quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ainda acredito na disciplina

O bullying está mesmo na moda. Em Campo Grande, aconteceu um caso interessante. Um menino de 13 sofria ameaças há um ano e, para não ser agredido, começou a fazer as tarefas escolares do agressor. Depois passou a comprar-lhe lanches e, por fim, a dar-lhe dinheiro. Em seus cálculos, já perdeu mais de mil reais com isso. Cansada, a vítima decidiu gravar os diálogos e entregou as gravações para a polícia. Um flagrante foi armado e o agressor acabou apreendido pela prática do ato infracional de extorsão.
O que me chamou a atenção, nesse caso, foi um detalhe narrado pela delegada de polícia: "Quando foi feita a abordagem, o menino urinou. Não esperava ser repreendido."
Urinar de medo é, em princípio, uma reação infantil. Imaginar que um adolescente acostumado a agredir se comporte dessa forma me sugere que ele não é um verdadeiro criminoso, mas um bobalhão, um covarde ridículo, que só fica por cima quando do outro lado está alguém mais frágil. Contudo, não tem estrutura emocional para enfrentar as implicações de seus atos, como um adulto, como um homem.
Fico com a firme impressão de que um moleque desses tem conserto e que nada disso aconteceria se a família tivesse um mínimo de responsabilidade, de senso disciplinar. Com poucas lições e um tanto de exemplo, o jovem compreende que o seu semelhante merece respeito e consideração. Chegar a esse ponto se torna uma demonstração cabal de fracasso, mas um desses fracassos perfeitamente evitáveis, que ocorrem pelo cultivo de maus valores ou de valor nenhum.

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/05/vitima-de-bullying-teria-pago-mais-de-mil-reais-para-nao-apanhar-diz-policia.html

5 comentários:

Luiza Montenegro Duarte disse...

Pode ser que ele aprenda agora, mas tudo vai depender de como os pais vão lidar com a situação. Algo me diz que não será da maneira correta, mas sim com ataques às "arbitrariedades" da polícia contra seu "pobre" filho.

Anônimo disse...

Bem feito!

Ana Miranda disse...

Eu sinto é um dó muito grande desse infeliz...

Yúdice Andrade disse...

Correto, Luiza. O problema que provavelmente está na origem de tudo também pode torná-lo ainda pior. E essas absurdas práticas protecionistas são extremamente comuns.

Fique claro, das 15h32, que eu também acho bem feito.

Pode ser, Ana. Desde que isso não implique em diminuir a responsabilidade que ele efetivamente possui.

Anônimo disse...

disseste tudo,seu yúdice!