Um homem de 50 anos, que portanto já ultrapassou a idade em que os criminosos são mais ativos (a esmagadora maioria da população carcerária brasileira é composta por jovens com até 25 anos), confessa à polícia ter assassinado uma criança de 10 anos. Nove dias mais tarde, aparece morto por enforcamento na cela que ocupava, em isolamento. Segundo o que está sendo anunciado, foi suicídio.
Aí eu me boto a matutar. Criminoso mais velho, confesso e suicida... As características sugerem um verdadeiro predador (talvez sexual; a notícia não esclarece), alguém que definitivamente não possui controle sobre os seus atos; que mata e faz outras barbaridades sem poder conter-se, mesmo que algum lugar em sua consciência lhe indique que seus atos são errados. Muitos predadores sofrem com os próprios atos. Essa é a razão porque alguns deixam mensagens (e até provocações) para os policiais, revelando um desejo íntimo, às vezes inconsciente, de serem pegos, porque sabem que continuarão matando (e estuprando ou outras maldades), a menos que sejam impedidos.
Como disse, é apenas uma especulação minha, que relacionei ao caso concreto, mas que pode não ter nada a ver com ele.
A punibilidade dos sociopatas é uma das questões mais difíceis do direito penal, para a qual não existe solução. Ou até existe, mas apenas em países que admitam as penas de morte ou perpétua, já que não se pode contar com a autocontenção moral ou com a ressocialização desses indivíduos. Num ordenamento jurídico que se pretenda avesso a essas medidas, o caso realmente não possui solução.
2 comentários:
Assim como as pessoas com epilepsia eram queimadas como bruxas, acho que no futuro eles irão se escandalizar que doentes mentais fossem punidos na nossa época.
Acredito que haverá métodos para identificar esses doentes antes que cometam atos de violência, e serão devidamente tratados - ou pelo menos de certa forma isolados com dignidade.
Tomara que esses métodos sejam desenvolvidos, mesmo. Embora eu acredite que seja bem difícil. Além do mais, o tema da psiquiatrização do direito penal, ou da justiça, é um clássico debate de improvável solução no horizonte.
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