Estudantes estão pressionando as universidades federal e estadual do Pará, no sentido de que unifiquem as leituras obrigatórias de seus processos seletivos. Querem moleza, claro, mas as duas instituições têm-se mostrado resistentes quanto ao pleito.
Ninguém pediu a minha opinião, mas o blog é meu e o nome dele já diz muita coisa. Então aqui vai a minha opinião: UFPA e UEPA devem dizer um sonoro não a esse pedido preguiçoso. Quem foi que disse que o objetivo é facilitar as coisas? A maior implicação disso é nivelar por baixo, o que pode até ser uma tendência há vários anos, mas de modo algum pode ser encarado como uma solução para a educação brasileira. Sou professor universitário e sei muito bem o material humano que recebemos, por isso defendo enfaticamente que os processos seletivos se tornem ainda mais rigorosos.
Leituras obrigatórias sempre foram um problema na vida dos vestibulandos vadios e a conjuntura não mudou com a progressiva substituição do vestibular por outras formas de seleção. O diagnóstico, óbvio, é a aversão do brasileiro pela leitura. E as universidades não podem, de modo algum, fazer concessões nesse campo. Todo brasileiro deveria chegar à adolescência tendo lido vários dos títulos mais expressivos de nossa literatura, inclusive da paraense. Deveria ser uma condição natural das escolas de ensino fundamental e médio. Assim, quando chegassem à fase do vestibular e cia., já teriam feito essas leituras e não precisariam mais passar esse recibo frente às instituições onde pretendem estudar.
Em suma, o sujeito não lê e se recusa terminantemente a mudar de postura. Lamentável. Se quer moleza, que tal desistir do ensino superior e voltar para a frente do videogame?
3 comentários:
Isso me fez lembrar a audiência no Congresso em que presidentes de uniões estudantis fizeram apelos nada técnicos e puramente passionais pedindo o fim do exame da Ordem. Lamentável episódio!
Quer moleza? Senta...
http://www.conjur.com.br/2011-mai-12/exame-ordem-destroi-familias-afirmam-bachareis-direito
E se, em vez de dizer não, eles dissessem que sim, montassem uma banca literária conjunta e fizessem uma lista com o triplo do tamanho da lista original singular de cada uma. Daí até mesmo os estudantes que vão concorrer em apenas uma das instituições teriam que cobrir esse volume maior de leituras.
Tem gente que não sente vergonha de passar recibo, não é, Mário?
Se for nesses termos, André, valeria a pena a unificação. O negócio é mostrar que todo estudante deve ler e que isso está na margem do inegociável.
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