Como parte de nossas atividades da disciplina Metodologia da pesquisa jurídica, eu e meus colegas de mestrado começamos a apresentar os nossos pré-projetos de pesquisa. A apresentação é feita para a turma, a professora de metodologia e para os orientadores de cada aluno. O objetivo é que esses pré-projetos, apresentados como requisito para o processo seletivo, sejam agora organizados e ganhem sua forma final, a fim de que as pesquisas realmente possam começar.
Até onde sabemos, não há outra instituição em que os projetos sejam discutidos dessa forma, coletivamente, com a possibilidade de professores e colegas opinarem em cada aspecto proposto, como forma de sugerir objetivos e caminhos, indicar bibliografia, promover reflexões sobre aspectos desconsiderados, corrigir erros, etc. Acredito que a opinião geral, entre os que apresentaram até o momento, é de que a experiência tem sido altamente positiva.
A verdade é que raros são aqueles que sabem elaborar um projeto de pesquisa. Raríssimos, aliás. No mundo do direito, então, onde reina uma inexplicável e absurda indolência quanto à pesquisa, porque a maioria dos agentes está dominado por preocupações utilitaristas, o foco é acumular conteúdos - para fazer provas, passar no exame de Ordem, passar em concursos, etc. O sucesso dos cursos de Direito, pelo Brasil afora, infelizmente não conduz ao sucesso da ciência do Direito. Agarrar-se a esse curso não implica em querer pensar.
O fato é que saímos de nossas graduações muito crus para a pesquisa. Em alguns casos, verdadeiras nulidades. Existem disciplinas metodológicas na graduação, mas os alunos insistem em menosprezá-las. Não aprendem o que precisam e, consequência óbvia, sofrem na hora da monografia de conclusão de curso. Para muitos, esta exigência curricular também é menosprezada, considerada apenas mais um obstáculo que se interpõe ao canudo. Mas ela deveria ser considerada uma oportunidade de ouro para você mostrar a que veio. Lastimo muito esse tipo de postura.
Mais do que nunca, percebo como o mestrado é o momento de aprender a estudar. Para depois você fazer um doutorado e, aí quem sabe, apropriar-se por fim de um conhecimento substancial. Eu realmente espero chegar lá. Enquanto isso, vou dando os meus passos curtos, mas sempre em frente, auxiliado por uma excelente equipe de professores e por colegas adoráveis e dedicados.
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