sábado, 28 de março de 2009

Internet brasileira

Minha internet hoje está uma m... ostra de como o consumidor brasileiro sofre. E quando penso que a velocidade da transmissão de dados em outros países chega a ser dezenas de vezes maior, para consumo doméstico, dá ma reiva!
Não podendo suportar mais, antes que infarte, melhor dar um tempo. Quem sabe mais tarde as coisas melhoram.
Ou não.

3 comentários:

caio disse...

Professor, eis referências do Kraftwerk que o senhor me pediu. A banda alemã, cujo nome significa "Usina de Energia", teve seu embrião formado no turbulento 1968, quando dois estudantes do conservatório de Düsseldorf, Florian Schneider e Ralf Hütter, juntaram-se em um grupo chamado Organisation. Com influências do maestro Karlheinz Stockhausen, a dupla entraria para a história da música como os "Beatles do gênero eletrônico", popularizando o uso de sintetizadores, teclados e bateria eletrônica - qualquer banda dos anos 80 que tenha usado tais instrumentos teve inspiração, direta ou indireta, neles. São também os maiores ícones do que ficou rotulado como "krautrock", o rock progressivo alemão dos anos 70.

Nos anos 70, a dupla adotou o nome Kraftwerk, contando com outros músicos na elaboração de discos ou em concertos. O sucesso viria com Autobahn, em 1974, e sua faixa-título de quase 20 minutos. Para a digressão comercial do disco juntaram-se os percusionistas eletrônicos Wolfgang Flür e Karl Bartos, que permaneceriam na banda por mais de 15 anos, no que ficou conhecida como a formação clássica do Kraftwerk. Foi com ela que o grupo lançou seus outros álbuns mais celebrados: Trans-Europe Express, em 1977, The Man Machine, em 1978, e Computer World, em 1981. As músicas-título destes também estão entre os clássicos da banda. As letras são minimalistas. Há quem veja isso como uma previsão já naquela época da falta de diálogo e isolamento dos homens com o desenvolvimento da era da informática (é uma opinião que já acho exagerada).

Mas, caso o senhor queria escutar um disco inteiro, recomendo o Radio-Activity, lançado em 1975, um tanto subestimado por ter sido lançado em meio a esses que falei. É conceitual: as músicas giram em torno não bem de radioatividade, mas de "atividade de rádio" - o nome é um trocadilho. Conheci-o por meio da faixa "Radioactivity" (esta sim, sem hífen, aborda propriamente radioatividade), utilizada no Linha Direta Mistério que abordou o caso do césio em Goiânia. Eis aqui o vídeo da parte do programa em que a música foi utilizada, a partir de 3:27 min: http://www.youtube.com/watch?v=kdC70RKqQWk

Aqui há outro vídeo, onde os mostra executando a música: http://www.youtube.com/watch?v=o2BYeaxSaV0 . Há um primeiro refrão, em inglês, repetido depois em código morse. Após o fim do refrão em código, é cantado um em alemão.

Muito por conta do trauma gerado por Chernobyl, eles lançaram uma versão modificada da música em 1991. O verso-título virou "Stop Radioactivity", e a cidade ucraniana é inclusive citada anteriormente, junto com Hiroshima. E duas estrofes foram adicionadas ao refrão em inglês: "chain reaction and mutation/contaminated population" ("reação em cadeia e mutação/população contaminada". É essa a versão hoje executada nos shows. Entretanto, acho a original muito mais bonita.

São conhecidos por terem adotado a imagem de robôs (e, posteriormente, evoluída para cibernética), surgida em 1978 no sugestivo e já citado álbum The Man-Machine. (este vídeo de "Radio-activity", onde eles já procuram agir dessa forma, foi gravado no mesmo ano do lançamento deste disco). A temática é evidente não só na faixa-título como também na "The Robots", cujo clipe pode parecer tosco hoje, mas na época foi bem surpreendente: http://www.youtube.com/watch?v=VXa9tXcMhXQ . Nos shows, a faixa é executada com manequins no palco ao invés dos músicos.

Atualmente, o único membro da formação original é Ralf Hütter, principal "vocalista". Florian anunciou sua saída em janeiro deste ano.

Yúdice Andrade disse...

Obrigado, Caio. Já escutei duas canções da banda. Prosseguirei em minha garimpagem. Para mim, mais interessante do que a música, foi escutar o alemão novamente.

caio disse...

de nada, professor! Posso trazer referências do Radiohead também, caso o senhor queira. Abraço!