Viver em sociedade é difícil e frequentemente exige aborrecimentos e até sacrifícios. Nada de novo nesta afirmação. Mas, às vezes, tal realidade assume contornos mais dramáticos. Hoje tivemos um exemplo disso, com a atuação de boa parte dos moradores do Conjunto do BASA, mobilizados ao nível de barricadas com fogo, para tentar impedir mais uma tentativa de remoção do muro traseiro e da guarita dianteira que, por fim, acabaram mesmo demolidos.
Não entrarei no mérito sobre quem tem razão, posto que não conheço os fatos acerca do surgimento do conjunto e seu desenvolvimento ao longo dos anos, muito menos Direito Civil é a minha especialidade. Pondero, apenas, que uma decisão judicial foi tomada há três anos, examinando-se fatos e documentos. Até segunda ordem, portanto, vou acreditar que o Conjunto do BASA jamais foi um condomínio fechado e que apenas ergueu obstáculos físicos, capazes de negar acesso ao seu território, em detrimento de toda a coletividade.
Aliás, vale destacar que a Prefeitura de Belém, ao obter provimento jurisdicional favorável em 2006, de livre e espontânea vontade optou por não lhe dar cumprimento, para não comprar briga certa e duríssima com os moradores, prevenindo a já difícil re-eleição do pior prefeito que já passou por estas bandas. Mas agora que até as amebas sabem o que esperar do sujeito (eu sempre soube), o utilitarismo se volta a agradar um número maior de belenenses, abrindo o BASA ao tráfego geral.
Todavia, a discussão não pode ser encerrada em termos simplistas. É fato que cerca de 160 famílias se acostumaram a viver num espaço de acesso restrito, com menor trânsito e alguma sensação de segurança, este sentimento que tanto nos falta. Agora tudo mudará. E dizer a essas pessoas, simplesmente, que se lixem não atende ao discurso usado pelo poder público para justificar essa intervenção, que tem a ver com atender a necessidades reais e relevantes dos munícipes. Mesmo que não queiramos dar a eles azo para objurgar a abertura em si, não é justo nem decente ignorar a pergunta que fazem: Quem nos dará, agora, a segurança que perderemos?
Claro que esta é uma pergunta cabível a moradores de qualquer bairro, mas isso não muda a questão: quem atenderá aos novos reclamos daquela comunidade? Ou ela apenas terá que submeter-se, vencida, ao tal "bem comum", que, suspeito, ninguém viu até hoje? Essa não seria uma espécie de lógica da guerra (você perdeu, então se cale!) e, como tal, obviamente fadada a provocar ódios e rancores perpétuos?
Acredito que a abertura do Conjunto do BASA trará benefícios ao trânsito de Belém, de um modo geral, mais especificamente para quem, vindo pela Almirante Barroso, pretenda retornar para aqueles logradouros localizados entre as avenidas Tavares Bastos e Júlio César, assim como para quem pretenda desviar para a Marambaia (meu caso), mas com certeza influenciará pouco a vida de quem pretenda seguir pela BR-316 ou pela Augusto Montenegro, passando pelo caótico Entroncamento. Suponho que este prosseguirá caótico como hoje. Portanto, é uma medida paliativa. Assim, numa relação de custos e benefícios sociais, algo paliativo será mesmo necessário?
Esta questão não possui uma resposta imediata, possui?
25 comentários:
Interessante sua posição e questionamentos sobre esse tema que deve ser o maior durante muito tempo. Tomara que a prefeitura tenha respeito e ao menos faça um bom trabalho nesta nova possibilidade de ligação viária.
Acho o mesmo do entroncamento. Essa "bagunça lenta" deve continuar por muito tempo, onde deveriam ter feito elevados e não viadutos sob o solo, aliás sairiam mais baratos.
E a abertura da 25 de setembro? Nenhuma revolta por lá?
Rodrigo Mendes
Urbanista
http://rodimendes.blogspot.com
Senhores, o bom e justo juiz, esta equivocado.Eu sou morador e vou dizer.
-Nunca o pessoal foi contra
-A área do conjunto inclusive a pretensa Tavares Bastos(A direita da Almirante Barroso)uma área de fazenda, foi comprada pelo basa para seus funcionarios
- Todos queriam que fosse feito a infraestrutura para que o transporte pesado pudesse circular e a indenização da parte que a prefeitura ia usar para o "BEM COMUM".
