quinta-feira, 14 de maio de 2009

Não re-eleja ninguém

Recebi esta por e-mail. Não concordo integralmente com a ideia, mas como 99,99% do que existe hoje no Congresso Nacional merece a vassourada, os demais 0,01% que saírem ficam na conta dos fins que justificam os meios.

Outrossim, às vezes é preciso radicalizar os termos para dar visibilidade ao movimento. Então aí está. Se o STF não nos deixou limpar a casa impedindo a candidatura dos políticos ficha-suja, o jeito é descer mais fundo e matar o problema na origem.
Encampe esta tese.

15 comentários:

LORD disse...

Temos que fazer um limpeza no ano que vem.
Não temos que separar o joio do trigo, no caso o trigo esta sendo conivente com o joio.

Yúdice Andrade disse...

Muito bacana o teu comentário, Lord. Realmente, o que chamei de 0,01% chamaste de trigo. Por isso, acho mesmo que o ideal seria encher o Congresso de calouros e ver no que dá. Talvez as coisas melhorassem, nem que seja pela falta de traquejo dos novatos com os esquemas já montados de safadezas.
Não seria um grande alívio, mas já seria alguma coisa.

Anônimo disse...

A Ideia é boa , porém corremos o risco de colocar lá pessoas piores que as já estão. Por mais que eu ache isso difícil.
Uma forma de tornar mesmo atrativo a função e valoriza-la ao emso tempo seria diminuir suia remuneração e acercer metosod e controle onde os parlamentares fossem julgados por outros poderes e não por eles próprios

Pedro Ramiro disse...

Pessoal, para situá-los e informá-los, hoje, 15/5/2009, ocorrerá um protesto (uma espécie de vigília) em frente ao Congresso Nacional a partir das 20 hs. O protesto, entitulado "Não reeleja ninguém!" é uma resposta a tudo de sujo que ocorre dentro das Casas e teve como estopim a declaração do Dep. Sérgio Moraes (PTB-RS): "Estou me lixando para a opinião pública!"

Yúdice Andrade disse...

Das 10h19, muita coisa podia dar errado, a começar que os novatos poderiam chegar como testas de ferro dos escorraçados. Ou poderiam chegar empolgadíssimos para roubar, em quatro anos, o máximo que pudessem.
A coisa só terá alguma propensão de dar certo se a vigilância do eleitorado for permanente, diuturna e consciente. E se houver punição aos faltosos.
Quanto a serem punidos fora do âmbito parlamentar, já existem mecanismos para isso. O problema é que eles não andam. Por isso, precisamos fazer funcionar polícia, MP, Judiciário, aquela velha cantilena.

Obrigado pela informação, Pedro. Vou dar maior destaque.

airton disse...

nao tenho cultura suficiente ou conhecimento de causa para falar, mas gostaria de manifestar o seguinte.; entendo que ja tentamos quase de tudo pelo que se ve na nossa historia, portanto nao existe uma formula que resolva a falta de ética dos nossos politicos, falamos e mexemos nas coisas apenas superficialmente....QUANDO A COISA É MUITO MAIS PROFUNDA. Para mim a NAO REELEIÇÃO é positiva, homeopatica mas positiva. Porque? porque ela deve funcionar como um filtro, um processo como o de limpeza e tratamento das aguas dos rios às nossas torneiras. Teremos a cada eleição politicos novos, e aos poucos desvinculando e desimpregnando de toda essa sujeira com raizes antigas e braços não menos curtos. Ingênuo? Pode ser. Mas vale a pena tentar. Abraços a todos

Anônimo disse...

Discordo. A instituição deve ser preservada e com ela os que honram seus votos. Generalizar nunca foi boa conselheira. A saída é o voto comprometido e consciente. Generalizar é aceitar, por exemplo, que todo "advogado rouba", ou que comentarista esportivo é uma ameba, ou que o STF se mede pela soberba de GD, e por aí afora.

armando do prado

Marcelo Vanderlinde disse...

O Congresso é um reflexo da população brasileira.
Não basta mudar o nome dos nossos representantes.
É preciso mudar os valores da nossa sociedade.

RLocatelli Digital disse...

A tal "ficha suja" é o fato de que o político tem processo em curso.
Ora, mas então fica fácil sujar a ficha de quem quer que seja. É só o adversário político abrir um processo contra o candidato e, pronto, ele ficaria inelegível até a extinção do processo (que pode demorar décadas).
O que significa 99,99%? Será que não é 99,96%? 99.999999%?
As pessoas que estão fazendo essa campanha se lembram em quem votaram? Acompanharam a trajetória do parlamentar?
O fato de que alguém nunca teve mandato eletivo garante que seja honesto?
Acho que podemos usar nossa energia em coisas mais construtivas como, por exemplo, visitar regularmente o site da Transparência Brasil. Claro que isso dá muito trabalho, alguns não vão se animar...

Yúdice Andrade disse...

