Nossos avoengos nos ensinavam: "Não confunda liberdade com libertinagem." Não adiantou. |
A muito custo os policiais conseguiram cumprir os procedimentos que, certos ou errados sob elucubrações éticas, são os determinados pela lei vigente. Não caberia a eles deixar de agir para agradar a plateia, sob pena de crime de prevaricação. Fizeram o que tinham que fazer. Aos acusados, por seus defensores, é que cabe alegar as teses jurídicas de inexistência de crime e o que mais quiserem.
Tal qual uma bomba que explode, eclodiu um movimento que, amparado na boa e velha retórica, é uma "luta" (que palavra histórica e bela!) por um objetivo nobre (é muito fácil arranjar um). Esse objetivo é a democratização do ensino superior público. E a democracia está abalada se a Polícia Militar ronda o campus.
Desde quando um protesto por liberdade pede rostos cobertos, como se fosse uma ação de presidiários... ou de traficantes, talvez? |
O Brasil de hoje, infelizmente, é aquele em que a institucionalidade é rompida em nome de um suposto direito de fumar maconha dentro da universidade —tradicional palco das liberdades!
Tantas lutas históricas, ocorridas lá mesmo na USP, reduzidas a isso.
É engraçado, mas não tomei conhecimento de nenhuma iniciativa no sentido de instituir fóruns de discussão sobre as liberdades, sobre o papel das polícias ou mesmo sobre o consumo de drogas. Não deveria ser esse o papel de um acadêmico: lutar para que sua universidade seja o locus das grandes discussões? O lugar de onde saem as mentes que deverão mudar a realidade que precise ser mudada?
No mais, recordo o alto poder aquisitivo de boa parte do corpo discente da elitizada USP. Playboyzinho querendo fumar maconha é direito constitucional inalienável! Depois não querem que eu fale no Capitão Nascimento...
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