Todos perguntavam. Porque?Não se abria tambem outras alamedas desde o hospital da Aeronautica até a Passagem Santo antonio, bem como, O parque calcinha preta.
Eu ainda pergunto? porque não se abre a Dom Romualdo de Seixas para Ver a baia do Guajará e as ruas da Cidade Velha que tem portões.O que esperar de um "falso médico" na prefeitura.Só tenho a lamentar, mas a vida continua e tempo, tal qual a morte, é o Senhor de tudo sendo as únicas coisas iguais a todos.
SDS
Caro Professor,
CONJUNTO DO BASA
Respostas de uma moradora a respeito dos vossos comentários.
1º "não entrarei no mérito sobre quem tem rarão, não conheço os fatos do surgimento e do seu desenvolvimento)"
Comentário: o Basa (Banco da Amazonia) comprou na década de 60 este terreno que era um sítio e que é propriedade particular, loteu-o e passou a seus funcionários com financiamento de 30 anos ( o conjunto fez 20/05/09 40 anos)após este prazo as casas passaram ser dos funcionários que que formaram uma ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO CONJ. BASA LAMARTINE NOGUEIA (entendeu ok?)
2º " a justiça tomou uma posição baseada em fatos e documentos"
comentário: a justiça tomou uma posição baseada em fatos mentirosos e documentos que nunca foram devidemente averiguados e comprovados sua veracidade tanto pela prefeitura quanto pelo Juiz Castelo Branco.
3º "´não é um condomínio fechado"
comentário: não somos um condomínio fechado e sim um associação de moradores muito bem estruturada, organizada e unida por pensamentos e atitudes que nos representa, e que paga pelos moradores para manter funcionários ( de limpeza e seguranças)impostos e taxas e mais taxas ...
4º"ergueu obstáculos que neguem acesso ao seu território em detrimentoda comunidade"
comentário: tenho certeza que o senhor nunca veio a nosso conjunto, pois se tivesse tido a oportunidade de um dia têr que ter acesso a este conjunto o mesmo não lhe seria negado, o mÁximo que nossos seguranças fariam seria pergunta-lhe para onde iria? e na sequencia teria livre acesso, quem não teme não nega???
5º" sensação que muito nos falta"
comentário: nós tivemos essa sensação, e a lição que tiramos disso foi essa: nos unirmos e lutamos por segunça ou pelo menos inibeir atitudes de pessoas mal intesionadas.
Quer saber mais sobre nosso conjunto e a nossa luta acesse nosso orkut "NAÕ A INVASÃO DO CONJUNTO DO BASA"
Desde já agradeço o espaço!!
ANDREA CARNEIRO
Tenho minha opinião e a publiquei no blog.
Olha, a associação pode ser a mais unida possível, mas creio que nada dá o direito de erguer muros em domínio público.
É uma singela opinião.
Rodrigo, obrigado por sua manifestação. Fui conhecer o seu blog e gostei. Clicando no meu marcador "espaço urbano", você verá que sou altamente interessado em temas da sua área de estudo, por isso será ótimo tê-lo comentando por aqui, quando puder.
Anônimo e Andréa:
1. Eu tinha certeza que alguém diretamente envolvido na questão acabaria aparecendo por aqui. Numa hora de tensão, saber o que se está publicando na Internet é previsível. Por isso, desde logo agradeço a urbanidade com que tratamos de pontos de vista diferentes.
2. Conheço, sim, o Conjunto do BASA de longa data. Tive e tenho amigos lá residentes, por isso o visito desde meus 12 anos, pelo menos. Volta e meia apareço lá na penúltima rua (alguma coisa Matos), onde tenho amigos que comentam sobre os capítulos desse imbróglio.
3. Sei que a área foi adquirida há cerca de quarenta anos, que era privada e se organizou sob a forma de uma associação de moradores. Aliás, que me conste, pode residir justamente nessa escolha a origem da derrota ora sofrida. Porque naquela época não havia condomínios fechados por estas bandas. O modelo era dos conjuntos habitacionais e estes sempre foram abertos, como o Médici (onde morei quase a vida toda), o Mendara (onde moro agora), o COHAB e outros. Por isso, a despeito de sua aflição em sentido contrário, acredito que a decisão judicial não está errada. Aliás, afirmar que ela se baseou em fatos mentirosos e documentos inidôneos é forte. Pode até lhes causar (outros) problemas.
