Já falei algumas vezes sobre o silêncio que se tornou a tônica do blog, embora ele sobreviva. Desta vez, porém, tenho um motivo glorioso para apresentar: Margot nasceu, enfim, no dia 8 de abril, após uma espera que, para nós, começou efetivamente em 23 de julho passado(*).
Ela veio ao mundo com 48 centímetros e 3,4 quilos, saudável, sem qualquer complicação. Como da primeira vez, assisti à cirurgia do parto cesariano, mas me senti prejudicado pela equipe, que insistiu para que eu ficasse próximo à cabeça de Polyana e, com isso, perdi o melhor ângulo para ver a cirurgia, como me interessava. Devem achar que todo mundo é frouxo e precisa ser poupado. Parte da experiência se perdeu para mim. O videozinho de nascimento não ficou tão interessante quanto o de Júlia.
Sempre é muito intenso quando o bebê surge de corpo inteiro à nossa frente e chora. Desta vez, contudo, a sala estava cheia de técnicas em enfermagem (para que tanta gente?), cuja presença e postura retiraram a intimidade do momento. Melhorou quando nos estimularam a tirar fotos. Até o anestesiologista pegou a câmera, para que pudéssemos aparecer os três. Mas é tudo rápido, naturalmente, porque há uma cirurgia a ser finalizada. Ocorre a pega do bebê e nos dividimos entre um afastamento de segurança e momentos de fotos, que as próprias técnicas sugerem. Fotografar a criança pelada durante a primeira pesagem é um clássico.
Uma das técnicas estava sendo treinada, o que achei ótimo, pois a pediatra ia explicando o passo a passo das verificações que estavam sendo feitas, perguntando a finalidade de cada uma, etc. Isso foi bom, porque constatei pessoalmente a expertise com que minha criança estava sendo avaliada naquele momento crucial.
Agradecemos à equipe médica, capitaneada pelo anestesiologista Antônio Carlos, contando com o tocoginecologista e cirurgião Aloísio Marques e com a pediatra Elisa Alves. Desta feita, a tia de Polyana, também pediatra, Maria de Jesus Malheiros da Fonseca, não pode estar presente para acompanhar o parto, pois trabalha em emergência e, por isso, está gravemente exposta ao risco de contaminação por covid-19. Temos recebido seu apoio remotamente, desde o nascimento.
A mãe está tendo uma excelente recuperação. A filha passou relativamente bem, alternando dias bons com outros, mais ou menos. Infelizmente, tivemos um susto por aqui, com febre e outros sinais incertos, o que nos obrigou a retornar à maternidade. Ela foi internada, para nossa grande aflição. Felizmente, contudo, foi devidamente avaliada e os resultados foram bons, permitindo a sua alta logo no dia seguinte. Estamos recomeçando por aqui, com novas estratégias. Mas a pandemia não nos permite contar com o apoio direto de pessoas que adorariam estar aqui conosco. Paciência. É a nossa realidade atual.
Não posso dizer ainda com quem Margot se parece, mas posso afiançar que não se parece com um joelho! Aliás, sem vaidades e exageros, acredito que é uma recém-nascida linda, que veio ao mundo menos enrugada do que a irmã, que por sua vez já não era tão enjoelhada. Tem um rostinho mais arredondado e um cenho franzido que nos parece tão familiar!
Para escrever esta postagem, peguei a "Comunicação de nascimento", que postei em 24.7.2008, e escrevi por cima, de modo que vários trechos são rigorosamente iguais. Foi de propósito, isso. Estou dizendo às meninas que ambas estão enredadas em uma mesma história, no roteiro de nosso amor familiar.
Fiquemos todos em paz.
PS ― Quando será que surgirá a primeira "crônica de Margot"(**)?
__________________
(*) Se algum preciosista fizer as contas, provavelmente não vai entender estes números. Melhor não tentar. É uma longa história.
(**) Se não entendeu, clique no marcador "crônicas de Júlia" e aproveite. Eu gosto bastante, mas sou suspeito.
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terça-feira, 21 de abril de 2020
quinta-feira, 12 de março de 2020
A segunda garota
Júlia surgiu em minha vida ao raiar do dia 6 de dezembro de 2007, uma quinta-feira, quando uma animadíssima Polyana, não suportando mais esperar, me acordou para contar que o teste de farmácia dera positivo. "Você vai ser papai", foram suas palavras, com olhos luminosos e úmidos. A partir dali, tudo se tornou Júlia. Tudo passou a ser ela e por ela.
Vivíamos o tempo dos blogs. Antes de se limitarem às redes sociais, muitas pessoas se expunham em seus próprios blogs, nos quais palpitavam sobre qualquer coisa ou sobre temas em particular. O Yúdice falastrão e opinioso daquela época se expunha aqui e registrou a novidade na postagem "A maior de todas as aventuras começa", que continha apenas um anúncio abrupto e empolgado. Uma semana depois, na quarta postagem que fiz sob o marcador "paternidade", eu já me questionava: "Será que meu filho um dia se aborrecerá de ter sido exposto à curiosidade pública desse jeito?" Recordo-me que, à época, alguém me disse para relaxar, pois as crianças que estavam nascendo já chegavam a um mundo conectado, então para elas essa exposição seria natural.
O tempo foi passando e, seguindo a concepção de blog como um diário, eu registrava de vez em quando o avanço da gestação. Aqui e ali, um ser humano patético despejava sobre mim e meu bebê os seus tumultos íntimos. Naquela época, eu respondia. Felizmente, não me abatia, porque estava muito cercado de amor por todos os lados, o que também foi devidamente anotado.
A insônia da madrugada me trouxe às postagens antigas e constatei que Margot não teve nada disso. Teve, é claro, um anúncio, propositalmente intitulado "A maior de todas as aventuras se repete", para criar um laço com a gestação anterior. Mas esse anúncio foi feito apenas em 23.10.2019, quase três meses após o início da gestação. Àquela altura, já sabíamos que estávamos à espera de mais uma garotinha, exatamente como queríamos, e seu nome estava escolhido. Esta é a segunda postagem que lhe dedico, neste momento em que estamos no limiar da 35ª semana gestacional. Meu questionamento atual pode ser: será que minha filha um dia se aborrecerá de ter sido menos comentada do que a irmã? Espero que não. O que mudou?
Basicamente, tudo mudou. Se não podemos banhar-nos duas vezes nas águas do mesmo rio, que dirá voltar a mergulhar com uma diferença superior a 11 anos! A era dos blogs acabou, substituída pelas facilidades das redes sociais e sua busca alucinada por ostentar sucesso e felicidade. Eu também caí nessa esparrela. Afinal, era jovem e tolo. Atualmente, não sou mais tão jovem... As redes sociais começaram a minar este blog, mas nada que se compare às mudanças que se operaram em mim. O Yúdice de 2019 ainda conservava a saúde física, mas a espiritual... Deixemos isto para lá. Não é o tema.
Margot foi tão planejada e desejada quanto Júlia. A diferença é que precisamos lutar por ela. E você deve saber como é: lutas vencidas são dádivas, mas sempre deixam marcas. Houve inúmeros percalços no caminho, então esta garotinha vai encontrar um pai mais velho, mais calejado, mais comedido, mais silencioso, mais realista. Cheio de saudade e tristeza, também, mas quero crer que as perdas serão compensadas por outros atributos, especialmente algum know how para, quem sabe, ser um pai melhor. E até uma pessoa melhor, nesse aprendizado de calar, sorrir, entender que as pessoas são como são e deixar o mundo seguir seu curso. Alguém, enfim, que economiza energia para as batalhas que realmente vale a pena travar.
A espera está sendo longa e ainda não acabou. Uma trajetória muito diferente e cheia de curiosidade. Mas que está, enfim, se encaminhando para o seu... recomeço! É uma vida que vem à luz, então não cabe falar de fim. Vamos ao mais novo ato deste grande teatro do qual somos todos atores, uns mais mambembes do que outros. E a mim basta ser espectador das duas meninas que coloquei no palco, junto com Polyana. Para mim, divas supremas da mais bela ópera.
Vivíamos o tempo dos blogs. Antes de se limitarem às redes sociais, muitas pessoas se expunham em seus próprios blogs, nos quais palpitavam sobre qualquer coisa ou sobre temas em particular. O Yúdice falastrão e opinioso daquela época se expunha aqui e registrou a novidade na postagem "A maior de todas as aventuras começa", que continha apenas um anúncio abrupto e empolgado. Uma semana depois, na quarta postagem que fiz sob o marcador "paternidade", eu já me questionava: "Será que meu filho um dia se aborrecerá de ter sido exposto à curiosidade pública desse jeito?" Recordo-me que, à época, alguém me disse para relaxar, pois as crianças que estavam nascendo já chegavam a um mundo conectado, então para elas essa exposição seria natural.
