domingo, 23 de outubro de 2011

São Paulo pode combater melhor o trabalho escravo

A notícia do Blog do Sakamoto é boa para quem, como eu, quer ver o trabalho análogo à escravidão erradicado deste país. Pena que a medida proposta seja restrita ao Estado de São Paulo, não apenas porque deveria ser implementada em todo o país, mas porque não atinge os locais onde esse drama é mais terrível.
Seja como for, mais uma vez vemos como este é um país desigual. Para que a iniciativa fosse tomada (e ainda por cima proposição de um político do PSDB!), foi preciso que se registrasse um escandaloso episódio de trabalho escravo urbano, relacionado a uma famosa grife de dondocas. Até quando alguma coisa boa acontece, somos obrigados a reconhecer que os direitos humanos valem muito pouco para quem é pobre e está distante dos centros econômicos e políticos do país.

A notícia:
Deputado propõe lei para banir empresa que usar escravos

4 comentários:

Anônimo disse...

"De vagar se vai longe" só é bom para que está com preguiça, para quem precisa que atitudes sejam tomadas "ontem", a demora é inconcebível, assim como é inconcebível também que, em pleno século XXI, exista trabalho escravo...

Ana Miranda.

Anônimo disse...

Se fosse iniciativa do PSOL, com certeza, não haveria a crítica de que a iniciativa se deu somente por conta do problema com a "grife de dondocas". Por sinal, as dondocas não compram na Zara. Iniciativas como essa não devem ser criticadas, por mais que a intenção (que nunca iremos saber) não tenha sido despertada por interesses utilitarista, mas sim incentivadas a serem tomadas realmente onde são mais necessárias.

Daniel G. disse...

Yúdice,

Você que é ai da terra, não quer fazer um post sobre a intervenção na OAB/PA?

http://www.conjur.com.br/2011-out-24/presidente-oab-repudia-afastamento-processo-disciplinar

Abraço,
Daniel.

Yúdice Andrade disse...

Verdade, Ana. Chega a ser surreal que ainda precisemos dar conta disso em 2011. Mas o tráfico humano só tem crescido nos últimos anos, em nível global. E a realidade fundiária brasileira parece não evoluir.

Sem dúvida, das 19h26! Se o autor do projeto fosse do PSol, a medida estaria de acordo com as pautas usualmente defendidas pela esquerda.
Aposto que você nunca fez isso, então experimente acessar os sites de partidos e organizações de esquerda e veja o que eles declaram ser as suas missões e objetivos. Se cumpre o prometido, é outra história. Mas as pautas sempre foram essas, o que explica a minha surpresa diante da movimentação de um deputado direitista (feição correta da tal "social-democracia").
Convenhamos, se o sujeito frequenta uma sinagoga, nós deduzimos que ele é um religioso, certo? Se frequentar um barm deduzo que goste de beber bastante. São indícios, que podem ou não se confirmar, mas que nos induzem a certas conclusões com base no histórico ou, ao menos, no senso comum.
Por fim, observe que eu elogiei a medida, que de fato é muito boa e devia ser copiada nos demais Estados.

Caríssimo Daniel, conheço pessoas envolvidas nessa triste situação, além de que há amigos dos meus amigos, também. Prefiro não enveredar por essa questão. Até porque exerço uma função pública que me incompatibilizou com a advocacia, por isso ando afastado do front.
Peço a sua compreensão para não me sentir mais motivado ao tema.