4. Por Deus, o que é "parque calcinha preta"???!!!
5. Sou absolutamente favorável à abertura de todos os espaços públicos, tais como a D. Pedro I (apropriada pela SANAVE) e diversos outros logradouros, p. ex. na Cidade Velha. Trata-se de devolver o patrimônio público aos seus legítimos donos.
6. Quando falei sobre restringir acesso, não disse que as pessoas não podem ingressar no conjunto, mas que a circulação geral fica impedida. Legalmente, algo assim só poderia ocorrer em condomínios fechados.
7. Visitarei a comunidade do Orkut.
Será agradável continuar a debater.
Um abraço.
Do ponto de vista do Direito Administrativo, não seria difícil chegar a conclusão de que os moradores do BASA cedo ou tarde iriam sofrer esta derrota. A propósito, suponho que o parque "Calcinha Preta" seja o Cidade Folia, não?
Porquê não abrir outros espaços em vez do conjunto do BASA? Simplesmente, se a prefeitura desejasse abrir o tal espaço "Calcinha Preta", assim poderia iniciar um processo de desapropriação, o que levaria algum tempo, com algumas conseqüências burocráticas, sem contar com indenizações volumosas, se considerarmos o tamanho do terreno necessário.
Neste caso do BASA, estamos diante de uma via pública, que, acredito, foi comprovada com base nesta documentação. De qualquer jeito, há o Princípio da Supremacia do Interesse Público, o que faz que, com base nisso, poderia ser realizada a qualquer tempo e diante de qualquer necessidade devidamente comprovada, a abertura da Av. Tavares Bastos.
Em outras capitais, longos espaços já foram e são desapropriados para a construção de avenidas necessárias, o que não ocorre com nossa Belém, devido talvez à sua localização "imprensada" em uma península. O Poder Público o faz com base no seu interesse e conveniência.
Em suma, se assim o é conveniente para Administração, esta detém meios e poderes necessários para realizar o que deseja, seja de uma maneira ou de outra.
"Não entrarei no mérito sobre quem tem razão, posto que não conheço os fatos acerca do surgimento do conjunto e seu desenvolvimento ao longo dos anos, muito menos Direito Civil é a minha especialidade. Pondero, apenas, que uma decisão judicial foi tomada há três anos, examinando-se fatos e documentos. Até segunda ordem, portanto, vou acreditar que o Conjunto do BASA jamais foi um condomínio fechado e que apenas ergueu obstáculos físicos, capazes de negar acesso ao seu território, em detrimento de toda a coletividade."
Quanta coerência... tô sendo irônico viu, rs?
Se no plano urbanístico não consta nenhum prolongamento da Tavares, porque crer que os moradores ergueram obstáculos...?
Yúdice, com licença.
Andrea, minha querida amiga e irmã de meu amigo de sempre Toni:
Compreendo sua desolação. É muito provável que eu defendesse seu mesmo ponto de vista, caso fosse morador de seu conjunto. No entanto, a posição que adotei, se você já a leu no meu blog, considera os fatos jurídicos que chegaram ao meu conhecimento pela imprensa, e por você moradores, pois conheços outras pessoas que moram no conjunto. Juridicamente, com base nos fatos que você relatou, fica indefensável a tese de propriedade particular, ainda mais se se considerar que esta não é absoluta, pode o Poder Público desapropriar se com base nela for discutida a destinação do bem imóvel.
Guarde um forte abraço deste seu amigo.
Mande lembranças ao Toni.
Estou aberto à discussão e compreensão de seus motivos.
Fred Guerreiro
"De qualquer jeito, há o Princípio da Supremacia do Interesse Público, o que faz que, com base nisso, poderia ser realizada a qualquer tempo e diante de qualquer necessidade devidamente comprovada, a abertura da Av. Tavares Bastos."
Ou fazer a opinião pública apoiar essas medidas mediante manipulação de idéias.
Interesse público é algo bem reflexivo. Achamos mesmo, ou somos levados a achar?
