A despeito do tom desnecessariamente debochado da matéria, assim como de algumas críticas estranhas ao tema, acho interessante compartilhar esta descrição sobre os bastidores do julgamento da ADPF 54, pelo Supremo Tribunal Federal, na semana passada. Permite conhecer melhor os elementos subjetivos e não declarados do comportamento de cada personagem.
Além disso, duas coisas me chamaram a atenção durante os dois dias de julgamento: a insistência dos ministros em elaborar votos imensos, e lê-los na íntegra, mesmo quando pretendiam apenas concordar com o relator, o que talvez se explica pelo desejo de assegurar um lugar na história com iluminação suficiente; e a necessidade de conferir um tom lírico ao polêmico julgamento, por meio de citações poéticas e frases de efeito (o útero que vira esquife, de Carmen Lúcia). Somem-se a isso os devaneios filosóficos. Sentado diante da TV assistindo ao julgamento pela TV Justiça, senti o tédio e o sono me dominarem diante da logorreia da Min. Rosa Weber sobre (in)certezas científicas. Dormi um tempo e acordei já no ministro seguinte, senão teria literalmente babado.
No mais, o ministro pede para acabarmos com os "faniquitos anticlericais". Tudo bem, mas os religiosos aprontaram das suas até no plenário. Respeito é para quem tem, não?
Já que estamos no tema, fiquem aqui com uma análise interessante redigida pelo médico obstetra Thomaz Gollop.
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