A imprensa brasileira precisa tratar urgentemente a sua desesperada sede de sangue, de tragédia, de sofrimento, antes que a psicopatia aflore de vez e fique fora de controle. Acabei de ver um vídeo no qual um grupo de jornalistas entrevista o Cel. Moraes, do Corpo de Bombeiros, sobre o acidente aéreo que matou três pessoas hoje, poucos minutos após alçar voo do Aeroclube de Belém.
A certa altura, uma jornalista pergunta sobre o estado dos corpos. Sensato e humano, o bombeiro responde que "fica complicado falar; a gente respeita os familiares". Mas a dita-cuja insiste: "Estão carbonizados?"
Jesus Cristo! Que parte da declaração de respeito essa mulher não entendeu?! Por acaso, isso que é informar?
4 comentários:
Ainda bem que meu filho trabalha no caderno de cultura...
Ainda bem, mesmo. Essa parte do jornal costuma ser mais honesta.
Limitação à atuação jornalística não significa censura, como ventilado aos montes por aí. A verdade, professor, é que deveria ser posto em debate uma limitação neste país, de forma a promover um jornalísmo engajado, sério, apolítico e sem sensacionalismo barato como vemos hoje.
Um abraço!
Qualquer ideia de limitação, por mais restrita e sensata que seja, desperta a fúria dessa gente que se considera acima do bem e do mal, Leo.
Penso que o ideal seria o desenvolvimento da ética na própria sociedade. Mesmo sem leis limitadoras, os maus jornalistas se veriam compelidos a agir com decência e qualidade, sob pena de rejeição e risco de desemprego. Mas aqui qualquer picareta pode bater no peito e gritar que tem credibilidade.
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