Aquela pessoa que conspurca a cadeira de prefeito desta cidade desde 2005 é tão talentosa para o mal que os que seguem seus passos, associando-se a ele ou lhe fazendo oposição, acabam por se esmerar, também, nas patuscadas que fazem.
Veja-se o curioso caso do Diário do Pará, que inseriu nos classificados da terça-feira da semana passada um anúncio falso. Se alguém leu, não entendeu. Mas o objetivo era esperar o anúncio da primeira fase do processo licitatório da Prefeitura de Belém, tendo por objeto o novo sistema de transporte público, para trazer à tona (na capa da edição de ontem) um jogo de cartas marcadas. Traduzida, a nota ao lado anuncia, com grande antecedência, que a empresa Andrade Gutierrez seria a vencedora do certame.
Oficialmente, a Andrade Gutierrez foi a única empresa capaz de se adequar aos termos do edital. E, como sabemos, o edital é o pulo do gato. Tecnicamente, ela ainda pode ser desclassificada, hipótese em que a licitação terminaria sem vencedores e seu objeto não poderia ser levado adiante, a menos que uma nova licitação fosse realizada, desta feita com sucesso. Mas se o procedimento prosseguir, somente ela pode ser vencedora e botar a mão nos 430 milhões de reais do contrato (fora os aditivos, que sempre surgem).
Cofiando o meu bigode, a pergunta que me faço é: tem como uma licitação desse valor ser isenta de qualquer malinagem? Não me refiro a Belém, mas a qualquer lugar do país. Podemos contar com isso?
Aceito que me respondam como se eu tivesse 5 anos de idade.
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