sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Valores diferentes
Coincidência ou não, duas atrizes, mães recentes, aparecem em um portal noticioso qualquer. Acima, com maior destaque, a brasileira Juliana Silveira (31) exibe o corpo impecável que a imprensa e a opinião pública bovina impuseram como a única aparência que um ser humano pode possuir, para merecer viver neste mundo.
Nenhuma crítica à bela Juliana, que começou como assistente de palco de Angélica e depois atuou como atriz, alcançando maior destaque na produção Floribella, da Bandeirantes, na qual também cantava. Faço apenas uma comparação.
A outra atriz é a estadunidense de origem israelense Natalie Portman (30), que sem querer incorrer no ridículo hábito de menosprezar a prata da casa e supervalorizar os estrangeiros, é infinitamente mais famosa e tem um currículo muito mais extenso, que inclui 30 filmes, entre eles a segunda triologia Guerra nas estrelas, Closer e seu principal triunfo, Cisne negro. Ela foi à rua com uma "barriguinha ainda saliente". Um pecado que toleraremos por se tratar de quem é e olhe lá. Frise-se o advérbio "ainda".
Dirão, é possível, que essas mulheres estrangeiras são mesmo descuidadas da aparência, não se depilam, não tomam banho, etc. Boas mesmas são as mulheres brasileiras, ocupadas diuturnamente em se manter magras, saradas, com tudo em cima. Mesmo que isso subtraia, talvez, um tempo que poderia ter sido empregado em cuidados pessoais ao próprio filho. A imprensa, contudo, dá o seu recado: ela saiu de casa "sem neurose" — crise existencial que todo gordo deveria obrigatoriamente sofrer. Mas perdoaremos isso, também. Afinal, é a Natalie Portman.
Tenho observado como a imprensa tem sido implacável com as exigências de perfeição física. Acompanhem os noticiários e verão as manchetes onipresentes sobre quem está "fora de forma", mesmo que isso seja quase imperceptível.
É a mídia, como sempre, prestando grandes serviços de utilidade pública, ao influenciar positivamente a cabeça da garotada. Por isso que quase ninguém sofre de transtornos alimentares, hoje em dia.
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5 comentários:
Ah, Yúdice... rsss... "crise existencial que todo gordo deveria obrigatoriamente sofrer" rsss.. hahaha... essa foi boa demais...
Meu filho mais velho fará 28 anos mês que vem e eu ainda tenho umas "banhas" da gestação dele!!!
Ana Miranda.
Minha filha vai fazer 5 meses, dia 02/11. Durante a gestação adquiri 13 quilos(tenho 24 anos). Hoje já perdi 9 quilos da forma mais natural para uma mãe: dando de mamar. Pouco me importa se minha barriga ainda está saliente. Só quero saber de alimentar minha filha com o que é melhor pra ela: Leite materno. Que bom seria que outras mamães tivessem esse pensamento também.
Olha, a Ana Miranda! Que saudade! :)
E quem vê a foto da Ana não acredita no que ela acabou de dizer! Haha
Não é isso que se exige de todo gordo, Fred?
Ana e Luiza: de fato, parece que algumas pessoas estão reclamando sem motivo! :)
É incrível, Wellyn, como a natureza sabe o que faz. A amamentação traz tantos benefícios para a mulher, que olho com pena aquelas que se recusam a viver esse momento.
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