Pergunte a qualquer professor que se declare apaixonado pela docência e ele lhe dirá, com quase 100% de certeza: a pior das atividades docentes é a correção de provas. Não há quem tolere essa atividade. Se você conhecer algum que diga gostar, forneça o endereço que vou mandar internar o sujeito.
Mas eis que, no famoso Massachusets Institute of Technology (MIT) um professor de redação, Les Perelman, está conduzindo uma pesquisa que pretende desenvolver um software capaz de corrigir provas discursivas.
Nos testes já realizados, 20 mil provas foram corrigidas e os computadores atribuíram notas muitos semelhantes às dos professores. O Prof. Perelman afirma que ainda vai demorar para que a máquina substitua o homem nessa tarefa. Não sugere nenhum prazo, por sinal.
Ao contrário do que sugere a reportagem que li, o software não fará professores "perderem espaço" para as máquinas. A afirmação chega a ser estúpida, de tão irrefletida. Os professores continuarão sendo necessários para orientar os estudos dos alunos, definir metas, conteúdos e habilidades, além de compartilhar experiências e a ética necessária para que o aluno-cidadão possa empregar esses conhecimentos em sua vida e profissão. Digam o que disserem, para mim esse é um mister em que o computador jamais poderá superar (sequer se equivaler) a seres humanos.
Liberando o professor do esforço exaustivo e maçante de corrigir pilhas de papeis, o software permitirá que o educador disponha de mais tempo para estudar, para preparar suas aulas e para aplicar na interação com os alunos, sem falar na melhoria na qualidade de vida.
Espero que a pesquisa de Perelman chegue a um produto viável para o mercado o mais rápido possível. Aceito pagar caro por ele! Penso que teríamos um ganho na qualidade da avaliação, pois poderíamos realizar um número maior delas, em momentos distintos, evitando o incômodo de concentrar a nota do aluno basicamente no resultado de um dia, o que é ruim sobretudo para ele. Turmas imensas deixariam de ser um problema, ao menos nesse aspecto. Tudo, é claro, na premissa de que o educador soubesse fazer um uso racional e honesto da ferramenta.
Proponho uma estátua de Les Perelman em cada cidade do mundo onde haja um professor, se tudo der certo.
2 comentários:
Uau, ótima novidade! Avaliação semanal, aqui vou eu...
Perspectiva maravilhosa, não, André?
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