O tempo foi passando e, seguindo a concepção de blog como um diário, eu registrava de vez em quando o avanço da gestação. Aqui e ali, um ser humano patético despejava sobre mim e meu bebê os seus tumultos íntimos. Naquela época, eu respondia. Felizmente, não me abatia, porque estava muito cercado de amor por todos os lados, o que também foi devidamente anotado.
A insônia da madrugada me trouxe às postagens antigas e constatei que Margot não teve nada disso. Teve, é claro, um anúncio, propositalmente intitulado "A maior de todas as aventuras se repete", para criar um laço com a gestação anterior. Mas esse anúncio foi feito apenas em 23.10.2019, quase três meses após o início da gestação. Àquela altura, já sabíamos que estávamos à espera de mais uma garotinha, exatamente como queríamos, e seu nome estava escolhido. Esta é a segunda postagem que lhe dedico, neste momento em que estamos no limiar da 35ª semana gestacional. Meu questionamento atual pode ser: será que minha filha um dia se aborrecerá de ter sido menos comentada do que a irmã? Espero que não. O que mudou?
Basicamente, tudo mudou. Se não podemos banhar-nos duas vezes nas águas do mesmo rio, que dirá voltar a mergulhar com uma diferença superior a 11 anos! A era dos blogs acabou, substituída pelas facilidades das redes sociais e sua busca alucinada por ostentar sucesso e felicidade. Eu também caí nessa esparrela. Afinal, era jovem e tolo. Atualmente, não sou mais tão jovem... As redes sociais começaram a minar este blog, mas nada que se compare às mudanças que se operaram em mim. O Yúdice de 2019 ainda conservava a saúde física, mas a espiritual... Deixemos isto para lá. Não é o tema.
Margot foi tão planejada e desejada quanto Júlia. A diferença é que precisamos lutar por ela. E você deve saber como é: lutas vencidas são dádivas, mas sempre deixam marcas. Houve inúmeros percalços no caminho, então esta garotinha vai encontrar um pai mais velho, mais calejado, mais comedido, mais silencioso, mais realista. Cheio de saudade e tristeza, também, mas quero crer que as perdas serão compensadas por outros atributos, especialmente algum know how para, quem sabe, ser um pai melhor. E até uma pessoa melhor, nesse aprendizado de calar, sorrir, entender que as pessoas são como são e deixar o mundo seguir seu curso. Alguém, enfim, que economiza energia para as batalhas que realmente vale a pena travar.
A espera está sendo longa e ainda não acabou. Uma trajetória muito diferente e cheia de curiosidade. Mas que está, enfim, se encaminhando para o seu... recomeço! É uma vida que vem à luz, então não cabe falar de fim. Vamos ao mais novo ato deste grande teatro do qual somos todos atores, uns mais mambembes do que outros. E a mim basta ser espectador das duas meninas que coloquei no palco, junto com Polyana. Para mim, divas supremas da mais bela ópera.
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
A maior de todas as aventuras se repete
O pescador grego retira a pérola do mar. Ele a observa e a nomeia "margarítes", ou talvez "maragon".
Dali para as plagas latinas, a joia luzidia passa a ser chamada de "margarita". Vira nome de flor. Vira nome de mulher. A palavra já não alude somente a pérola. Há um significado expandido, talvez inspirado no vocábulo persa "murvarid", utilizado para designar as criaturas de luz. E assim Margarita passa a significar ser iluminado.
Subindo pelo continente europeu, vai iluminar os franceses e os ingleses, mas agora adaptado para Margot. E nesta forma, ou como Margô, vai batizar meninas portuguesas a partir do século XIII.
E agora Margot vive em nossas entranhas, para em abril viver em nossos braços e para sempre em nosso amor. Vive e ilumina nossos rostos, nossa casa e nossas almas, tão necessitadas dessa renovação de esperança.
Seja luz no mundo, menina Margot.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
"Isso é muito bonito!"
Todo mundo que chegue a ler esta postagem conhece, é claro, O pequeno príncipe, obra-prima do escritor, ilustrador e aviador (não necessariamente nesta ordem) Antoine de Saint-Exupéry. E desde que conheça em algum nível a novela classificada como infanto-juvenil, conhece e toma como síntese a frase "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Mas o esquecimento, a confusão ou mesmo o fato de jamais se ter lido o livro leva muitos a pensarem que a apoteótica sentença acima foi proferida pelo personagem-título. Ledo engano. O autor desse pensamento tão profundo, no texto, é a raposa.
Durante a jornada que empreendeu entre vários corpos celestes (o texto confunde o tempo inteiro planetas e asteroides), o principezinho conheceu uns tantos adultos esquisitos, mas foi na Terra que ele se deparou com essa figura solene e poética, que lhe ensinou a beleza de cativar alguém e, com isso, tornar-se singular entre tantos outros seres iguais a nós.
Há alguns dias, comprei O pequeno príncipe para Júlia, por se tratar de uma leitura obrigatória. Naturalmente, decidi ler para ela. Não que ela precise, mas quis que fosse algo nosso. Fui lendo um pouco, nas noites possíveis, até chegar no encantador trecho da conversa com a raposa. À medida que eu lia a explicação sobre cativar, a expressão de Júlia foi-se transformando. Séria, ela subitamente exclamou a frase que nomeia esta postagem. Na singeleza de seus menos de 7 anos, foi capaz de compreender a força daquele discurso. E compreendeu mesmo, porque ainda há pouco me explicou como sua amiga Alice, entre tantas meninas de 7 anos iguais a ela, tornou-se única para a minha pequena.
E assim eu concluí, por experiência própria, que O pequeno príncipe é muito mais do que a leitura favorita das candidatas a miss, que sempre querem a paz mundial. Trata-se de um livro verdadeiramente imortal, porque toca de imediato o coração, mesmo de uma criança, e produz um significado que pode ser levado para a vida real e se tornar parte do que somos. Isto é simplesmente maravilhoso.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
A sexta primavera
Hoje nossa meninazinha completa 6 anos. Estava numa polvorosa em relação ao aniversário, mas infelizmente adoeceu no domingo. Está enfrentando episódios de febre, que ainda não passaram, e algum mal-estar. Em suma, não vai aproveitar o dia como poderia.
Mas ultrapassando essa dificuldade, estamos gratos a Deus por sua vida, por sua companhia, que é a melhor coisa que já nos aconteceu, e pela oportunidade de reunir a família ao seu redor.
Feliz aniversário, Júlia. Te amamos.
Mas ultrapassando essa dificuldade, estamos gratos a Deus por sua vida, por sua companhia, que é a melhor coisa que já nos aconteceu, e pela oportunidade de reunir a família ao seu redor.
Feliz aniversário, Júlia. Te amamos.
domingo, 11 de agosto de 2013
Dia dos pais
Para mim, o dia dos pais é uma data de significados e emoções múltiplos, nem todos eles óbvios. Mas sem dúvida alguma, uma ocasião que ganhou um sentido muito particular em 2008, quando eu tinha nos braços minha pequena Júlia, há apenas três semanas. E hoje ela é essa coisinha sapeca, cheia de tiradas inesperadas.
Por causa dela, eu mudo e tenho que mudar. Avesso a celebrações pessoais, eu, que nunca fui de escolher presentes, agora preciso escolher, porque é simplesmente essencial para a pequena presentear o pai com algo de que ele realmente possa gostar. Para mim, bastaria o cartãozinho adorável que me entregou ao me acordar, desenhado a lápis, onde se vê uma menininha entregando uma flor a um homem. Eles estão junto a uma árvore com frutos. Ela me disse que é uma mangueira. Manga é minha fruta preferida. Assim, num simples desenho, ela me diz que presta atenção em mim.
Imerso em uma pequena reunião familiar, venho aqui rapidinho apenas desejar um excelente dia dos pais a todos os pais. Que seja uma oportunidade feliz para todos e que nenhum de nós falhe nessa suprema missão em que tantos, mas muitos mesmos, já falharam miseravelmente. E por escolha própria. Que isso não aconteça mais. Que sejamos todos pais maiúsculos, por maiores que sejam as nossas fraquezas.
A recompensa não pode ser medida em palavras.
Por causa dela, eu mudo e tenho que mudar. Avesso a celebrações pessoais, eu, que nunca fui de escolher presentes, agora preciso escolher, porque é simplesmente essencial para a pequena presentear o pai com algo de que ele realmente possa gostar. Para mim, bastaria o cartãozinho adorável que me entregou ao me acordar, desenhado a lápis, onde se vê uma menininha entregando uma flor a um homem. Eles estão junto a uma árvore com frutos. Ela me disse que é uma mangueira. Manga é minha fruta preferida. Assim, num simples desenho, ela me diz que presta atenção em mim.
Imerso em uma pequena reunião familiar, venho aqui rapidinho apenas desejar um excelente dia dos pais a todos os pais. Que seja uma oportunidade feliz para todos e que nenhum de nós falhe nessa suprema missão em que tantos, mas muitos mesmos, já falharam miseravelmente. E por escolha própria. Que isso não aconteça mais. Que sejamos todos pais maiúsculos, por maiores que sejam as nossas fraquezas.
A recompensa não pode ser medida em palavras.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Nosso orgulho e alegria
"Neste novo nível Júlia foi um sucesso no grupo, ingressou tranquilamente e logo estabeleceu suas amizades com os novos colegas e professoras, mantendo ótima relação com todos durante o semestre. Com excelente interação identificou algumas características próprias, e dos colegas, respeitando aqueles com características peculiares.
Com espírito de liderança coordenou diferentes grupos e apresentou iniciativa para solucionar os problemas que vez por outra surgiram, sempre fazendo uso do diálogo.
Expressou suas necessidades diárias apresentando linguagem bem desenvolvida e com autonomia fez suas escolhas por jogos, histórias, brincadeiras, respeitando regras e combinados para uma boa convivência social.
Foi excelente colaboradora de nossa rotina diária e, durante a realização de suas atividades, por já dominar a leitura, realizou com independência, no entanto em alguns momentos envolveu-se em conversas e brincadeiras durante as atividades, precisando de novas intervenções para que refletisse sobre suas perdas e ganhos com essas atitudes.
Valorizou hábitos de higiene pessoal e exercitou-os ao lavar as mãos antes do lanche, após manipulação de tintas, argila, cola... e após o uso do banheiro, sempre acompanhada pelas professoras auxiliar ou de classe.
Observe as amostras das atividades de portfolio o excelente desempenho de Júlia na área da linguagem oral/escrita e matemática.
1ª atividade - Interpretou e escreveu a fala dos personagens com agilidade.
2ª atividade - Reconheceu os numerais pintando com segurança as suas respectivas quantidades.
3ª atividade - Estabeleceu a relação linguagem oral e escrita ao completar o nome dos desenhos com autonomia.
4ª atividade - Demonstrou compreender a ideia de adição ao contar e representar os resultados por meio da escrita numérica com agilidade."
Esta é a transcrição do portifólio de nossa Júlia, em relação ao semestre escolar que passou, em seu último ano de educação infantil. Nossa menina se mostra tão avançada que só podemos agradecer a ela por tamanha alegria, bem como à Escola Santa Emília, por prepará-la tão bem e com todo o carinho que sempre manifestou. Uma noite feliz.
Com espírito de liderança coordenou diferentes grupos e apresentou iniciativa para solucionar os problemas que vez por outra surgiram, sempre fazendo uso do diálogo.
Expressou suas necessidades diárias apresentando linguagem bem desenvolvida e com autonomia fez suas escolhas por jogos, histórias, brincadeiras, respeitando regras e combinados para uma boa convivência social.
Foi excelente colaboradora de nossa rotina diária e, durante a realização de suas atividades, por já dominar a leitura, realizou com independência, no entanto em alguns momentos envolveu-se em conversas e brincadeiras durante as atividades, precisando de novas intervenções para que refletisse sobre suas perdas e ganhos com essas atitudes.
Valorizou hábitos de higiene pessoal e exercitou-os ao lavar as mãos antes do lanche, após manipulação de tintas, argila, cola... e após o uso do banheiro, sempre acompanhada pelas professoras auxiliar ou de classe.
Observe as amostras das atividades de portfolio o excelente desempenho de Júlia na área da linguagem oral/escrita e matemática.
1ª atividade - Interpretou e escreveu a fala dos personagens com agilidade.
2ª atividade - Reconheceu os numerais pintando com segurança as suas respectivas quantidades.
3ª atividade - Estabeleceu a relação linguagem oral e escrita ao completar o nome dos desenhos com autonomia.
4ª atividade - Demonstrou compreender a ideia de adição ao contar e representar os resultados por meio da escrita numérica com agilidade."
Esta é a transcrição do portifólio de nossa Júlia, em relação ao semestre escolar que passou, em seu último ano de educação infantil. Nossa menina se mostra tão avançada que só podemos agradecer a ela por tamanha alegria, bem como à Escola Santa Emília, por prepará-la tão bem e com todo o carinho que sempre manifestou. Uma noite feliz.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Educar
Aproximando-se dos 5 anos, Júlia anda temperamental. Às vezes, quando se aborrece, chuta objetos ou os atira ao chão. Não tolero esse tipo de conduta, por isso já havia mandado que aprendesse a se controlar e, depois, avisei que haveria castigo. Como não sou de dar dois avisos, hoje ela atirou um objeto longe e foi direto se sentar no corredor, local desde sempre designado como local da disciplina. Reagiu com um choro imediato, sentido, porque "a culpa" era do tal objeto. Como detesto esse papo de culpa e objetos não podem ter culpa de nada, adverti que parasse de transferir responsabilidades e mandei que se calasse.
O choro aumentou, cheio de explicações e reclamações. Avisei que ela não sairia do castigo enquanto não parasse de chorar. Ela então disse a segunda coisa que detesto, nessas horas: "Eu não consigo!" Controlando o aquecimento de minhas células sanguíneas, expliquei que ela deveria aprender e conseguir, pois do contrário não sairia do castigo. "Eu não tenho a menor pressa", sentenciei.
E foi assim que uma bobagem que poderia ter-se resolvido rapidamente se prolongou por uns 20 minutos. Mas eu havia dito, não é? Missão dada é missão cumprida. Quando ela silenciou, perguntei se ela já tinha se acalmado. "Ainda não totalmente", respondeu. Então ficamos na mesma. Voltou a chorar, até que se calou de vez. Tornei a perguntar e, desta feita, ela concordou que não ia mais chorar. Castigo enfim concluído, perguntei se sabia a razão daquilo tudo. Falou do objeto atirado longe. Expliquei-lhe que não era só jogar algo, mas a atitude que isso representa. Ela prometeu se controlar (de novo...).
A partir daí, a pequena ficou em paz, lendo sua revistinha. Uma meia hora depois, fui até ela e perguntei se estava aborrecida comigo. "Por quê?", quis saber. Lembrei-a do castigo. "Não", respondeu. Expliquei como me sentia mal por castigá-la, mas que faria isso sempre que sentisse necessidade. Ela assentiu com a cabeça e aceitou o meu carinho. Pouco depois, quando fui fazê-la dormir, pediu que a abraçasse e cantasse, o que atendi prontamente. Adormeceu em paz, de bem comigo.
Não faltam aqueles que me consideram duro demais com minha filha. Mas ela não apanha, não é maltratada e recebe explicações para tudo que fazemos. O quê e o por quê. O resultado? É uma criança educada, gentil, respeitadora. Tem seus momentos ruins e até péssimos, como qualquer criança, mas no geral do tempo é um amor. Eu realmente acredito que estamos fazendo um bom trabalho com a educação dela. Porque sabemos equilibrar um amor desmesurado com educação, valores e regras.
Aviso aos tolos: Júlia é uma criança feliz, sem traumas. E por que falo em tolos? Porque hoje em dia boa parte das famílias renunciou ao dever de educar. E acredita que o certo é a libertinagem, o abuso, a subversão de valores. Famílias que passam a mão na cabeça de seus meliantes, encobrem erros e abrem guerra contra quem não se prostra, de quatro, diante de seus reizinhos. Gente responsável por muito dos dramas que nossa sociedade tem enfrentado.
A educação é um dever de todos, mas é um dever precípuo da família, onde ela começa e atua com mais força e por mais tempo. É nisso que acreditamos. E por isso estamos criando uma futura cidadã, se Deus quiser.
Não posso dizer que lamento pelos outros. Na verdade, pelos erros de quem não educa lamentamos e lamentaremos todos nós.
Bem a propósito: http://revistapaisefilhos.uol.com.br/nossa-crianca/educacao-com-coerencia-nao-causa-trauma
O choro aumentou, cheio de explicações e reclamações. Avisei que ela não sairia do castigo enquanto não parasse de chorar. Ela então disse a segunda coisa que detesto, nessas horas: "Eu não consigo!" Controlando o aquecimento de minhas células sanguíneas, expliquei que ela deveria aprender e conseguir, pois do contrário não sairia do castigo. "Eu não tenho a menor pressa", sentenciei.
E foi assim que uma bobagem que poderia ter-se resolvido rapidamente se prolongou por uns 20 minutos. Mas eu havia dito, não é? Missão dada é missão cumprida. Quando ela silenciou, perguntei se ela já tinha se acalmado. "Ainda não totalmente", respondeu. Então ficamos na mesma. Voltou a chorar, até que se calou de vez. Tornei a perguntar e, desta feita, ela concordou que não ia mais chorar. Castigo enfim concluído, perguntei se sabia a razão daquilo tudo. Falou do objeto atirado longe. Expliquei-lhe que não era só jogar algo, mas a atitude que isso representa. Ela prometeu se controlar (de novo...).
A partir daí, a pequena ficou em paz, lendo sua revistinha. Uma meia hora depois, fui até ela e perguntei se estava aborrecida comigo. "Por quê?", quis saber. Lembrei-a do castigo. "Não", respondeu. Expliquei como me sentia mal por castigá-la, mas que faria isso sempre que sentisse necessidade. Ela assentiu com a cabeça e aceitou o meu carinho. Pouco depois, quando fui fazê-la dormir, pediu que a abraçasse e cantasse, o que atendi prontamente. Adormeceu em paz, de bem comigo.
Não faltam aqueles que me consideram duro demais com minha filha. Mas ela não apanha, não é maltratada e recebe explicações para tudo que fazemos. O quê e o por quê. O resultado? É uma criança educada, gentil, respeitadora. Tem seus momentos ruins e até péssimos, como qualquer criança, mas no geral do tempo é um amor. Eu realmente acredito que estamos fazendo um bom trabalho com a educação dela. Porque sabemos equilibrar um amor desmesurado com educação, valores e regras.
Aviso aos tolos: Júlia é uma criança feliz, sem traumas. E por que falo em tolos? Porque hoje em dia boa parte das famílias renunciou ao dever de educar. E acredita que o certo é a libertinagem, o abuso, a subversão de valores. Famílias que passam a mão na cabeça de seus meliantes, encobrem erros e abrem guerra contra quem não se prostra, de quatro, diante de seus reizinhos. Gente responsável por muito dos dramas que nossa sociedade tem enfrentado.
A educação é um dever de todos, mas é um dever precípuo da família, onde ela começa e atua com mais força e por mais tempo. É nisso que acreditamos. E por isso estamos criando uma futura cidadã, se Deus quiser.
Não posso dizer que lamento pelos outros. Na verdade, pelos erros de quem não educa lamentamos e lamentaremos todos nós.
Bem a propósito: http://revistapaisefilhos.uol.com.br/nossa-crianca/educacao-com-coerencia-nao-causa-trauma
terça-feira, 7 de maio de 2013
Boas maneiras roqueiras

Acho bom que Júlia leia o livro e já a vi, várias vezes, repetir conselhos que aprendeu nele. Mas não precisamos viver cercados pela ditadura dos fru-frus. Podemos encontrar outros referenciais. E eis que, não mais que de repente, deparo-me com uma reportagem que vem exatamente ao encontro da minha pretensão.
Ela trata do simpaticíssimo Rock para pequenos, escrito por Laura Macoriello, uma cabeleireira paulista formada em Letras e fã de rock. O ilustrador é Lucas Dutra.
Definido como "um livro ilustrado para futuros roqueiros", de cara traz uma vantagem: um livro das princesas tende a afastar meninos, por causa dos preconceitos sexistas que os adultos incutem na cabeça das crianças. O livro de Macoriello, entretanto, pode ser considerado "unissex", sem provocar aversão nos meninos, justamente os que mais precisam ser educados (por conta dos estereótipos em torno do que seria comportamento masculino)!
Outra vantagem é que, além de boas maneiras, o livro também sugere a importância de manter hábitos saudáveis, tais como beber água. Se bem que, neste caso, achei um pouco forçar a barra, porque ela cita como exemplo Janis Joplin, que eu sabia tomar muitas coisas, não necessariamente água.

Além do bem que se aprende a fazer, a criançada acaba apresentada a grandes nomes da música mundial. Música mesmo, com letra maiúscula, não essa lixarada que se produz hoje em dia. E cultura geral não tem preço. Espero que seja fácil de encontrar.
_________________________
(*) A autora do livro, assim como eu e um monte de gente, talvez você inclusive, acreditou nessa história de heterocromia. Na verdade, Bowie levou um soco no rosto aos 15, lesão que paralisou a musculatura da íris. Em consequência, sua pupila esquerda ficou permanentemente dilatada, condição conhecida como anisocoria (pupilas de tamanhos desiguais). Como a pupila é negra, temos a impressão de que a íris é castanha, mas Bowie possuía olhos azuis. Há várias páginas na internet contando essa história.
Mais: http://revistatpm.uol.com.br/so-no-site/entrevistas/rock-para-pequenos.html
Nota acrescida em 16.3.2020.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Para mim, questão sem tergiversação
Postura clara dos pais contra o fumo ajuda a afastar jovem do vício
A busca das pessoas por uma vida mais saudável e as políticas públicas de restrição ao tabaco têm contribuído para a diminuição do número de fumantes no Brasil. "Segundo dados do Ministério da Saúde, o percentual de pessoas que fumam passou de 16,2% em 2006 para 14,8% em 2011. Mesmo que hoje o país tenha 85% de sua população não fumante, ainda assim contabiliza 25 milhões de fumantes", afirma o pneumologista José Roberto Jardim, especialista em tabagismo da Escola Paulista de Medicina.
Por falta de estudos com adolescentes, não é possível afirmar que a tendência de queda também acontece com esse público, considerado mais sensível aos apelos do cigarro. "O adolescente é um indivíduo em fase de afirmação como elemento social e isso o torna vulnerável, inclusive a algumas campanhas publicitárias mais espertas", declara José Roberto Cardoso, médico especialista em medicina comportamental e membro do Núcleo de Práticas Integrativas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo Cardoso, a "influência cruzada" é outro fator que pode levar o jovem a fumar. "Aqueles que tendem a usar álcool, praticar pouca ou nenhuma atividade física, entre outros comportamentos, são também aqueles que tendem ao tabagismo." De acordo com o especialista, é por isso que se tornam relevantes as políticas de educação e de apoio social aos adolescentes.
Tipo de fumante
Para Cardoso, ao constatar que o adolescente fuma, é preciso diferenciar se ele é um usuário eventual de cigarro ou um tabagista. De maneira geral, o tabagismo é caracterizado pelo uso contínuo de fumo durante um mês ou mais; pelas tentativas fracassadas para abandonar o fumo ou diminuir a quantidade de cigarros consumidos; pelo aparecimento de síndrome de abstinência após uma tentativa de deixar de fumar e pela persistência do uso, apesar de distúrbios físicos que ameaçam a vida e que se sabe serem potencializados pelo hábito.
"No caso de uso eventual, o adolescente pode parar de fumar por conta própria e bastaria conversar com calma e apresentar os perigos do cigarro. Porém, quando instalado o tabagismo, existe um cenário mais complicado. Os pais, então, precisam ser solidários, pacientes e tratar do caso como se trata de outro vício qualquer, buscando ajuda profissional quando necessário", diz Cardoso.
"No caso de uso eventual, o adolescente pode parar de fumar por conta própria e bastaria conversar com calma e apresentar os perigos do cigarro. Porém, quando instalado o tabagismo, existe um cenário mais complicado. Os pais, então, precisam ser solidários, pacientes e tratar do caso como se trata de outro vício qualquer, buscando ajuda profissional quando necessário", diz Cardoso.
Para a psicóloga Rosangela Vicente, coordenadora do Prevfumo, programa ligado à disciplina de pneumologia da Unifesp, caso o adolescente tenha começado a fumar, os pais devem evitar ameaças ou ultimatos. "Tente descobrir por que seu filho fuma e discuta formas de ajudá-lo", afirma a especialista.
Saúde em xeque
Para convencer o jovem a não experimentar o cigarro ou a parar de fumar, provavelmente, não bastará apenas falar das consequências do fumo para sua saúde, mas de qualquer forma é importante colocar para ele o impacto negativo que o hábito pode vir a ter em sua vida adulta. "Existem 53 doenças associadas ao tabaco, como câncer de pulmão, câncer na laringe e aneurisma na aorta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de cada duas pessoas que fumam, uma vai morrer com alguma doença associada ao cigarro", fala o pneumologista José Roberto Jardim.
Dez mandamentos contra o tabaco
Abaixo, os especialistas ouvidos pelo UOL Gravidez e Filhos enumeram estratégias para os pais ajudarem o filho a se manter longe do vício:
1. Entenda a atração para o cigarro
A maioria dos adolescentes ainda começa a fumar para se sentir parte de um determinado grupo de amigos ou como forma de rebeldia. Há também quem acenda o primeiro cigarro para controlar a ansiedade em uma dieta para perder peso.
Questionar o filho sobre o que ele sente e pensa a respeito do tabagismo e se algum de seus amigos fuma são boas perguntas para iniciar uma conversa franca. "Ao falar sobre os riscos do fumo para a saúde, o adulto tem de ter uma postura segura sobre o assunto, sem demonstrar insegurança ou falta de informação", afirma a psicóloga Rosangela.
2. Aprenda a dizer não
Mesmo que o jovem pareça não se importar, os pais devem colocar sua desaprovação ao comportamento. "Adolescentes cujos pais demonstram de forma clara suas restrições ao tabagismo na adolescência tendem a fumar menos do que aqueles cujos pais não estabelecem limites. O mesmo acontece com os adolescentes que se sentem mais próximos de seus pais", fala Rosangela.
3. Dê o exemplo
O tabagismo é mais comum entre adolescentes cujos pais fumam. Se você não fuma, mantenha-se assim. Se fuma, pare para servir como exemplo. Enquanto não se livra do vício, não fume em casa, no carro ou na frente do jovem e não deixe cigarros onde ele possa encontrá-los. "Explique o quão insatisfeito ou infeliz se sente por fumar, como é difícil parar e que você vai continuar tentando até largar o cigarro para sempre. Por isso é tão importante que ele não dê a primeira tragada ou pare tão logo comece", declara a psicóloga.
4. Apelo à vaidade
Fale sobre o impacto do vício na aparência: mau hálito, envelhecimento precoce, dentes amarelados, cheiro de nicotina nas roupas e nos cabelos. "Sem contar que, no futuro, o tabaco pode causar perda óssea, o que pode levar ao enfraquecimento e à perda de dentes", diz o pneumologista José Roberto Jardim.
5. Faça as contas com seu filho
Fumar um maço de cigarros por dia (custo médio de R$ 4) gera um gasto mensal de R$ 120 e de R$ 1.500 por ano. Com esse dinheiro, o jovem pode fazer uma viagem de quatro dias para Argentina, incluindo passagens aéreas, hospedagem com café da manhã e city tour. "Quer outro exemplo próximo da realidade do adolescente? Com essa mesma quantia é possível comprar à vista um Ipod Touch de última geração", fala Jardim.
1. Entenda a atração para o cigarro
A maioria dos adolescentes ainda começa a fumar para se sentir parte de um determinado grupo de amigos ou como forma de rebeldia. Há também quem acenda o primeiro cigarro para controlar a ansiedade em uma dieta para perder peso.
Questionar o filho sobre o que ele sente e pensa a respeito do tabagismo e se algum de seus amigos fuma são boas perguntas para iniciar uma conversa franca. "Ao falar sobre os riscos do fumo para a saúde, o adulto tem de ter uma postura segura sobre o assunto, sem demonstrar insegurança ou falta de informação", afirma a psicóloga Rosangela.
2. Aprenda a dizer não
Mesmo que o jovem pareça não se importar, os pais devem colocar sua desaprovação ao comportamento. "Adolescentes cujos pais demonstram de forma clara suas restrições ao tabagismo na adolescência tendem a fumar menos do que aqueles cujos pais não estabelecem limites. O mesmo acontece com os adolescentes que se sentem mais próximos de seus pais", fala Rosangela.
3. Dê o exemplo
O tabagismo é mais comum entre adolescentes cujos pais fumam. Se você não fuma, mantenha-se assim. Se fuma, pare para servir como exemplo. Enquanto não se livra do vício, não fume em casa, no carro ou na frente do jovem e não deixe cigarros onde ele possa encontrá-los. "Explique o quão insatisfeito ou infeliz se sente por fumar, como é difícil parar e que você vai continuar tentando até largar o cigarro para sempre. Por isso é tão importante que ele não dê a primeira tragada ou pare tão logo comece", declara a psicóloga.
4. Apelo à vaidade
Fale sobre o impacto do vício na aparência: mau hálito, envelhecimento precoce, dentes amarelados, cheiro de nicotina nas roupas e nos cabelos. "Sem contar que, no futuro, o tabaco pode causar perda óssea, o que pode levar ao enfraquecimento e à perda de dentes", diz o pneumologista José Roberto Jardim.
5. Faça as contas com seu filho
Fumar um maço de cigarros por dia (custo médio de R$ 4) gera um gasto mensal de R$ 120 e de R$ 1.500 por ano. Com esse dinheiro, o jovem pode fazer uma viagem de quatro dias para Argentina, incluindo passagens aéreas, hospedagem com café da manhã e city tour. "Quer outro exemplo próximo da realidade do adolescente? Com essa mesma quantia é possível comprar à vista um Ipod Touch de última geração", fala Jardim.
6. Considere a pressão dos colegas
Amigos que fumam podem ser convincentes, mas você pode ajudar o adolescente a lidar com situações sociais difíceis. Discuta com ele como recusar a oferta de cigarros. Quanto mais o jovem pratica essa recusa básica, maior a probabilidade de dizer não no momento da verdade.
7. Leve a dependência a sério
A maioria dos jovens diz que pode parar de fumar a qualquer hora. "No entanto, os adolescentes podem se tornar tão dependentes do tabaco quanto os adultos. Muitas vezes rapidamente e com doses relativamente baixas de nicotina. Uma vez dependente, é difícil parar de fumar", declara o pneumologista José Roberto Jardim.
8. Exemplos reais
Adolescentes tendem a achar que coisas ruins só acontecem com os outros. Explique as consequências do tabagismo a longo prazo, como câncer, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (derrame), e mencione exemplos de conhecidos, familiares ou celebridades que ficaram doentes por causa do fumo.
9. Pense além do cigarro
Cigarros de cravo ou mentolados são confundidos como menos prejudiciais ou viciantes do que a versão tradicional. O narguilé (aparelho que permite fumar tabaco por meio de uma tubulação de água) é também por vezes apresentado como seguro. Não deixe o adolescente ser enganado. Como os cigarros convencionais, esses produtos são viciantes e podem causar câncer e outros problemas de saúde. Muitos têm concentrações mais elevadas de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, substâncias tóxicas presentes no cigarro.
Amigos que fumam podem ser convincentes, mas você pode ajudar o adolescente a lidar com situações sociais difíceis. Discuta com ele como recusar a oferta de cigarros. Quanto mais o jovem pratica essa recusa básica, maior a probabilidade de dizer não no momento da verdade.
7. Leve a dependência a sério
A maioria dos jovens diz que pode parar de fumar a qualquer hora. "No entanto, os adolescentes podem se tornar tão dependentes do tabaco quanto os adultos. Muitas vezes rapidamente e com doses relativamente baixas de nicotina. Uma vez dependente, é difícil parar de fumar", declara o pneumologista José Roberto Jardim.
8. Exemplos reais
Adolescentes tendem a achar que coisas ruins só acontecem com os outros. Explique as consequências do tabagismo a longo prazo, como câncer, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (derrame), e mencione exemplos de conhecidos, familiares ou celebridades que ficaram doentes por causa do fumo.
9. Pense além do cigarro
Cigarros de cravo ou mentolados são confundidos como menos prejudiciais ou viciantes do que a versão tradicional. O narguilé (aparelho que permite fumar tabaco por meio de uma tubulação de água) é também por vezes apresentado como seguro. Não deixe o adolescente ser enganado. Como os cigarros convencionais, esses produtos são viciantes e podem causar câncer e outros problemas de saúde. Muitos têm concentrações mais elevadas de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, substâncias tóxicas presentes no cigarro.
10. Participe
Tenha uma postura ativa contra o tabagismo na adolescência. Participe de campanhas na escola, apoie esforços para tornar os lugares públicos livres de fumo e o aumento de impostos sobre os produtos com tabaco. São medidas que podem ajudar a reduzir as chances de o adolescente se tornar fumante.
Tenha uma postura ativa contra o tabagismo na adolescência. Participe de campanhas na escola, apoie esforços para tornar os lugares públicos livres de fumo e o aumento de impostos sobre os produtos com tabaco. São medidas que podem ajudar a reduzir as chances de o adolescente se tornar fumante.
Não existe a menor chance de tolerância com a possibilidade de Júlia usar drogas, mesmo as lícitas, para as quais as pessoas adoram fazer vista grossa. Para isso não existe democracia nem livre arbítrio: comigo é guerra!
(Sim, eu sei que o problema deve ser enfrentado com paciência e psicologia. O que eu quis dizer é que a causa, para mim, é tanto de saúde quanto de ideologia, então minha motivação é semelhante à de uma guerra santa.)
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Aula de Matemática
Filha de peixes, volta e meia Júlia brinca de professora. Ontem, ela colocou três bonecos grandes sentados à mesa onde ela estuda e elaborou atividades para eles. Para felicidade da mãe, ultimamente a pequena anda empolgada com Matemática. Por isso, as atividades de ontem foram justamente operações de soma.
Mas legal mesmo foi ver como nossa garotinha está se dando bem com as continhas fáceis de somar. É uma graça vê-la "corrigindo" os trabalhos "feitos" pelos alunos!
Boa noite, meus amores
O instinto maternal atingiu minha pequena Júlia hoje. Em meio às brincadeiras do final da tarde, o cuidado de colocar três dos brinquedos favoritos na cama e agasalhá-los, como uma boa mãezinha faria. E como ficou orgulhosa com a minha aprovação!
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Em casa, não ocorre
Os pais são tão carinhosos e orgulhosos da prole que não conseguem esconder tamanho amor. Abraçam, apertam, elogiam, beijam. Algumas famílias costumam adotar ainda mais uma forma de carinho: o selinho, um toque rápido de lábios. Aderir a essa prática é uma opção pessoal, mas a família precisa estar ciente que explicações serão necessárias, principalmente às crianças.
O selinho não tem uma relação estreita com a sexualidade, no entanto, é geralmente entendido como uma demonstração de carinho entre namorados. Para as crianças, pode ser difícil entender que o beijo nos pais é diferente. Segundo a educadora sexual e diretora executiva do Instituto Kaplan, Maria Helena Vilela, a família precisa deixar bem claro que se trata de um cumprimento carinhoso, e não um carinho romântico. No entanto, segundo a psicóloga e arte educadora Jéssica Fogaça, o selinho é uma forma interessante de demonstrar carinho, principalmente com as crianças pequenas, porque elas são mais suscetíveis ao toque [E eu não posso demonstrar o mesmo carinho beijando-as em outro lugar?!].
De acordo com Maria Helena, é comum que alguns pais brinquem e digam que são namorados dos filhos [Tenho uma conhecida que inventou esse papo e, a certa altura, a filha não queria que a mãe dormisse na cama, com o pai, pois ela é que era a namorada dele...]. Isso pode confundir as crianças, ainda mais aquelas que já passaram da primeira infância. Afinal, o chamado Complexo de Édipo é bastante comum entre quatro e cinco anos. Portanto, é muito importante explicar e deixar explícito como funcionam as relações maternal e paternal. A postura dos pais precisa deixar claro que se trata de um cumprimento, sem relação com o beijo romântico.
Segundo a psicóloga infantil Daniella de Freixo Faria, é provável que os pequenos que dão selinhos nos pais também tentem beijar outras pessoas. Afinal, para elas, não faz sentido demonstrar carinho dessa forma só com a família, se também gostam de seus amigos, por exemplo. Portanto, é importante explicar que é um hábito social incomum.
Com o tempo, pode ser que a criança recuse ou se mostre constrangida ao dar um selinho nos pais. Nesses casos, segundo Maria Helena, o ideal é que a família não force e respeite a decisão. Afinal, como Daniella salienta, há diversas outras formas de demonstrar carinho. Às vezes, uma palavra amiga ou um olhar podem até ser mais valiosos.
De acordo com Daniella, a confusão dos filhos pode se tornar mais evidente quando eles crescerem e derem o primeiro beijo. A partir desse momento, o selinho passará a ter uma conotação diferente para eles, apesar de já saberem socialmente que há uma diferença. Além disso, segundo Jéssica, o mais importante é que os pequenos descubram qual é a forma com que se sentem mais à vontade para demonstrar carinho.
Além dos fatores psicológicos envolvidos, o selinho também requer alguns cuidados de saúde. Isso porque alguns tipos de viroses, como a catapora, a herpes e a gripe, podem ser transmitidas por meio do beijo. Segundo o primeiro-tesoureiro da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcos Antônio Cyrillo, tanto o selinho quanto o assoprar da comida da criança pode transmitir micro-organismos, pois inúmeros tipos de bactérias e afins alojam-se na região bucal. Assim, o melhor é evitar dar selinhos se há a suspeita de alguma doença. E, claro, não forçar a barra se a criança estiver desconfortável com esta demonstração de carinho.
Fonte: http://mulher.terra.com.br/vida-de-mae/selinho-entre-pais-e-filhos-pode-confundir-a-crianca,679b3ac801efc310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
Lá em casa, desde sempre, ensinamos a regra. De forma bem humorada, dizemos "na boca não". Júlia entendeu bem. Eu não critico, mas não gosto.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Doce colaboradora
Graças a Deus, temos uma filha adorável. Todos os dias, quando a acordamos para a escola, ela compreensivelmente vira para o lado e tenta ficar por ali, mas basta a nossa presença para que se espreguice, comece a conversar (aquela ali fala pelos cotovelos até durante o sono!), a sorrir e a brincar conosco. Em poucos minutos passa da letargia à atividade. Ajuda-nos a arrumá-la e logo está pronta. Quando o transporte escolar chega, sempre se apresenta risonha e bem humorada.
Em suma, se pudesse continuar a dormir, dormiria; se precisa ir à escola, vai sem problemas. Principalmente às sextas, que é o dia do brinquedo. Ao menos nesse aspecto, nossas manhãs começam sem aperreios. Se ela fosse dessas crianças que fazem um inferno para levantar, não sei que rumos teríamos tomado. Mas felizmente não é o caso.
Isso nos traz uma outra grande vantagem: construir a ideia de escola como um lugar onde se vai com prazer, o que certamente se entranhará em sua consciência e há de render frutos. Nesse particular, naturalmente há grandes méritos da escola, que conseguiu ser esse espaço feliz para nossa Júlia. Eu me despeço dela me lamentando por ficarmos tão pouco juntos no começo do dia, mas me reconforta saber que está em boas mãos.
Em suma, se pudesse continuar a dormir, dormiria; se precisa ir à escola, vai sem problemas. Principalmente às sextas, que é o dia do brinquedo. Ao menos nesse aspecto, nossas manhãs começam sem aperreios. Se ela fosse dessas crianças que fazem um inferno para levantar, não sei que rumos teríamos tomado. Mas felizmente não é o caso.
Isso nos traz uma outra grande vantagem: construir a ideia de escola como um lugar onde se vai com prazer, o que certamente se entranhará em sua consciência e há de render frutos. Nesse particular, naturalmente há grandes méritos da escola, que conseguiu ser esse espaço feliz para nossa Júlia. Eu me despeço dela me lamentando por ficarmos tão pouco juntos no começo do dia, mas me reconforta saber que está em boas mãos.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
O velho e o mar
Faz muitos anos que li O velho e o mar, um dos mais famosos romances do escritor estadunidense Ernest Hemingway. Publicado originalmente em 1952, conta a estória de Santiago, um idoso pescador que há três meses não consegue pescar nada. Ávido por recuperar a autoestima e a imagem perante os companheiros, ele se lança em uma perigosa empreitada solitária e acaba por realizar um grande feito: fisga um espadarte imenso, o maior peixe já pego por aquelas bandas. Grande o suficiente para resistir por dias, puxando Santiago cada vez mais para alto-mar. Ou seja, as coisas não saem exatamente como planejado.
O belo romance me fez um grande bem quando o li, em sua profunda simplicidade, no estilo e no tamanho, já que possui pouco menos de cem páginas. Mas como tantas coisas que acumulei ao longo dos anos, ele acabou em alguma estante pela casa de minha mãe. Agora, todavia, ele precisa ser reencontrado, porque está em seu destino uma tarefa grandiosa.
Semana passada, enquanto aguardávamos o jantar em meio às peregrinações natalinas, eu precisava distrair Júlia e ela, como de praxe, me pediu para contar uma estorinha. Pediu para que eu contasse de novo a estória da orca e do camarão, que eu inventara uns dias antes, para fazê-la adormecer. Em vez disso, contei-lhe a saga de Santiago, numa síntese bastante apertada, é claro. Ela ficou vivamente interessada e agora, de vez em quando, toca no assunto e já me pediu para contar de novo. Decidi fazer melhor: pedi que encontrassem o livro na casa de minha mãe e, na primeira oportunidade, vou ler para ela. A própria Júlia pediu que eu lesse para fazê-la dormir.
Agora imaginem vocês, este amante dos livros e das boas estórias diante da possibilidade de ler um clássico (e um clássico adulto!) para sua filha de 4 anos!
Embora não goste muito da obra, já tentei ler Alice no país das maravilhas. Foi este ano, mas Júlia não deu bola. Eu mesmo decidi não insistir. Mas O velho e o mar trata de fatos acessíveis à imaginação da criança, exceto pela complexidade psicológica, naturalmente. Decidi então me aproveitar disso e do fato de que o livro contém ilustrações para prender sua atenção. Além do mais, nunca tratamos Júlia como uma criança tola: sempre falamos com ela de modo objetivo e correto. Se ela me pergunta por que chove, não invento bobagens: respondo que o calor faz a água dos rios e mares evaporar, que essa água se concentra nas nuvens e, quando estas ficam muito cheias, chove. Simples assim.
Parto do pressuposto de que devemos oferecer muito às crianças. Se elas não alcançarem tudo, assimilarão uma parte e o restante ficará para o momento oportuno. Mas não sabemos o quanto elas são capazes de assimilar, então não nivelo por baixo. Tem dado muito certo.
Portanto, lerei O velho e o mar para minha pequena Júlia. Lerei exatamente como está publicado no livro, devagar, dando-me ao trabalho de explicar tudo o que ela possa não ter entendido, perguntando de vez em quando se ela está me acompanhando.
Há anos espero pelo momento em que ela, por fim, prestará atenção aos livros que quero ler em sua cabeceira. Talvez essa deliciosa fase se inicie hoje. E eu não vejo a hora!
Deve demorar um tempo. Mas quando terminar, conto para vocês o que Júlia achou do velho Santiago e do poderoso espadarte.
O belo romance me fez um grande bem quando o li, em sua profunda simplicidade, no estilo e no tamanho, já que possui pouco menos de cem páginas. Mas como tantas coisas que acumulei ao longo dos anos, ele acabou em alguma estante pela casa de minha mãe. Agora, todavia, ele precisa ser reencontrado, porque está em seu destino uma tarefa grandiosa.
Semana passada, enquanto aguardávamos o jantar em meio às peregrinações natalinas, eu precisava distrair Júlia e ela, como de praxe, me pediu para contar uma estorinha. Pediu para que eu contasse de novo a estória da orca e do camarão, que eu inventara uns dias antes, para fazê-la adormecer. Em vez disso, contei-lhe a saga de Santiago, numa síntese bastante apertada, é claro. Ela ficou vivamente interessada e agora, de vez em quando, toca no assunto e já me pediu para contar de novo. Decidi fazer melhor: pedi que encontrassem o livro na casa de minha mãe e, na primeira oportunidade, vou ler para ela. A própria Júlia pediu que eu lesse para fazê-la dormir.
Agora imaginem vocês, este amante dos livros e das boas estórias diante da possibilidade de ler um clássico (e um clássico adulto!) para sua filha de 4 anos!
Embora não goste muito da obra, já tentei ler Alice no país das maravilhas. Foi este ano, mas Júlia não deu bola. Eu mesmo decidi não insistir. Mas O velho e o mar trata de fatos acessíveis à imaginação da criança, exceto pela complexidade psicológica, naturalmente. Decidi então me aproveitar disso e do fato de que o livro contém ilustrações para prender sua atenção. Além do mais, nunca tratamos Júlia como uma criança tola: sempre falamos com ela de modo objetivo e correto. Se ela me pergunta por que chove, não invento bobagens: respondo que o calor faz a água dos rios e mares evaporar, que essa água se concentra nas nuvens e, quando estas ficam muito cheias, chove. Simples assim.
Parto do pressuposto de que devemos oferecer muito às crianças. Se elas não alcançarem tudo, assimilarão uma parte e o restante ficará para o momento oportuno. Mas não sabemos o quanto elas são capazes de assimilar, então não nivelo por baixo. Tem dado muito certo.
Portanto, lerei O velho e o mar para minha pequena Júlia. Lerei exatamente como está publicado no livro, devagar, dando-me ao trabalho de explicar tudo o que ela possa não ter entendido, perguntando de vez em quando se ela está me acompanhando.
Há anos espero pelo momento em que ela, por fim, prestará atenção aos livros que quero ler em sua cabeceira. Talvez essa deliciosa fase se inicie hoje. E eu não vejo a hora!
Deve demorar um tempo. Mas quando terminar, conto para vocês o que Júlia achou do velho Santiago e do poderoso espadarte.
domingo, 28 de outubro de 2012
Minhas vacas holandesas
Apesar de eu ter necessidade de contato com a natureza e de apreciar profundamente um ambiente campesino, com árvores, animais e rios, nunca fui particularmente ligado a animais de fazenda. Por isso, não sei explicar a simpatia que sempre tive por vacas de brinquedo. E há um interesse específico: só gosto das vacas holandesas, malhadas de preto (porque elas também podem ter a cor marrom).
O fato é que, ao longo dos anos, comprei algumas vacas de pelúcia, além de outros objetos enfeitados com o mesmo tema. Há quase oito anos, tenho uma pendurada no retrovisor interno do meu carro. É Maria da Penha, minha companheira de viagens. Não, o nome dela não tem nada a ver com a "Lei Maria da Penha". Foi escolhido porque comprei no Beto Carrero World, que fica no Município catarinense de Penha.
Fui montando a minha "fazenda", na esperança de que um dia tivesse uma filha que pudesse usufruir delas. Os anos foram passando e, pouco mais de um mês antes de minha esposa dar à luz, mudamos para a nossa casa, o que resultou no empacotamento de um mundaréu de coisas. O que era necessário saiu das caixas; o que era supérfluo ficou. Veio a tão esperada filha, mas o assunto caiu no esquecimento.
Há poucos dias, Júlia, influenciada por um desenho que é sua atual paixão televisiva (por sinal, o episódio está passando no exato momento em que escrevo estas linhas), decidiu que queria um vaca de brinquedo. Comentou com a tia Jose que me pediria para comprar uma. Então foi surpreendida com a notícia de que não apenas uma, mas algumas vacas já estavam na casa, em algum lugar. Imagine o impacto da notícia!
Como chego em casa tarde, ela já está dormindo. Na manhã seguinte, a pressa em sair para a escola afastou o assunto. Mas quando cheguei para o almoço, a pequena estava tão agitada que queria descer sem roupa para falar comigo. Conseguiram que se vestisse, mas ela me parou no meio da escada, com a mão erguida de um jeito tão ansioso que até me assustou. Disse que tinha algo muito sério a falar comigo...
E como vontades de criança mobilizam forças, eis que a tia Jose se danou a revirar caixas e encontrou aquela onde repousavam quatro reses do meu rebanho. Dali foram direto para o banho, porque estavam quase fatais para uma criança alérgica. Júlia mal conseguia conter a expectativa e tentou nos convencer a deixá-la brincar antes que as pelúcias fossem lavadas, sem sucesso. A espera pelo dia seguinte foi grande, mas agora ela é a fazendeira do papai.
Tivemos uma negociação difícil sobre a propriedade do rebanho: ela queria ser a dona das vacas, mas expliquei que os bichos continuam sendo meus; ela apenas toma conta deles. Até hoje ela ainda tenta ponderar que, se a nomeei fazendeira, as vacas são dela.
No final das contas, o meu pequeno sonho se realizou: ganhei a minha fazendeira e ela é uma apaixonada cuidadora das minhas holandesas. Qualquer hora dessas, aumentaremos a manada.
O fato é que, ao longo dos anos, comprei algumas vacas de pelúcia, além de outros objetos enfeitados com o mesmo tema. Há quase oito anos, tenho uma pendurada no retrovisor interno do meu carro. É Maria da Penha, minha companheira de viagens. Não, o nome dela não tem nada a ver com a "Lei Maria da Penha". Foi escolhido porque comprei no Beto Carrero World, que fica no Município catarinense de Penha.
Fui montando a minha "fazenda", na esperança de que um dia tivesse uma filha que pudesse usufruir delas. Os anos foram passando e, pouco mais de um mês antes de minha esposa dar à luz, mudamos para a nossa casa, o que resultou no empacotamento de um mundaréu de coisas. O que era necessário saiu das caixas; o que era supérfluo ficou. Veio a tão esperada filha, mas o assunto caiu no esquecimento.
Há poucos dias, Júlia, influenciada por um desenho que é sua atual paixão televisiva (por sinal, o episódio está passando no exato momento em que escrevo estas linhas), decidiu que queria um vaca de brinquedo. Comentou com a tia Jose que me pediria para comprar uma. Então foi surpreendida com a notícia de que não apenas uma, mas algumas vacas já estavam na casa, em algum lugar. Imagine o impacto da notícia!
Como chego em casa tarde, ela já está dormindo. Na manhã seguinte, a pressa em sair para a escola afastou o assunto. Mas quando cheguei para o almoço, a pequena estava tão agitada que queria descer sem roupa para falar comigo. Conseguiram que se vestisse, mas ela me parou no meio da escada, com a mão erguida de um jeito tão ansioso que até me assustou. Disse que tinha algo muito sério a falar comigo...
E como vontades de criança mobilizam forças, eis que a tia Jose se danou a revirar caixas e encontrou aquela onde repousavam quatro reses do meu rebanho. Dali foram direto para o banho, porque estavam quase fatais para uma criança alérgica. Júlia mal conseguia conter a expectativa e tentou nos convencer a deixá-la brincar antes que as pelúcias fossem lavadas, sem sucesso. A espera pelo dia seguinte foi grande, mas agora ela é a fazendeira do papai.
Tivemos uma negociação difícil sobre a propriedade do rebanho: ela queria ser a dona das vacas, mas expliquei que os bichos continuam sendo meus; ela apenas toma conta deles. Até hoje ela ainda tenta ponderar que, se a nomeei fazendeira, as vacas são dela.
No final das contas, o meu pequeno sonho se realizou: ganhei a minha fazendeira e ela é uma apaixonada cuidadora das minhas holandesas. Qualquer hora dessas, aumentaremos a manada.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Mudança de rota
Júlia, ontem, deu todos os sinais de que preferia ficar na turma atual. Hoje, contudo, mudou de ideia. Enquanto a mãe a vestia para a escola, questionou sobre que uniforme queria usar: o vermelho, atual, ou o azul, do nível mais avançado. Júlia preferiu o azul. Mas ao ser informada das implicações que isso traria, pareceu hesitante. Disse que começaria indo para a sala atual. Todavia, ao entrar na escola, ela mesma estancou o passo e considerou "melhor" ir logo para a turma nova.
Foi recebida com um abraço pela nova professora e se integrou às atividades, que realizou com interesse. Pediu para visitar a turma antiga, pois queria ver a professora e os colegas. Mas ela mesma destacou que era uma "visita".
Ao final da manhã, estava à vontade, ambientando-se, e já aprendeu os nomes de alguns colegas. O saldo do dia é positivo para a mudança. Mas sabemos que a observação prossegue necessária. Afinal, crianças são suscetíveis a mudanças de opinião e, como disse ontem, o emocional manda.
Em suma, o placar está 1x1. O que será amanhã?
Foi recebida com um abraço pela nova professora e se integrou às atividades, que realizou com interesse. Pediu para visitar a turma antiga, pois queria ver a professora e os colegas. Mas ela mesma destacou que era uma "visita".
Ao final da manhã, estava à vontade, ambientando-se, e já aprendeu os nomes de alguns colegas. O saldo do dia é positivo para a mudança. Mas sabemos que a observação prossegue necessária. Afinal, crianças são suscetíveis a mudanças de opinião e, como disse ontem, o emocional manda.
Em suma, o placar está 1x1. O que será amanhã?
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
O emocional ditando as regras
No último dia 18, escrevi sobre a intenção da escola de minha filha em progredi-la de turma, para que possa estar em ambiente mais adequado ao seu estágio de desenvolvimento. Estando claro que ela está apta à mudança, no plano cognitivo, a grande dúvida ficava por conta do impacto emocional.
Hoje, dia de retorno à escola, foi o momento de testar a ideia. Antes, porém, preciso destacar que, por orientação das próprias educadoras, durante todo o mês de julho deixamos nossa menina à vontade, de férias realmente, sem falar em escola, sem pressioná-la, até mesmo sem fazer brincadeiras com cara de "atividade", exceto quando ela mesma pedia.
Esta manhã, já na entrada, Júlia foi perguntada por uma das coordenadoras sobre a sala para a qual desejava ir. Não respondeu. Ou melhor: respondeu, indiretamente, ao sair correndo, rindo, tratando como mera brincadeira algo importante. Foi direto para a sala antiga, onde se deparou com a melhor amiga. Abraços apertados e um quiquiqui ao pé do ouvido, cheio de risadas, como se fossem adolescentes. Assim também é covardia. Ficou.
Ao longo da manhã, foi levada duas vezes para a sala nova, onde aceitou sem problemas fazer as atividades de lá. Mas assim que acabava pedia para voltar. Isso não nos surpreendeu. Por várias vezes, ela relatou saudade da atual professora, com quem rapidamente desenvolveu uma relação de carinho intenso. É natural que o desapego demore.
Pelo visto, toda esta semana será de testes. Se me perguntarem qual será o desfecho, realmente não saberei dizer. Mas sei que desejo o bem estar de minha filha e, como nunca fiz questão desse salto, não seria um problema para mim se ela continuasse onde está. Com certeza, há outros meios de assegurar-lhe tarefas condizentes com suas necessidades.
Por outro lado, esta mudança precoce pode ajudá-la a entender que, às vezes, a vida pega atalhos e muda aquilo que esperávamos. Isso pode ser importante para o desenvolvimento dela como ser humano. Há poucos dias, ao ser informada de que uma de suas colegas favoritas se mudou de cidade, Júlia desabou em choro. Foi a primeira perda pessoal de sua vida. Mas é assim que as coisas são e precisamos todos compreender.
Como disse na postagem anterior, confio na escola e apoiarei a iniciativa enquanto me parecer sensata, acompanhando de perto o desenrolar dos acontecimentos.
Hoje, dia de retorno à escola, foi o momento de testar a ideia. Antes, porém, preciso destacar que, por orientação das próprias educadoras, durante todo o mês de julho deixamos nossa menina à vontade, de férias realmente, sem falar em escola, sem pressioná-la, até mesmo sem fazer brincadeiras com cara de "atividade", exceto quando ela mesma pedia.
Esta manhã, já na entrada, Júlia foi perguntada por uma das coordenadoras sobre a sala para a qual desejava ir. Não respondeu. Ou melhor: respondeu, indiretamente, ao sair correndo, rindo, tratando como mera brincadeira algo importante. Foi direto para a sala antiga, onde se deparou com a melhor amiga. Abraços apertados e um quiquiqui ao pé do ouvido, cheio de risadas, como se fossem adolescentes. Assim também é covardia. Ficou.
Ao longo da manhã, foi levada duas vezes para a sala nova, onde aceitou sem problemas fazer as atividades de lá. Mas assim que acabava pedia para voltar. Isso não nos surpreendeu. Por várias vezes, ela relatou saudade da atual professora, com quem rapidamente desenvolveu uma relação de carinho intenso. É natural que o desapego demore.
Pelo visto, toda esta semana será de testes. Se me perguntarem qual será o desfecho, realmente não saberei dizer. Mas sei que desejo o bem estar de minha filha e, como nunca fiz questão desse salto, não seria um problema para mim se ela continuasse onde está. Com certeza, há outros meios de assegurar-lhe tarefas condizentes com suas necessidades.
Por outro lado, esta mudança precoce pode ajudá-la a entender que, às vezes, a vida pega atalhos e muda aquilo que esperávamos. Isso pode ser importante para o desenvolvimento dela como ser humano. Há poucos dias, ao ser informada de que uma de suas colegas favoritas se mudou de cidade, Júlia desabou em choro. Foi a primeira perda pessoal de sua vida. Mas é assim que as coisas são e precisamos todos compreender.
Como disse na postagem anterior, confio na escola e apoiarei a iniciativa enquanto me parecer sensata, acompanhando de perto o desenrolar dos acontecimentos.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Noite a três
Por quase duas horas, ficamos eu, Polyana e Júlia brincando na cama, pintando, contando estórias, fazendo bagunça. Ríamos muito. A certa altura, Júlia abraçou a mãe e começou a choramingar. Perguntamos o que estava acontecendo e ela respondeu que chorava de alegria, porque estava de amor pelo papai e pela mamãe. E nos abraçou.
Evidentemente, nós nos desmilinguimos. E continuamos mais um tempo naquela farra. Pode ter certeza de que o domingo acabou tão bem que o despertar, hoje, foi suave e feliz. Uma ótima semana para todos.
Evidentemente, nós nos desmilinguimos. E continuamos mais um tempo naquela farra. Pode ter certeza de que o domingo acabou tão bem que o despertar, hoje, foi suave e feliz. Uma ótima semana para todos.
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