Airton, não sei se já tentamos tantas coisas como você supõe, sobretudo considerando que a corrupção desembarcou aqui com os primeiros colonizadores e que sempre houve grupos lucrando com todas as bandalheiras instaladas. Mas concordo com o raciocínio de que a medida poderia representar uma filtragem, lenta e gradual, quem sabe eficiente.

Armando, a generalização de fato não é boa e, com certeza absoluta, também defendo que as instituições Senado e Câmara dos Deputados devam ser preservadas. Com menos deputados e senadores, com menor estrutura, com requisitos mais rígidos de acesso, mas deve ser preservada, porque isso é essencial à democracia e às liberdades.
Decerto ninguém discordará que o voto consciente é a solução para o problema. A dúvida é: como chegar a ele?

Marcelo, assino embaixo. Lúcidas palavras.

RLocatelli, um dos fatores que pesam na questão dos "ficha-suja" é justamente a possibilidade de instauração de processos a partir de acusações falsas, justamente para prejudicar adversários políticos. Mas há mecanismos relativamente simples para reduzir esses riscos, p. ex. só declarar inelegível o indivíduo que já seja réu e não simplesmente acusado. Ser réu significa que um juiz já analisou a admissibilidade da acusação.
Outro expediente simples é abrir uma exceção para acusações particulares, p. ex. de crimes contra a honra. Afinal, eu posso fabricar uma calúnia, difamação ou injúria e até arrumar testemunhas para isso. Mas fabricar um homicídio é bem mais difícil, ainda que não impossível.
A expressão "99,99%" foi apenas uma forma de indicar o pensamento generalizado na sociedade (não apenas meu, portanto). Assim, não faz ser 99, 96 ou qualquer outro valor, o que conta é a ideia.
Não, a maioria das pessoas não se lembra em quem votou e não acompanha suas trajetórias. Eu procuro fazê-lo e não voto, em hipótese alguma, num sujeito de passado nebuloso. Mas essa é uma opção pessoal minha. O brasileiro médio não faz isso e essa é uma das principais razões de as coisas terem chegado onde chegaram.
Com certeza, nunca ter exercido mandato eletivo não dá a menor garantia de probidade. Assim como ter exercido não implica em desonestidade. Mas como ninguém carrega uma etiqueta de percentual de honestidade na testa (como eletrodomésticos, que ostentam etiquetas de consumo de energia), o jeito é recorrer a outros parâmetros para escolher os nossos candidatos.
Com efeito, o Transparência Brasil é uma iniciativa valiosíssima para nós. Deveríamos democratizar o acesso a ele. Eu tinha um banner dele aqui no blog, mas retirei porque deu problema. Vou até me animar a colocá-lo de novo.

A todos, o meu agradecimento pela participação.

Rogério Tomaz Jr. disse...

Os fins justificam os meios?! Você disse isso mesmo?!?!?! Então justifica a natureza extirpar toda a humanidade porque alguns "seres humanos" defendem (e comandam) um modo de vida que a assassina... nada mais justo, claro!!!

Yúdice Andrade disse...

Rogério, menos! Menos, por favor.
No geral de minha vida, não defendo a tese de que os fins justificam os meios. Muito pelo contrário. O que não significa que, ocasionalmente, eu não possa abrir uma exceção. Abrir exceções faz parte da dinâmica da vida, como imagino que você sabe. E sempre seremos chamados a responder por nossas escolhas.
Além do mais, quando você parte para uma dramaticidade absurda e injustificada com esse argumento de "Então justifica a natureza extirpar toda a humanidade porque alguns 'seres humanos' defendem (e comandam) um modo de vida que a assassina", nosso debate fica prejudicado porque:
a) não tem nada a ver com o tema da postagem;
b) você sabe do que está falando, mas eu não sei do que você está falando;
c) não precisamos, para defender uma ideia, recorrer sempre aos mais terríveis argumentos.
Além do mais, o texto da postagem deveria ser irônico e expressar um pensamento reinante na sociedade, não necessariamente um pensamento meu.
Acredito que minhas manifestações anteriores, respondendo aos demais comentaristas, dão alguma noção do que realmente penso: preservar instituições e valores (talvez até alguns dos que você tão furiosamente defende).

Anônimo disse...

Mas foram vocês que reelegeram FHC! Que campanha burra é essa? O Uribe e o Cháves (os únicos dois que podem ser reeleitos) não vão se aferar por uma cambada de brasileiros palermas.

Ah entendi. É só porque não tem tucano nem UDNista no poder. Só lamento.

Yúdice Andrade disse...

Das 10h57, não sei se meus neurônios me traem, mas não consegui entender o seu comentário. De que você está falando, afinal?
Sobre a reeleição de FHC, "vocês" quem, cara pálida? Eu não ajudei a reeleger esse cara. Aliás, a campanha "burra" a que você se refere é para o Congresso Nacional. Pelo próprio desenho e pelos fatos geradores, acredito que ela não se destine ao Poder Executivo. Mas bem a propósito, não sou favorável a um terceiro mandato para Lula.
Não sei qual é a da UDN e muito menos o que você lamenta. Que viagem...

Anônimo disse...

Se não vai reeleger ninguém, vai eleger quem?