Apesar de não ser algo bonito de se sentir, confesso um certo alívio ao perceber que não é apenas no Pará que se dissemina o "complexo de vira-lata", cuja principal característica é uma dramática necessidade de autoafirmação. Por conta dela, o paraense médio tem uma necessidade extrema de se ver inserido onde as coisas acontecem, mesmo que aparecendo "atrás do baleiro da esquina", como diz a canção do Oswaldo Montenegro sobre uma jovem que fazia de tudo para chegar ao estrelato.
Já escrevi sobre isso antes, aqui no blog. Todo paraense que ganha algum destaque externo se torna representante do Pará, por mais disparatado que seja esse título. A imprensa, claro, é o grande locus onde essa sandice é disseminada.
E é assim que vejo a reportagem do Portal G1: "Universidade n. 1 em ranking mundial tem só cinco estudantes do Brasil". Uma patética necessidade de gritar que, na melhor universidade do mundo, existem brasileiros. Ou seja, nós também estamos nessa. A matéria seria feita mesmo que os cinco acadêmicos tivessem aparecido por lá nesta última semana. E eu presumo que o Instituto de Tecnologia da Califórnia não chegou à condição que ora possui graças ao Brasil. Mas isso é só um detalhe, claro.
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