sábado, 8 de outubro de 2011

Causa e efeito

Sabe o que leva um grupo de alunos a contratar um hacker para ter acesso fraudulento às provas da escola em que estudam e, assim, promover uma grande cola por via virtual?
Medo da prova?
Excesso de rigor dos professores?
Ausência de transparência do processo avaliativo?
O clima tórrido de Manaus?
Nada disso. Pense mais um pouco.
.
.
.
Pois bem, o que explica uma ação calhorda dessas é a existência de famílias que, em vez de apoiar uma instituição de ensino que deseja manter a sua credibilidade pública e ensinar um pouco de cidadania à classe média alta da cidade (e bem sabemos que "classe média" e "cidadania" são conceitos o mais das vezes incompatíveis, no Brasil), ofendem-se e querer que a escola seja punida.
Não me venham com esse papo de que apenas 15 alunos se locupletaram e todos foram punidos. A redução das férias pode ser uma punição generalizada e vá lá que se rediscuta isso (não conheço o regimento interno da escola). Mas a determinação de que todos se submetam a uma nova prova é imperiosa, já que toda a avaliação foi comprometida. Se alunos inocentes vão pagar a fatura, que cobrem o prejuízo dos únicos e verdadeiros vigaristas: os miseráveis que fraudaram a avaliação, não a escola que se defende.
E o Ministério Público, aparentemente, decidiu criar caso com a escola. No final, quem se ferra é quem tem a razão. Tão Brasil, isso...
Se uma escola não educar, quem educará? As famílias, como se constata mais uma vez, já desistiram desse papel faz tempo.

Nenhum comentário: