Com alguma surpresa, tomo conhecimento de que mais de 80% dos brasileiros que responderam à enquete do Senado sobre o tema se manifestaram contrários à publicidade de bebidas alcoólicas no país. A enquete foi realizada devido a um projeto de lei do senador psolista Randolfe Rodrigues.
Se aprovado o projeto, a comercialização de bebidas alcoólicas ficará parecida com a de produtos fumígenos: nada de publicidade, podendo haver tão somente a exibição da mercadoria nos locais de venda. Mas, como por sinal já foi abordado aqui no blog, o projeto não passará incólume pela poderosa indústria cervejeira brasileira, que o tempo todo gasta rios de dinheiro com suas caras campanhas, normalmente muito elaboradas, embora estúpidas no conteúdo.
Como disse, minha surpresa foi a aceitação do público. Convém destacar, porém, que as enquetes do Senado, particularmente as disponibilizadas no site institucional, são respondidas por um setor delimitado da sociedade, pessoas em geral de maior nível de instrução, portanto a amostragem não é tão segura. Mas que é curioso, é.
8 comentários:
As fabricantes de cervejas nacionais(péssimas, por sinal, com 55% de milho) se superam a cada propaganda. Não sei se sou burro ou idiota, mas o "sentido figurado" das propagandas é coisa para imbecis.
Quer coisa mais absurda do que o cara ficar olhando uma lata de cerveja com aquele olhar 36 nos olhos? Alguém já viu isso por ai? É muita imbecilidade.
Não é idiota o cara se jogar de um avião por causa de uma cerveja(de péssima qualidade diga-se)?
Alguém já viu uma dessas cervejas receber algum prêmio por sua qualidade? Nem vai ver.
Como é que querem diminuir as mortes no trânsito se já as 9 horas da manhã há propaganda de cerveja na TV? E é massiva, a todo instante.
Os jovens crescem vendo as propagandas, que no mais das vezes trazem belas mulheres e têm a seguinte mensagem : beba cerveja e você será "amado" pelas mulheres, conseguirá todas, será o cara querido de todos e de todas, etc, etc.
E o duro ainda é ver, ao final, a mensagem : "Beba com moderação" ou " se beber não dirija" . Quer cara de pau maior?
Mas o mais duro ainda foi saber que a AMBEV tem um departamento para " Redução do consumo de álcool entre adolescentes" É mole?
Kenneth Fleming
Mas não achas que elas (companhias) têm liberdade de veicular as propagandas, cabendo aos consumidores/telespectadores aceitar (ou não) serem influenciados pelas propagandas tolas das bebidas?
Esse Randolfe não foi o cara do Amapá que costurou a aliança do PSOL lá com o DEM?
Kenneth, as campanhas são imbecilizantes a um nível insuportável e, para piorar, batem numa mesma tecla que lhes mina a criatividade, fazendo que não valham sequer como produto publicitário.
Quanto ao departamento para redução de consumo de álcool por adolescentes, também desconhecia e também fico embasbacado.
Na verdade, das 20h22, acho sim. Não deixei isso claro na postagem, mas não sou favorável a proibições desse tipo e, a bem da verdade, desconfio muito das campanhas de conscientização realizadas no Brasil.
Já que o produto é lícito e pode ser comercializado, a publicidade é uma decorrência lógica. Para mim, o mais importante é as famílias educarem seus filhos, mas isso é difícil, já que a esmagadora maioria das pessoas enche a cara e, portanto, através do exemplo, provocam um efeito sobre os jovens muito superior ao de qualquer publicidade.
Não sei, das 9h52. Não acompanhei a situação política do Amapá, até porque não acompanhei com atenção nem a daqui. Mas, só para saber, faz diferença?
Pra mim faz diferença sim. Parece que pro PSOL também faz diferença e pensei que pelas postagens aqui abominando o DEM também fizesse pra ti.
Certamente que não quero a menor proximidade entre PSol e DEM, que me parece uma contradição em termos, algo abominável.
Mas não me pareceu que esse evento tivesse qualquer importância em relação ao teor do projeto de lei aqui mencionado. Nem me pareceu que eu precisasse ser crítico em relação ao ocorrido, inclusive por não me ter mostrado simpático ao projeto em questão.
Bah tá mais que certo mesmo.
Além de imbecis, as propagandas induzem ao consumo exagerado e, ao mesmo tempo, tentam pagar de moralistas com aquele discurso do "beba com moderação" ou "motorista da rodada", como se o lucro deles viessem da "moderação no consumo".
Sou favorável à proibição em que pese gostar de cerveja (e não poder mais tomar).
Abraços primo.
Vale lembrar, Jean, que as advertências mencionadas são exigências do Ministério da Saúde; jamais seriam implementadas pela indústria se esta não fosse obrigada a tanto.
Mas, nesse perspectiva, se não podemos falar em salso moralismo, podemos nos perguntar se não há contradição e ingenuidade. Afinal, você permite uma conduta perigosa mas manda tomar cuidado! No mínimo estranho (a despeito de que seria de todo inútil proibir).
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