As fórmulas de seriados americanos tendem a se repetir bastante, com grande ênfase em tramas policiais. Nada mais corriqueiro do que enredos cujos protagonistas são agentes do FBI. A despeito de gostar de uns tantos deles, houve um momento em que me cansei de tanto crime e desejei um pouco de diversificação. Nessa perspectiva, Plantão médico (que teve 15 temporadas, sendo que ainda estou vendo a 14ª, tendo comprado os boxes) e Lost foram alentos extremamente positivos.
De uns tempos para cá, surgiram opções razoáveis fora do âmbito policial, embora não necessariamente suaves. Tenho visto coisas nada leves como American Horror Story e outras absolutamente delicadas, como a britânica Downton Abbey. De permeio, vamos de The walking dead, sobre a qual escrevi esta postagem aqui, em 9.12.2010.
O começo do fim para o personagem T-Dog. |
Ontem, vimos o comentadíssimo quarto episódio da terceira temporada de TWD ("Killer within"), no qual as esperanças do grupo de sobreviventes são brutalmente interrompidas por eventos grotescos, capazes de mudar simplesmente tudo.
De uma só vez, dois personagens que possuíam seus papeis na trama, mas eram chatinhos e claramente menores do que outros, encontraram o seu final. O primeiro deles, T-Dog (Irone Singleton), foi marcado por sua necessidade de conservar os seus valores éticos, como deixou bem claro em uma de suas últimas falas: não queria ter que escolher pela vida ou morte de ninguém. Ao final, já mordido pelo feioso aí da imagem, imola-se para salvar a vida de Carol (Melissa McBride) — numa comovente cena de sacrifício e amizade.
O menino virou homem da pior maneira e o líder perdeu a sua fortaleza. |
Para piorar, como todos que morrem se zumbificam, o pequeno Carl (Chandler Riggs) foi obrigado a meter uma bala na cabeça da própria mãe. Se há um meio pior de perder as últimas réstias de inocência da infância, por favor me avisem.
Foi um belo episódio, muito bem construído, que levou à ruína moral o protagonista Rick (Andrew Lincoln), enquanto minha esposa chorava ao meu lado. Sem dúvida, um grande trabalho dos roteiristas e dos atores.
Doravante, nada será como antes. Dois membros do grupo se foram, há um estranho entre eles e, acima de tudo, agora existe um bebê, que tanto simboliza uma duvidosa esperança quanto demanda cuidados improváveis para quem vive naquelas condições. Talvez só mesmo na ficção seja concebível alguém viver o apocalipse todos os dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário