segunda-feira, 2 de maio de 2011

O tempore, o mores

No sábado, a versão light:



No domingo, a versão hard:


E as crianças brincam
Com a violência
Nesse cinema sem tela
Que passa pela cidade
Ah, que tempo mais vagabundo
É esse
Que escolheram pra gente viver!

A canção é "Milagres", de Cazuza.

14 comentários:

Liandro Faro disse...

Nossa sociedade escreve, a cada dia, uma Ode à Violência!

Anônimo disse...

Achar que um esporte como o UFC é um elogio à violência é um típico comentário de um gordinho que apanhava na escola.

Yúdice Andrade disse...

Para sua informação, beócio das 13h12, nunca apanhei na escola e até os vinte e tantos anos fui magro de doer. Creio que o Liandro também não sofreu o que hoje se chama "bullying" e virou moda.
Sei que as artes marciais envolvem conceitos como disciplina, respeito e blá-blá-blá. Sei de tudo isso. Não questiono o esporte em si, mas acho repugnante que alguém se divirta vendo gente levar porrada. E hoje a mobilização em torno dessas lutas é imensa.
É uma pena. Uma lástima. Não se vê mobilização em torno de nada edificante.

Anônimo disse...

Ao contrário dos sedentários que repudiam artes marciais transmitidas ao vivo, a divulgação dos vídeos com treinos dos atletas é imensa, com acesso gratuito pelo youtube. Lá mostram os treinamentos dos lutadores, com a sua disciplina, a sua filosofia de luta e de treino, que levam a uma vida muito mais saudável que a dos sedentários e dos marombeiros de academia. Se isso não é mobilização em torno de algo edificante não sei mais o que é, porque isso funciona muito melhor do que propaganda de academia e de suplementos alimentares.
Acho que isso é mais edificante que divulgar comidas nem um pouco saudáveis.

Anônimo disse...

yudice, poupe a nossa paciência desses imbecis que não conseguem intepretar um texto. Quanto ao assunto em tela, realmente é preocupante como as midias em geral incentivam a violência.

Ana Miranda disse...

Esse é o nosso mundo, que morram os outros, os nossos é que não podem morrer.
Vai entender essa lógica...

Yúdice Andrade disse...

Tá bom, moço. De fato, a divulgação de esportes é muito boa e deve ser estimulada. Quanto a ser edificante, uma coisa não puxa a outra. Concordo com isso. Mas preciso dizer que não me sinto nem um pouco afetado por suas tentativas de agressão. Ainda mais porque eu duvido que você passe a vida na base da alfacinha.

É que eu ando democrático, das 16h44!

A "lógica" atende pelo nome de maldade, Ana. E quando inconsciente, pode ser mais perigosa ainda.

Anônimo disse...

Yúdice, também não compartilho da sua opinião sobre as artes marciais, mas vamos supor, para fins de argumentação, que você esteja certo e que a mobilização em torno destas lutas seja degradante ou, no mínimo, como você disse, não edificante. Ainda assim caberia fazer uma clara distinção entre os dois contextos: Se dois seres humanos adultos entram num ringue para lutar e outros seres humanos adultos pagam para assisti-los lutar, e tudo isso foi feito consciente e livremente, o fato de tratar-se de algo degradante seria, quando muito, uma crítica a certos gostos, a certos hábitos e a certos modos de vida; já se os EUA caçam e executam sumariamente um terrorista declarado inimigo da nação e as pessoas aplaudem esse ato de violência, o que temos não são gostos, hábitos ou modos de vida lamentáveis, o que temos é uma ausência de referenciais morais mínimos de respeito pelo ser humano e de anseio de justiça. Não o estou acusando de haver igualado a gravidade das duas coisas (o que você de fato não fez, pois você até diferenciou entre versão light e hard), apenas estou apontando que as duas pertencem a universos diferentes: o universo ético em que a violência pode ter um papel (a seu ver, degradante) no modo de vida da pessoa; e o universo moral e jurídico, em que as condições mínimas de vida civilizada em sociedade são seriamente desafiadas. Abraços!

Anônimo disse...

Sou da teoria de que toda a mobilização _paraense_ em torno do UFC se dá pela provinciana típica do povo paraense que vê no Lyoto Machida um "legítimo paraense representante do nosso Estado no mundo". Caso contrário, o esporte ainda seria apreciado por uma minoria fiel, que aprecia o esporte pelo esporte em si...

É, meu caro, uma vez mente de província...

Anônimo disse...

O ser humano é uma contradição ambulante mesmo, deixa eu assumir: Eu, Anna Lins, advogada defensora dos direitos humanos ADOOOROOO artes marciais, principalmente o Karate e o Kung Fu e apesar de ser totalmente pacifica, contra a violência de um modo geral me pego assistindo as lutas de MMA e torcendo pelo Lyoto,alem de adorar os filmes de Bruce Lee e outros do genero. Pronto, falei!
Quanto a execução de Bin Laden, posso dizer que sou totalmente contraria ao modus operandi utilizado pelos EUA. Podem tentar justificar de todas as maneiras, dizendo que numa guerra ao "Terror" vale tudo, enfim...
So sei que isto deve alavancar a campanha de reeleição presidencial de mister Barack Obama lá pelos EUA, pois sua popularidade estava baixissima.
Parece que até Donald Trump estava se assanhando para ser presidente por lá. Hum, hum...
Anna Lins

Anônimo disse...

Enquanto vcs brigam por causa de marmanjos se espancando e gordinhos apanhando, vou fazer uma campanha pra Ana Miranda botar uma foto maior no seu perfil. Que gatinha!

Yúdice Andrade disse...

André, é sempre um alento ter intervenções como as tuas, porque colocam ordem na casa e permitem que os temas sejam debatidos com qualidade.
Gostaria de deixar claro que aprecio algumas artes marciais, justamente aquelas fundamentadas no senso de disciplina e paciência. Gosto do aikidô, p. ex., no qual você ataca menos. O que me incomoda, no fundo, é essa coisa de testosterona esguichando para todos os lados e o povo em volta, curtindo.
No mais, estou muito incomodado com essa atitude dos Estados Unidos e me martela a cabeça o seguinte questionamento: pode um país decidir invadir outro e executar sumariamente um estrangeiro? Note que a pergunta não se faz acompanhar de nenhuma motivação, deliberadamente.
Uma pessoa como tu está muito mais capacidade a tentar responder esse difícil questionamento, se é que entendes a indireta.

Sabes o que é pior, das 1h14? É que quando Lyoto perdeu as duas lutas anteriores, pessoas ao meu redor lembraram que, na verdade, ele é baiano de nascimento...

Relaxa, Anna. Isso não é exatamente um problema. Só não me convides para assistir junto!

Das 8h52, tens toda a razão. Mas cuidado para que o marido dela não resolva tirar satisfações contigo no braço!

Frederico Guerreiro disse...

Para mim, o primeiro (light) não é esporte, é violência, com sérios riscos à saúde do atleta. E o segundo (hard) é a catarse coletiva sobre um assassinato cometido por quem diz ser o maior difusor dos valores ocidentais: a igualdade, a fraternidade e a liberdade (de matar). Tudo bem que merecia a pena de morte. Mas não sem um julgamento em tribunal já constituído, sob risco de colar-se em mesmo nível do inimigo.
O ódio incitará o ódio.

Yúdice Andrade disse...

Com efeito, Fred, os riscos à saúde são inerentes a essas modalidades esportivas, ao contrário de esportes coletivos, p. ex., onde os danos são praticamente inevitáveis, porém acidentais.
Louvo a filosofia das artes marciais, mas não consigo gostar.
Quanto ao ódio incitado pela morte de Bin Laden, os próximos ataques terroristas dirão a respeito.