Para mim, assistir a solenidades de colação de grau é algo certo e recorrente mas, como é de se esperar, praticamente todas de Direito. Ontem, contudo, assisti à formatura dos novos bachareis em Música da Universidade do Estado do Pará, eis que dentre eles estava meu cunhado, José Agostinho da Fonseca Júnior, que se bacharelou em piano — embora o curso se chame Bacharelado em Música, os acadêmicos ganham títulos de acordo com suas especialidades. Lá também havia bachareis em canto, flauta, clarineta, etc.
Fico pensando em como devem ser aulas de um curso superior de Música. As teóricas são mais fáceis de imaginar, porém me pergunto acerca das especializações, ao longo da formação. Seja como for, sem dúvida deve ser maravilhoso aprofundar-se no estudo da mais bela das artes.
A cerimônia, realizada para uns poucos formandos, na Igreja de Santo Alexandre — por si só um cenário artístico — foi enxuta e agradável. Começou com o Hino Nacional Brasileiro e terminou com o do Pará, ambos executados pelos próprios colandos, em duos de piano e voz.
Em seu discurso, o orador destacou a união da turma e agradeceu à equipe da universidade por todo o empenho que demonstrou. O juramento, que eu desconhecia, destaca a importância de disseminar a cultura em todos os segmentos sociais, na expectativa de que os músicos possam, através de sua arte, contribuir para o engrandecimento da sociedade. O discurso da paraninfa, em tom emotivo, a situou como professora, mãe, colega de trabalho e "sobretudo amiga" daquele grupo de acadêmicos.
A vice-reitora da UEPA, Profa. Maria das Graças Silva, representando a reitora, Profa. Marilia Brasil Xavier, fez um discurso ressaltando que ainda são poucos os que alcançam o ensino superior, ainda mais numa instituição pública. Reconheceu que seus alunos ainda enfrentam dificuldades estruturais na instituição, mas que puderam contar com a seriedade da mesma, o que se afinou à manifestação do orador da turma. Gostei bastante da análise que ela fez.
Concluída a parte protocolar, houve um pequeno recital com dois números, sendo o primeiro um duo de piano e clarineta e o segundo, um arranjo sobre "O trenzinho do caipira", de Heitor Villa-Lobos, com a participação de todos os formandos. Uma noite adorável.
Meus melhores votos aos músicos que ontem alcançaram seu grau de bachareis.
2 comentários:
Eu a-do-ro concertos.
Aqui em Juiz de Fora, apesar de não se ter uma faculdade de Música, somos privilegiados com belíssimos concertos, e o que é mais legal: Gratuitamente!!!
Parabéns ao seu cunhado!!! Que ele leve alegria aos corações dos apaixonados por música e enterneça os corações mais "duros".
A música "O trenzinho do caipira", de Villa-Lobos, realmente é magnífica!!!
O Pará tem uma tradição musical respeitável e respeitada, Ana. Como foi uma das cidades mais importantes do país no ciclo da borracha - e como os ricos da época se equiparavam aos de hoje na necessidade de aparecer, embora destes se distinguissem pelo valor do que cultivavam -, havia uma sofreguidão por imitar o modelo parisiense de vida, ou europeu em geral, tanto que o nosso Theatro da Paz é claramente inspirado no Scala de Milão.
Sempre tivemos escolas de música de renome (hoje, Fundação Carlos Gomes). Aliás, o maestro Carlos Gomes veio morar aqui justamente porque convidado a gerir o conservatório que hoje leva seu nome, além de reconhecer a presença de talentos valorosos por aqui, como Waldemar Henrique e tantos outros, dentre os quais se pode citar o Maestro Isoca, avô de minha esposa.
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