quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Uma explicação sobre o nome do blog

Tenho problemas para escolher nomes. Quando escrevia meus contos, perdia um tempo horrível para batizar os personagens. O nome do blog era uma incógnita e foi a principal razão da demora em colocá-lo no ar. Fazia questão de um nome em português, com alguma sofisticação. Palavras exóticas com significados obscuros também foram cogitados, apesar de ser pedante. Latim, mais pedante ainda.
Acabei me decidindo meio que por acaso. O nome escolhido é um trocadilho a partir da expressão arbitrium judiciis, latinório usado em Direito para indicar a prerrogativa do juiz de decidir o que entenda cabível. Só que, aqui, o arbítrio pertence "ao Yúdice", que vem a ser eu mesmo.
A expressão, assim, significa que este blog expressa a minha visão pessoal de mundo, sobre qualquer assunto, o que me ocorrer na hora. Espero que essas opiniões sirvam para alguma coisa.

Por que escrever um blog?


A foto original foi substituída por esta,
dos tempos em que minha esposa estava grávida.

Ser escritor era um sonho de criança que, como tantos outros, não realizei. Se eu disser que jamais se realizará, meus críticos habituais me acusarão de pessimismo crônico. Quem sabe um dia. Contudo, tenho necessidade de falar e confesso que, frequentemente, peco pelo prolixismo. Outro defeito é ter opiniões demais sobre assuntos demais e querer externá-las. Como fazê-lo?
Por ser professor, a mais digna e importante de todas as atividades humanas (viram? já emiti uma opinião!), tenho um público certo. De vez em quando massacro os meus pupilos com meus juízos de valor. Que o digam os fumantes, os baladeiros, os apaixonados por futebol, etc.
Uma opção seria publicar textos em jornais, mas não possuo um requisito essencial para ser colunista: pistolão (existe algum outro?). Restam as cartas do leitor. Já consegui publicar três vezes, mas acho que o jornal em questão não vai com a minha cara e ignorou as minhas últimas tentativas (embora haja uns camaradas que publicam quase toda semana). Além do mais, pelo perfil que tem, jamais publicaria uma boa parte do que tenho a dizer. Afinal, a imprensa é livre e independente, sem qualquer vinculação a grupos políticos e econômicos...
Um blog é, por essas e outras, um caminho natural. Posso dizer o que bem entender, sem depender de ninguém – exceto o provedor de Internet, claro. Isso me confere a liberdade para berrar o que me inquieta. Por quanto tempo o farei, ignoro. Mas no dia de hoje acho que vou acabar me encontrando como colunista de/para mim mesmo e, quem sabe, terei alguns leitores fieis. Meu irmão posso convencer. Meus alunos posso obrigar... Esta última foi uma piada, ok?
Basicamente, é por isso que vou ser dono de um blog. Veremos no que dá.
 
Acréscimo em 23.8.2011
O blog, quem diria, vai-se aproximando de cinco anos e continua ativo. Consegui alguns leitores fieis e até alguns seguidores. Hoje, estes são 84. Ao contrário do que pensava, não convenci meu irmão. Mas os alunos aparecem, volta e meia.
As coisas mudaram bastante nesses quase cinco anos, o que me dá uma certa nostalgia, misturada com um desejo de saber se as postagens antigas ainda me representam. Voltei a lê-las, fazendo pequenos ajustes. Um pouco pela reforma ortográfica, um pouco para esclarecimentos. Mas acredito que não seja correto mudar os textos. Eles espelham um tempo, uma pessoa que fui. Ficarão aí, cara dada a tapa que são. Quem sabe, mais à frente, eu não precise fazer mais um adendo à postagem de abertura do "Arbítrio do Yúdice"?