso, de modo que ela estará ocupada, mas eu não. Levo comigo meus planejamentos para o próximo semestre letivo, a fim de me manter trabalhando, para aproveitar o tempo. Afinal, estarei no interior, onde não há grandes opções de entretenimento. Para ser simpático, digamos assim.
Sei que o tempo é curto e que não há nada demais nessa conjuntura, por isso os amigos podem se dispensar de comentários de apoio e os críticos podem me poupar de discursos sobre a independência da criança e blá-blá-blá. Educamos Júlia para ser independente, sim. Porque eu não fui educado assim e não quero repetir o erro. Estou pronto para o distanciamento que acontecerá, inclusive porque o modo como as coisas se desenrolarão foi decisão minha, mas acabei de fazê-la adormecer, abraçado ao seu corpinho quente, então percebi que já estou com saudade.
É, tal qual dizia Fernando Pessoa, tenho tanto sentimento que é frequente persuadir-me de que sou sentimental. Mas tudo bem. Aguardarei, bem mocinho, que chegue a sexta-feira.
2 comentários:
Entendo bem essas coisas do interior...
Tens larga experiência nesse assunto, não é, Liandro? Deus me livre...
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