O que de fato o Binário trouxe de positivo para a área afetada? E toda a população do entorno praticamente foi contra. Como morador da área posso dizer que substancialmente fomos prejudicados. Ônibus passaram a trafegar pela Pedreira, ou demoram em demasia; não existem paradas construídas e as obras andam a passo de tartaruga.
Mas avisos não faltaram...
Não estou entrando no mérito da utilização ou não da medida, mas sim do caso em questão. Se vai ser útil ou não, ou se prejudicou a você ou a mim, não entra no mérito do meu ponto de vista. A manipulação de idéias existem em qualquer tempo e lugar, por isso mesmo critico duramente esta sociedade manipulada e construída sobre imposições ignorantes.
O ponto do interesse público a que me referi, é um princípio normativo previsto no art 2º da Lei nº 9.784, quando diz: "Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência". O princípio representa a sobreposição do interesse coletivo sobre o individual. Portanto, não é apenas uma mera definição, e sim um princípio que a Administração Pública deve zelar e utilizar-se para favorecer a maioria.
Se assim foi de interesse público, assim deve ser feito.
Achas que agora a prefeitura vai fazer um novo entrocamento para voce passar da joão paulo segundo para a tavares bastos ou colocar mas um semaforo de 4 tempos para tal ? Vai ficar bem melhor a almirante não vai ??? ISSO NÃO É PUBLICO, É UM TERRENO PARTICULAR E TOTALMENTE DOCUMENTADO...
Égua, mas em Belém o que a gente compartilha é o "Mal comum" - não existe "Bem comum"...
"Se assim foi de interesse público, assim deve ser feito."
Falou tudo... "SE"...
Houve alguma consulta pública sobre a questão? Quem tem interesse pleno é a prefeitura em fazer mais uma "obra" (já que o único trabalho vai ser asfaltar)que não tem propósito algum, que não vai resolver nada, apenas constar como obra.
É desviar o foco e agradar seus simpatizantes.
Nada como uma boa polêmica e interesses pessoais para turbinar o blog. Disso eu gostei.
Leo, a supremacia do interesse público é um fato inquestionável. Contudo, sempre será preciso comprovar que há interesse público no caso concreto. Este detalhe é que continua mantendo acesa a controvérsia. Observa como as pessoas não discutem acerca de conceitos jurídicos abstratos, mas sobre impactos sobre as condições de vida e os possíveis efeitos práticos das obras (serão mesmo benéficos à coletividade?).
Estas particularidades são também aplicáveis ao comentário do Fred.
Mario Bros, não sei se captei toda a extensão da sua ironia. Mas devo dizer que planos urbanísticos podem ser modificados. Aliás, o próprio sentido da palavra "plano" ou "planejamento" envolve adaptabilidade às novas situações. Portanto, não considero esse um argumento definitivo, porque a todo momento a cidade pode mudar.
Mesmo que se diga que o projeto da 1º de Dezembro ou da Tavares Bastos nunca previram intervenções no BASA, isso significa que ela não possa ser concebida e executada? Não, não significa.
Seja como for, o que escrevi para o Leo ratifica um pouco do que disseste. No mais, estamos de acordo com que o Entroncamento causou e causa muitos transtornos, mas trouxe poucos benefícios (dizer nenhum seria demais).
Mas numa coisa estamos de pleno acordo: gerir uma cidade sem dialogar com seus habitantes é um acinte. É o velho e odioso jeito de administrar ou de fazer política. O curioso é que, quando o Edmilson Rodrigues implantou o orçamento participativo (depois Congresso da Cidade), não foi levado tão a sério. Quem ia às audiências públicas? Gente de centros comunitários, gente mais carente ou especialmente afetado por algum problema. E a classe média ia? Você foi? Duvido, porque não é do perfil geral fazer esse tipo de papel. Aliás, relevante papel político.
Agora que essa josta de prefeito acabou com todas as possibilidades de diálogo, estamos sentindo as consequências, não estamos? Lembra que houve confusão com as obras da Duque? Lembra que as obras da 25 decorreram de intervenção do MP e decisão judicial? Pois é. Isso se chama administrar de costas para o povo.
Das 14h54, não sei exatamente a quem você se dirige, mas acredito que sua reclamação já foi levada a outro nível pelos comentários anteriores.
Fábio, desse "mal comum" eu não duvido. Infelizmente.
