sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Começa a campanha pública

Neste místico dia 11.11.11, começa o horário eleitoral gratuito acerca da divisão do nosso Estado do Pará em três unidades federativas. Vamos ver se, agora, a coisa engrena, porque até aqui a mobilização é quase nenhuma, exceto por uns adesivinhos em carros (estou falando de Belém, claro; há mais de ano que não me ausento da cidade).
Acostumada a nos tratar com indiferença e menosprezo, alternadamente, a grande imprensa nacional decidiu se preocupar com a questão. Afinal, os habitantes do Brasil — aquele país vizinho, localizado abaixo da Região Norte —, não querem de jeito nenhum a criação de novos Estados, porque acham temerário que os caboclos tenham mais representantes no Congresso Nacional (isso comprometeria a correlação de forças entre as bancadas regionais!) e se recusam a aceitar os imensos investimentos que a União seria obrigada a fazer, quando bem poderia usar esse dinheiro para construir estádios de futebol, metrôs e outros equipamentos urbanos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Ao lado você vê a situação atual de uma enquete do Portal R7. Naturalmente sem nenhum valor estatístico, sendo mera amostragem da opinião de alguns leitores do portal, comete o erro de não informar quantos votantes produziram os números que se identifica ali.
Por enquanto, o "Não" estaria com quase o dobro de intenções de voto. Mas como não temos a menor ideia de quem votou até o momento, esses números simplesmente não significam nada. Vai que apenas meia dúzia de mineiros ou goianos votou!
Se bem que, em se tratando de mineiros e goianos, é possível que eles estejam em Minas Gerais, Goiás ou... no sul do Pará!
Isto, naturalmente, é apenas uma brincadeira. Não tenho preconceito contra pessoas vindas de outras regiões. Sempre acreditei que seria muito melhor para todos (e principalmente para nós) se fôssemos todos brasileiros. Mas, como bem sabemos, não é isso que acontece...

3 comentários:

Marcelo disse...

Sobre a propaganda de televisão ontem e hoje:

O SIM diz que o Recurso Federal ao invés de 1 será 3 - Bem...acho que será para o Pará remanescente 1 dividido por 3.

A música do SIM diz que com a mudança todo santo ajuda - bem...que eu saiba, é que todo santo ajuda quando é pra baixo...então...

Sem mais pra não causar polêmica.

Grande Abraço, Yudice.

Lilica disse...

Yúdice,

Desde que começou o debate sobre a divisão do Pará, veio em mim a idéia de relacionamento em crise. Por mais que se tente apaziguar, tentar outras alternativas e propostas para (re)conciliar, parece que já deu o que tinha que dar. Do ponto de vista econômico, não é bom dividir, segundo dados do IPEA, haja a vista a dívida com que os novos estados já herdam. No entanto,o povo de lá, já está separado do de cá. Pelo menos, é o que me parece. Abrçs.

Yúdice Andrade disse...

Boa, Marcelo. Nesse caso, para muito baixo, mesmo!

Passei muito brevemente pela região de Carajás, uma única vez. O jeito de viver lá é, de fato, muito diferente. É um clima diferentes dos interiores que vemos mais aqui para perto. É o jeitão do interior paulista, goiano ou mineiro. Trata-se de um divórcio na alma, certamente.
Em Santarém, que visitei cinco vezes, não senti uma hostilidade tão grande. Mas existem umas lideranças agressivas, também.
Resta saber se a melhor solução não seria convencer as pessoas de que somos um mesmo grupo. Os europeus conseguiram criar a União Europeia porque, segundo diziam, muitos se sentiam mais europeus do que cidadãos de seus respectivos países. Aqui a coisa funciona ao contrário: nós nos fechamos em conchas cada vez menores.