Sobre essa novela, tenho uma questão a fazer: Por quê os moradores não cercam a casa do Juiz com madeiras, e pneus em chmas e exigem nova decisão!? O quê eu simples usuário da Alm. Barroso tenho a ver com essa briga e ficar no buzão enquanto os sem condomínio fechado impedem o trânsito de fluir?
Yúdice, estes dias foram de correria, e só agora vejo estas tuas postagens. Na mosca e no lance! Parabéns.
Hoje, fiz uma longa postagem sobre o Caso Conjunto do BASA, tentei dar uma "olhada"" e uma "contribuição a mais" ao debate. Dê uma olhada lá.
Antes que me ataquem, já digo logo que morei no BASA, logo quando nasci. Foi por pouco tempo, mas frequento o local desde então, pois tenho parente lá, que, aliás, foi o primeiro funcionário do BASA a escolher a sua casa.
E mais, do BASA minha família paterna tem uma ligação interessante. Este banco é fruto do Banco da Borracha, criado para guardar a granosa de meu avô e de seu sócio dos siringuais deles (não, não nasci rico, a granosa foi tomada, quase que todinha, pelo próprio banco! rsrsrs).
Se o somente se, aquela abertura de via for parte de um complexo maior, naqual a João Paulo II seguirá até a Alça Viária, ou, ainda, seguindo direito até depois de Marituba, somente assim a abertura tem vantagem.
Se não reverterem a questão, acho que a única solução são os moradores fecharem com grades e portões ambos os lados do Conjunto, deixando a calçada e a via livre.
Mas, vou fazer duas perguntas pra Andrea, se ela puder ou quiser me responder, ou outra pessoa:
1) É verdade que, anos atrás, foi pedido, formalmente, o asfaltamento do Conjunto e a Prefeitura negou sob o argumento que era particular?
2) Aqueles postes internos, tanto das travessas, quanto da principal, tem medidores de energia elétrica, e assim, geram contas de consumo mensal, ou somos nós, todos nós, que pagamos através da CIP?
Professor semestre passado fizemos um trabalho a respeito com o prof de Direito Civil. Lemos o processo, mas os documentos alegados pelas partes não tivemos acesso. Ao que tudo indicava (pelo que eu li e ouvi no debate), os moradores fecharam mesmo o local. Foram comprados os terrenos, mas em separado, cada lote de um lado, a avenida continuava existindo entre os terrenos.
Mas eu não tiro a razão dos moradores, pois pelo o que constava nos autos, eles haviam pedido diversas vezes pra que a prefeitura tomasse providências em relação à infra-estrutura da travessa, eles queriam que "arrumassem" a passagem. Pois bem, nada foi feito, e o que consta nos autos é que os moradores retiraram do seu próprio dinheiro pra melhorar as condições da travessa.
É, eu sei, se isso virasse moda... mas a gente acaba ficando indignado com algo que eles já estão de certa forma "acostumados", toda aquela segurança, toda a rotina, enfim... Se isso não for atender às expectativas (o que eu acho que vai acontecer), pra mim, ponderando, deve permanecer o direito dos moradores.
Das 18h57, não quero parecer um jurista ingênuo ou deslumbrado, mas considero a sua proposta muito ruim, porque violenta o jogo democrático expresso pela independência dos Poderes Constituídos da República. Cercar a casa do juiz com barricadas é uma bobagem e uma violência. Será que o desprezo dos brasileiros pela autoridade pública está chegando ao ponto de, agora, sempre que alguém tomar uma decisão que incomode, deverá ser pessoalmente atacado?
Essa seria uma hipótese assustadora, considerando que toda decisão sempre incomodará alguém.
Quer dizer, Lafayette, que tens vínculos históricos com o BASA? Legal.
Gostaria que a Andréa respondesse os questionamentos, mas pelo visto ela já esgotou seu interesse por aqui.
Marcela, quem foi o professor? Meus parabéns a ele pela excelente iniciativa: em vez de discutir o Direito Civil com aqueles exemplos absurdos de livro, fincou os pés na realidade e não na de Nova York, mas na nossa. E isso numa época em que o caso estava esquecido da maioria das pessoas. Muito bom.
Yudice,
Venho a público repudiar a ação truculenta e absolutamente desnecessária cometida pela Prefeitura de Belém, contra os moradores do Conjunto do Basa: sprays de pimenta e cacetes arderam e pesaram nos olhos e costas de moradores cuja maioria de 60% é formada por idosos, mulheres e crianças.
Não contente com o estelionato eleitoral que promove há nove anos, a Prefeitura de Belém agora pratica um estelionato técnico, mas esse, ao contrário do primeiro que pode ser revertido pela vontade popular vendo-se enganada, traz a face da violência. Querendo mostrar serviço após anos perdendo a oportunidade de trabalhar por Belém, ela, amparada em Ação Judicial, mas que tem mérito totalmente questionável, arrombou com uso da força policial o muro do Conjunto do Basa, para que seja aquela via incorporada ao projeto de prolongamento da Avenida João Paulo II, antiga 1o de Dezembro, numa ação em que a legalidade protegeu a incoerência, prática contumaz dessa administração, já que é público que a função da Guarda Municipal é apenas zelar pelo patrimônio público.
O estelionato técnico reside no fato de que o projeto original não contempla a abertura dessa via, que de fato não está preparada para assumir esse papel no tráfego de veículos que o prolongamento da avenida propõe, cujas casas possuem paredes geminadas e correm o risco iminente de desabar e trincar com o advento do intenso fluxo de veículos que passarão a trafegar por ali. O projeto original previa sim a abertura da Rua Moça Bonita, que divide Belém e Ananindeua. O acesso ao Conjunto do Basa não traz nenhuma alteração qualitativa para a passagem dos veículos, até porque não está preparada para isso.
A verdade é que a prefeitura sequer tem preparado um projeto final de pronlogamento da 1o de Dezembro e busca com essa ação tresloucada holofotes para escapar dos efeitos da aprovação da CPI da Saúde pela Câmara Municipal de Vereadores.
O mais lamentável do episódio é que eu mesmo havia conseguido aprovar na ALEPA intersseção junto ao Governo do Estado para liberar empréstimo a fim de que a obra chegasse até o Viaduto. Fato desconsiderado pela Prefeitura, o que somente comprova suas motivações demagógicas, levianas e de total descompromisso com o povo de Belém e daquele conjunto.
Estive no momento do terror promovido pela Prefeitura com o objetivo de evitar um desfecho lamentável para idosos, mulheres e crianças, também fui vítima de spray de pimenta que a guarda patrimonialista ilegalmente portava e rechaço a ação desastrada, terrorista, tecnicamente desnecessária, politicamente farsante e administrativamente irresponsável.
Deputado Carlos Bordalo
Imaginem o nosso "querido" prefeito mandando a polícia arrancar a grade da frente da casa de vcs e posteriormente o muro do seu quintal.Talvez assim alguém consiga ter uma idéia do que sentimos.Mas isso é só p/imaginar..não queremos nos fazer de coitados!
Só queremos lembrar que invasão de propriedade privada é crime!!!(Esta documentado,que todo terreno foi comprado,não só onde estão as residências!)
Pode ser que "ele" não pague agora,afinal nem por ser falso médico ele pagou, nem por ser responsável pelo caos do PSM.Então temos que concordar que é bem mais fácil,quebrar uma guarita e um muro,encontrar uma rua asfaltada(pelos moradores) e colocar uma placa na frente dizendo que ele já concluiu mais uma parte do projeto que ele criou.(porque no projeto original não incluia o BASA nem de longe!!!)
Obrigada.
Foi o Liandro, professor. Foi sobre esses moradores, os da Bernardo Sayão e o movimento das quebradeiras de coco. O trabalho foi muito bom mesmo professor, tínhamos grupos a favor, outros contra e alguns juízes. (:
É, fizemos esse trabalho também ano passado com o Liandro.
=)
Anônima das 14h43, compreendo a sua aflição, o seu sentimento de ter sido roubada e o esforço por conseguir a empatia geral. Mas, a esta altura do campeonato, quando tanta coisa já aconteceu, penso que precisamos levar o discurso para um outro rumo. Que tal falarmos nas providências que os moradores estão tomando? Em medidas judiciais, etc.? Porque se assim não for, estaremos sempre girando em torno de lamúrias e nada mudará.
Marcela e Léo, isso tinha mesmo cara de Liandro.
A democracia às vezes é burra demais.
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